A notícia, brutal, como todas estas notícias, chegou-me ao telemóvel a meio da manhã de ontem.
Seca. Crua. Morreu o Armando Santiago.
Seguido de um desabafo que, de tão sentido, eu subscrevo: puta de vida!
Não sabia que o Armando estava doente. Melhor, sabia que ele tinha passado por problemas mais ou menos complicados de saúde...
É que nos encontrámos há para aí... cinco, seis meses, no Pavilhão Acácio Rosa, ali no Restelo, num jogo de... futsal.
Entre o Belenenses e o Freixieiro.
Aliás... encontrámo-nos dois dias seguidos, um sábado e um domingo.
Eu, e o Armando Santiago, que tanto convivemos na Estrada, no Ciclismo... reencontrámo-nos num jogo de futsal.
Em dois jogos de fustal.
As voltas que a vida dá...
Contou-me que tinha tido uns problemazitos de saúde, mas a mim pareceu-me que estava óptimo.
Adorámos o reencontro.
Ontem, a meio da manhã a crua notícia: morreu o Armando Santiago...
Teria mil e uma histórias para contar aqui. Que ocorreram com o Armando e comigo, nos meus primeiros anos de Ciclismo, quando ele era o Secretário-geral da Volta, então organizada pelo JN...
Não vale a pena... não sobra muita gente que consiga, hoje, perceber o que se vivia há 18 anos atrás.
Caro Armando, onde quer que estejas quero que saibas que estou contigo.
Foi fantástico o nosso reencontro, num pavilhão, há menos de meio ano atrás...
Despedimo-nos com um até á próxima...
Amigo, porque te foste?
Agora só quando eu fôr também...
3 comentários:
Caro Madeira, a doença do Santiago foi fulminante... quatro meses.
Recebeu um transplante de medúla, ao qual não reagiu bem e o estado de saúde agravou-se de dia para dia.
No final de Fevereiro deu-me o seu novo endereço de mail, que conseguia aceder desde o IPO do Porto (onde estava internado), mas em Março foi o silêncio total. Apenas consegui comunicar com a filha, que dissia que os médicos estavam a fazer todos os possíveis para salvar o pai e ontem foi o fim...
Apesar de só ter acompanhado os últimos anos de organizações do JN, eu consigo perceber o que se vivia no ciclismo nessa altura.
Nunca me esquecerei, que na partida das etapas uma das coisas mais importantes era saber: hora de almoço, km de corrida e "tasca" mais perto. E na hora e local combinado lá estava o Santiago no meio da estrada a fazer-me de policia sinaleiro ;)
Sem duvida uma pessoa fantastica, enquanto pessoa e profissional do ciclismo.
Para mim era uma referência enquanto agente de modalidade, um verdadeiro profissional da modalidade, sempre disponivel, sempre com um sorriso, sempre com sentido de humor, sempre pronto a resolver todos os problemas que iam aparecendo nas organizações.
Sempre tive a esperança que voltaria à modalidade, porque pessoas como este Senhor não podiam estar afastadas ou apenas estarem fieis a uma só organização.
Espero que lhe seja prestada a devida homenagem e que não seja esquecido.
Era sem dúvida a alma e o motor da organização JN, muitos receberam os Louros pelo sucesso dessa organização, mas grande parte desse sucesso deviam a este Homem.
Os meus sentidos pêsames e um até Sempre.
Era um Senhor com uma alegria sem ímpares.
Tive o prazer de lidar directamente nos tempos iniciais da Barbot e não conheci nunca ninguém como ele.
Perde-se um grande homem e que muito trouxe ao nosso ciclismo.
Um bem haja para ti e que nos encontremos para falarmos do teu desporto e que muito te deve.
Um grande abraço,
Luís Monteiro
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