terça-feira, novembro 14, 2006

325.ª etapa


O TAMANHO (quantificado, da massa de adeptos) NÃO CONTA

Já não alimento mais discussões sobre modalidades preferidas. Sobre o número de pessoas que tem uma modalidade preferida e sobre a quantificação desses números.
O futebol é transversal. Tem adeptos de todas as idades em todos os pontos, por mais pequenos que sejam, do País. As localidades que têm equipas de basquete, de andebol ou de volei albergam grupos de adeptos dessas modalidades. Com o hóquei e com o ciclismo é um pouco diferente. Pela tradição. Os da minha idade e, principalmente mais velhos, não escondem um fraquinho pelo hóquei em patins. A primeira modalidade onde nos fartámos de ser campeões. Da Europa e do Mundo. E nunca o fomos numas olimpíadas porque, desporto marcadamente regionalizado – limita-se, na Europa, a Portugal, Espanha e Itália, e na América Latina, à Argentina (com “extensões” insípidas noutros países europeus e no Brasil) – não chegou a conseguir um lugar na “mapa” olímpico.

Quanto ao ciclismo, “universalizou-se”, dentro deste rectângulozinho e por mais que o queiram negar, graças à rivalidade Benfica-Sporting que, quando o futebol tinha defeso, extravasava para as estradas e, usando uma frase feita, ia de porta em porta, montada numa bicicleta. E houve Joaquim Agostinho, claro. Sem querer ser injusto para com as outras grandes, enormes figuras que, independentemente das equipas que representavam souberam granjear, só por si, autênticas falanges de adeptos. Curiosamente, enquanto, nos dias de hoje qualquer jovem adepto do ciclismo é capaz de dizer os nomes de José Maria Nicolau, Alfredo Trindade, Alves Barbosa e Ribeiro da Silva; de Venceslau Fernandes, Fernando Mendes e Marco Chagas e, claro, de Acácio da Silva e Joaquim Agostinho… quantos jovens com 20 anos ou menos sabem quem foi Vaz Guedes, o clã Adrião, Jesus Correia, até mesmo Chana, Ramalhete, Rendeiro… até a federação de patinagem se esqueceu que a supertaça que realiza tem o nome de António Livramento! “Ignorado” na inscrição no troféu e nas medalhas entregues ainda não há muitas semanas.

Falei na “universalização”, dentro do espaço nacional, do ciclismo graças, mais aos nomes que a equipas, mas isso levou a que hoje em dezenas de localidades prevaleça o amor pela modalidade. No Algarve, Cabrita Mealha, Jorge Corvo (uma vez mais, não quero ser injusto, mas também não quero estender demais este artigo…), no Oeste, João Roque, Leonel Miranda, Joaquim Agostinho… na zona da Feira, um número quase incontável de grandes campeões; em Paredes, Ribeiro da Silva; na zona da Bairrada, com Alves Barbosa à cabeça…a mesma coisa.

E vem este texto todo a propósito de uma notícia à qual só hoje tive acesso lendo, não o noticiário, mas uma crónica do Artur Agostinho, no Record.
Que no dia 4 tinha havido uma grande festa em Alcobaça, festa que reuniu dezenas de campeões que, merecidamente foram então homenageados, embora tenha escapado à CS eu ainda soube.
O que só hoje soube, lendo a crónica de Artur Agostinho, é que, finalmente, está decidida a construção do primeiro Velódromo moderno em Portugal. Foi o próprio secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, quem o anunciou. E anunciou o local onde vai ser construído.

O meu queridíssimo amigo Francisco Araújo – o melhor mecânico do Mundo, “pai”, “irmão mais velho”, companheiro fiel de Joaquim Agostinho em tantos e tantos milhares de quilómetros por essa Europa fora, já há algum tempo, sem esconder um certo brilhozinho nos olhos me tinha dito que “encontrara” nos seus passeios, o lugar ideal para o Velódromo. Ficaria – para ele – na parte Norte do Parque das Nações, pertinho do rio Trancão, encostadinho a Sacavém. Ou não fosse ele um sacavenense de alma e coração!...

Mas não. O Velódromo será construído em Sangalhos. E eu acho muito bem.
Não achei foi a notícia em jornal nenhum!

2 comentários:

molin disse...

Construído ou reconstruído? É que foi lá que o Alves Barbosa rodou em grande...

Fui lá no ano passado e o que vi não me agradou: uma pista com uma inclinação incrível, mas completamente abandonada que até tufos verdes de ervas daninhas tem no meio da pista!

Em relação à patinagem e ao pormenor muito bem observado do inacreditável esquecimento do nome do Homem que dá nome à Supertaça de hóquei em patins, fico satisfeito por teres referido isso. Para além de A BOLA ter sido o único jornal a falar nessa pouca vergonha, é sinal que sou lido!
:)

Obrigado chefe!
Espero retribuir sempre esse carinho...
(Eu entendo isso como um certo carinho!)

mzmadeira disse...

Leio-te a ti... e leio todos.
Se um dia chegar a minha vez de "dar notas"... não vai ser pela cara.

Mas olha que, meio "envergonhados", lá pelo meio dos textos, os outros dois desportivos também tocaram, ao de leve, no assunto a que te referes.
Um grande abraço