sábado, junho 27, 2009

II - Etapa 462

E AGORA?!...

Não vou voltar aos mesmos argumentos que, na devida altura - que foi logo desde a primeira hora - aqui esgrimi com a total consciência de que este processo, ferido de ilegalidade desde a raiz, iria dar em nada. Só os, naturalmente, ou por cegueira, obtusos encheram laudas de serviçal opinião que tentava sustentar o insustentável.

Tiro daqui o meu chapéu ao João Santos que deixou provado ser um JORNALISTA imparcial. E foi o único com a suficiente sensibilidade de Justiça a ter a coragem de, na hora certa, lembrar aos esquecidos e, sobretudo, aos... 'esquecidos' que a data de ontem não era uma data qualquer no Ciclismo luso.

Poderia escrever aqui, agora, ainda que resumido, a diferença entre ser-se Jornalista e escrevinhador de 'notícias'; entre quem não receia sublinhar factos, e este indesmentivelmente é-o, e quem não passa de mero cumpridor de agenda - e se a agenda ignora a data... não há notícia - ou, pior ainda, de quem está tão comprometido que, mesmo sabendo, por motivos que quase todos conhecem... calam.

Eu já aqui havia deixado uma pista.
Que reponho nesta Etapa.

Há exactamente dez dias que o Conselho Disciplinar da Federação Portuguesa de Ciclismo está a avisar os elementos suspensos há um ano que essa suspensão terminava ontem.

Suspensos preventivamente durante UM ANO quem que, nesses 365 dias o mesmo CD tivesse conseguido provar os motivos dessa mesma suspensão preventiva.

Mas se todos sabíamos que isso ia acontecer...

E agora?

Será que vamos conseguir perceber em que Estado de Direito vivemos, realmente?

Tirando o médico e o dirigente, foram oito as pessoas inicialmente suspensas, tendo acontecido a 'repescagem' de mais um elemento.

Há um ano que são olhados, passe a expressão, como 'criminosos'; há um ano que estão impedidos de exercer a sua profissão; tiveram que procurar outras saídas profissionais para poderem dar de comer á família... e hoje estão livres e podem, se alguém os quiser contratar, voltar à actividade sem que qualquer coisa fosse provada contra eles e que sustentasse a prevenção preventiva.

E ninguém vai ser responsabilizado por isso?

Quem vai devolver a estes homens este ano de vida perdido?

Não consigo esquecer-me das ridículas fantasias em se criar uma Associação de Equipas Profissionais. Lembro-me da ridícula ideia - e aqui só a adjectivo desta forma porque partiu da mesma pessoa que, sazonalmente, aparece a defender uma Associação de Equipas Profissionais (profissionais????, hummmmmmm....) - da criação de uma Liga...

... mas não esqueço o ensurdecedor silêncio de TODOS em relação ao assassinato do Póvoa Cycling Club. Se foi para tentar salvar a pele a uma outra equipa... falhou. Como pode ser constatado.

Voltarei ao assunto, estejam descansados. E espero, sinceramente espero, que a consciência vos pese. A TODOS.

E para que não fiquem dúvidas de que estou aqui a rebolar-me a rir á VOSSA custa, vou terminar assim:

Grande Agraço para ti Manel;
Grande Abraço para ti, Pedro;
Grande Abraço para ti, Afonso;
Grande Abraço para ti, Cláudio;
Grande Abraço para ti, Tiago;
Grande Abraço para ti, Rogério;
Grande Abraço para ti, Paulo;
Grande Abraço para ti, Fernando...
e um grande, Grande Abraço para ti também, João.

Que tentaram mas não foram capazes de te apanhar noutra rede.

E fica a solene promessa...
... eu não desistirei até que a Justiça seja reposta em relação a estes Homens.
E, com com o peso da minha insignificância, virei a pedir cabeças... e cabecinhas também.

5 comentários:

P.Veloso disse...

Pensei em começar a escrever este comentário assim: “ No (D)esporto português damos muito valor à verdade…” mas é mentira. A nossa doutrina nada tem de insensato.
A hora é estranha. O panorama geral do (C)iclismo. não é melhor. Aceitemos, pois, os limites das possibilidades, sem esquecer as palavras de Tarphon: «Não sois obrigados a concluir a obra, mas tão pouco estais livres para desistir dela.» (uma abraço do “cambalhotas”ao Chefe e a toda a Família LA-MSS-Póvoa)
Confesso que, como Miguel Torga, «Aparelhei o barco da ilusão/E forcei a fé do marinheiro. /Era longe o meu sonho, e traiçoeiro/O mar.../Mas corto as ondas sem desanimar./ Em qualquer aventura, /O que importa é partir, não é chegar.» Enfim, quero como ele seguir o caminho traçado, para não cair na farsa e mentira…
As implicações desta realidade são diversas e profundas e mostram que ciclismo não é pensado a sério, que se mente e mantêm a farsa em todos os sectores, que há “corporações” com interesses nada sintonizados com o Verdadeiro Ciclismo.
Uma maneira de resistir é ignorar, não olhar para o lado, pôr um pano no nariz e seguir em frente como se isso nada fosse — e de facto não é nada, porquanto é a negação mais absurda, baixa e rasca da decência e racionalidade no modo de ser, estar e gerir. Seguir em frente requer estômago resistente e controlo permanente. Mas vale a pena e é amplamente compensador, porque aquilo que não nos mata torna-nos mais fortes. (obrigado Sr. Manuel Madeira. Obrigado por não esquecer estes Homens)
Sei que não dá para mudar o começo, mas, se quisermos, vai dar para mudar o final.
Como Fernando Pessoa, eu tenho o dever de sonhar sempre, de sonhar em grande, de ser mais do que um espectador de mim mesmo e de conceber o melhor espectáculo que posso ter.

mzmadeira disse...

