[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
quinta-feira, novembro 02, 2006
309.ª etapa
CONTINUANDO A ESPECULAR SOBRE... OS NÚMEROS
É verdade que a tendência dominante pende para uma redução da quilometragem das etapas, sobretudo nas provas com mais de um dia. Por mais que isto pareça uma redundância pois, se for uma corrida de um dia não é, obviamente, uma etapa.
Mas tomemos aqui o termo ETAPA como ponto de partida. Até porque, de fora do seu conceito generalizado e aceite, em Portugal só temos meia dúzia de “clássicas”.
Outro termo que vem a ser mal empregue.
Clássica é uma corrida com historial. Falem-me da Clássica Paris-Roubaix e eu curvar-me-ei, respeitosamente, ante a História desta corrida.
Digam: a 1.ª Clássica de Alverca e eu farei um tremendo esforço para não rebolar no chão às gargalhadas. “Caricatura” à parte.
Mas, escrevia eu, a tendência dominante, em qualquer prova por etapas, é para a redução da quilometragem das mesmas. Em nome de um menor esforço imposto aos corredores, em nome de uma cada vez maior necessidade de tempo para recuperação, sobretudo, quando há quem ligue o “fenómeno” (assim, entre aspas) do doping com os exagerados esforços a que os corredores são obrigados.
Não deixo de concordar. Mas, francamente… em Portugal estamos a abusar.
Por defeito.
Certo!
Eu sei que, ao contrário das equipas ProTour, que têm até 30 corredores para desdobrarem nas diversas competições, em Portugal ter 16 é considerado um luxo.
E é difícil de gerir porque… ah!!!! pois é… porque à Volta só podem ir 9… (o que, não o provando deixa, pelo menos, a descoberto que também pela parte dos corredores o mais importante na temporada é… a Volta).
Está mesmo TODO errado o nosso ciclismo.
Mas é que eu acredito mesmo! Não tenham disso dúvidas. Corredores a pouparem-se, mesmo à revelia do seu DD para poderem estar “em pleno” na Volta? Ah!, podem crer que há. Sempre houve. Sempre vai haver.
Mas voltemos à questão de fundo.
Será que o melhor para o nosso ciclismo – estou a falar no sentido de que possa melhorar e aproximar-se das exigências que o ciclismo além fronteiras impõe – é passarmos quase metade do ano a correr etapas com menos de 140 quilómetros? Quando, no máximo, há meses com 18 dias de corrida?
São dois dias de corrida por um de descanso.
Para os corredores que fizerem os 18 dias!!!
É um pouco pobrezinho, não é?
É que isto de sermos ou não pobrezinhos, começa em nós.
Queremos ser pobrezinhos?
Contentamo-nos com isso?
Perco-me nos discursos dos responsáveis. Já não sei.
A verdade é que não ouvi eco algum daquelas declarações que ouvi ao professor José Santos.
Afinal… há mais quem se queixe de andar todo o ano a fazer etapas de 140 km para na Volta ter de enfrentar outras de 180 ou 190, ou não?
Claro que não espero ver aqui respostas.
Por isso continuo a falar sozinho.
E a fazer as minhas próprias leituras.
Quem me vai levar a mal?
Este ano não o fiz – aiii!, como gostava agora de o ter feito (mas já não vejo hipóteses disso) – e para o ano já não o vou poder fazer (ou poderei, ou poderei…), mas gostava de apresentar aqui o número de quilómetros de competição de cada um dos corredores que mais quilómetros fizeram.
Não foram os tais 11 mil e tal que referi. Não.
Mas, segundo os números que apurei, se tiver havido UM corredor que tenha feito TODAS as etapas referidas… terá feito uma média de menos de 140 km por dia. De competição…
Dividindo pelos 243 dias que é o total entre a Prova de Abertura – 5 de Fevereiro, ao Festival de Pista de Tavira – 5 de Outubro, dá 580… METROS por dia!
Eu sei!...
Eu sei.
Sei que, para além da competição, os profissionais treinam TODOS os dias.
Mas disse desde o princípio que estou a brincar com números.
Treinam para correr… menos de 600 metros por dia/ano!
Pois é!
Faltam dias de competição.
E as equipas querem mais dias de competição?
E os directores-desportivos têm, de facto, corredores para mais dias de competição?
E aceitam, ou não, mais quilómetros por etapa – como defende o professor José Santos?
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