Beja, 31 Mar (Lusa) - Alentejo e Algarve correm o risco de não receber quaisquer etapas da 71.ª Volta a Portugal em bicicleta, após três anos de presença do pelotão da maior prova lusa, confirmou hoje à Agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Beja.
"Infelizmente, é assim. A empresa que organiza o evento já assegurou que não haverá Volta em Beja este ano, apesar de nós estarmos, como sempre, disponíveis. A haver, os problemas financeiros são deles. Vão fazer uma Volta a meio país porque já me disseram que também não vão ao Algarve", afirmou o autarca Francisco Santos.
Joaquim Gomes, vencedor da Volta a Portugal em 1989 e 1993 e actual director da prova, organizada pela PAD/João Lagos Sports, confirmou à Lusa que a corrida de 2009 não vai passar por Beja, mas adiantou que o percurso ainda não está totalmente definido, rejeitando o cenário de um percurso que contemple apenas metade do território nacional.
"Beja é um dos concelhos históricos da prova, mas, devido aos contratos plurianuais com várias outras autarquias, este ano não vai ser possível, algo que já tinha sido comunicado às pessoas responsáveis", afirmou Gomes.
A ligação Portimão-Beja, presente no início das últimas três edições da Volta a Portugal, não deverá assim ir para a estrada, uma vez que a organização está já a negociar um contrato com a autarquia de Lisboa.
O objectivo será que a 71.ª Volta a Portugal se inicie com um curto prólogo na Avenida da Liberdade, mas o contrato com a edilidade da capital ainda não foi assinado.
Em média, os custos de uma partida da Volta a Portugal ascendem a cerca de 60.000 euros, enquanto uma chegada pode atingir valores na ordem dos 75.000 euros. Já o início e o final da prova podem cifrar-se em sensivelmente o dobro dos valores.
Com a eventual partida de Lisboa, devido aos constrangimentos financeiros e logísticos, a Volta a Portugal poderá ter que rumar a Norte, deixando os adeptos do ciclismo do Alentejo e do Algarve "órfãos" do mais emblemático evento da sua modalidade favorita.
HPG.
Lusa/Fim
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