Obrigado pelo comentário, indiscutivelmente sibilino mas, por isso mesmo, importante.

Há quem o não tenha percebido...
E isso [confesso, mas também nunca me quis fazer passar por mais do que aquilo que sou] me dá gozo...

E não há nada a agradecer.
Vivo no fio da navalha. Sou anacronicamente inconstante.

Mas de uma coisa não desisto: renego, e posicionar-me-ei sempre contra quem, para chegar aos fins que deseja não olha a meios.

Há, quer queiram ou não e eu até tenho tendências anarquistas, uma Ordem social.

Há Leis. E há Leis hierarquicamente superiores a outras Leis e por aí abaixo até chegarmos aos 'plebeus' Regulamentos.

E volto ao anacronismo da minha forma de estar. Tenho o direito de escolher os meus amigos e, sendo meus amigos, vendo-os vítimas de maningâncias inqualificáveis aí, o pró-anarca manda tudo às malvas e agarra-se como souber ao que o Direito determina.

Foi sempre esta a rota que segui desde o primeiro momento do 'caso-PCC'...

É que nem estou disponível para discutir seja que outra matéria fôr a partir do momento em que a "coisa" para os tramar, atropelou Leis Fundamentais deste Estado que, sendo triste, é o que temos.

E daqui não saio. Não me argumentem com regulamentos quando eu os posso reduzir a pó com a Lei Máxima deste país que é a Constituição. Máxima e não passível de ser contornada.

cristina neves disse...

este tempo todo, apesar de não haver quem ficou mais prejudicado do que o meu querido irmão (BRUNO NEVES)...sim porque enquanto estamos vivos, e tivermos braços e pernas a vida continuará sempre, eu e a minha familia, não deixamos de sentir uma mágoa escondida bem cá no fundo das nossas entranhas..."o desaparecimento do Bruno, levou a tudo isto!!!!! " meu Deus, o Bruno não merecia nunca ser associado ao final da carreira dos amigos que ele tanto presava, e que nós continuamos a presar, mas tudo despoletou com a morte dele! nenhum orgão de comunicação deixou-nos esquecer isso...basta olhar para as cronologias que veêm sempre associadas ao caso, começa sempre..." 11 maio 2008 morte de Bruno Neves - Amarante"...a aprtir de hoje vejo as coisas de outra maneira, quiseram sempre "servir-se" da morte dele para puderem justificar os factos consumados, mas procuraram, procuraram e nada encontraram, o Bruno não foi a cereja em cima do bolo como eles (federação/cnad)queriam, e agora? vão me processar por estas palavras???? pois que processem, o que tinham a perder já perdemos...e dessa gente (FPC e CNAD) não precisamos para nada!!!!!pelo menos enquanto estiverem os dirigentes que lá estão.

mzmadeira disse...

Um beijo Cristina...

.. por respeito à memória do Bruno nem eu me atreveria a tocar no assunto.
Mas é verdade!

Não foram leões, não foram cães nem gatos selvagens... foram estúpidas hienas que nem sequer caçam, ficam à espera dos restos que os outros deixam para se apoderam do que podem.

Usarão sempre esse argumento [será? a desvergonha também tem limites!...] e depois, infelizmente, nem são eles a fazer essa associação... são profissionais [serão?] de uma das mais bonitas profissões que se pode ter que, vá lá saber-se porquê, sendo que eu avanço com a falta de capacidade para encontrarem outra forma de se chegar ao assunto - infelizmente - irão insistir nos mesmos argumentos.

São uns infelizes que não são capazes de formar uma opinião própria. São uns obtusos que, vai que não vai se lembram de republicar a estafada cronologia dos acontecimentos sem o mínimo pudor, quanto mais respeito por quem sofre a perda de um ente querido...

Alguém, com força, realmente com força, já deveria, neste ano e pouco, ter feito algo para separar os dois acontecimentos.
Nefastos acontecimentos.

Quem?
Se olhamos à volta só vemos 'caniches' que farão as piruetas que forem necessárias para ganharem o ossinho de borracha que, mordiscado lhes saceia o facto de não serem cães de verdade.

E onde estão os rafeirosos que têm que lutar para conseguirem sacar um osso verdadeiro, porque à carne nem conseguem chegar?

Alguns foram 'emprateleirados"... para evitar confusões.

cristina neves disse...

Zé, tu podes sempre tocar no nome do Bruno, porque sim que vai ser sempre com muito respeito e dignidade por ele e por nós, por isso fala, fala dele sempre que for necessário, para essas ditas pessoas nunca se esquecerem que nós estamos sempre de olho neles, sempre, e que esperamos a conclusão ainda do caso Amarante...conforme o que for concluido, depois ...falaremos...
um beijo grande para ti, uma pessoa integra, que nunca nos abandonou, nem nas horas boas e nem nas más que têm sido muitas, um grande grande obrigado