SEM PALAVRAS PARA COLOCAR EM TÍTULO
O pelotão que disputa o Paris-Nice ficou hoje estático na linha de partida para a derradeira etapa da prova, depois de dada a ordem para saírem para a estrada, e assim permaneceu por três minutos, em silêncio, numa demonstração de solidariedade para com o colega belga Kevin Van Impe que protagonizou na passada quarta-feira uma situação que seria caricata, não fora o facto e as circunstâncias em que ocorreu.
Kevin e a companheira esperavam, desde há alguns meses, por uma data que que aproximava e que lhes marcaria a vida. O nascimento do seu primeiro filho. Nas últimas semanas as coisas complicaram-se e o pequeno, que haveria de chamar-se Jayden, nasceu prematuramente, não tendo sobrevivido mais de seis horas.
Acontece que na quarta-feira, quando Kevin estava no cemitério da localidade belga onde vive, Lochristi, a tratar do processo burocrático para a inceneração do féretro do bebé, foi abordado por um responsável pelos controlos anti-doping inopinados que se mostrou de todo insensível ao momento pelo qual o jovem corredor passava, recusando-se a aceitar os seus argumentos avisando apenas que, se não se disponibilizasse para fazer o controlo assumia o risco de ver-lhe ser aplicada a pena de dois anos de suspensão.
Hoje, em Nice, Phillipe Gilbert – que é membro da Associação de Corredores Profissionais - assumiu a responsabilidade de dar a cara, no que foi prontamente secundado pelo líder da prova, Davide Rebellin, e pelo 2.º classificado, Rinaldo Nocentini e, subindo ao pódio onde momentos antes tinham sido entregues as camisolas aos lideres das divrsas classificações, anunciou que o pelotão iria respeitar um momento de silêncio, retardando a patida, como forma de demonstrar a sua solidariedade para com o companheiro de profissão.
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