Duas notícias, em dois dias consecutivos, com a segunda a parecer um simples decalque da primeira: o Vitória-ASC ficou pelo caminho…
O meu grande – e fiável – amigo António da Silva Campos já há muito me tinha dito que, nos moldes em que a equipa funcionou esta temporada não estaria disponível para continuar a investir no Ciclismo.
A sua empresa agarrou na sub-23 do Guilhabréu há uma meia dúzia de anos (não estou certo do número, mas isso é irrelevante, aqui…) e, com Sérgio Paulinho como figura de proa, trilhou o caminho na direcção da profissionalização.
Investiu muito.
Para os mais esquecidos, lembro aqui que, a então equipa de Vila do Conde venceu por dois anos consecutivos uma das mais importantes provas do calendário espanhol para Elites, o Circuito Montanhês, na Cantábria.
Da freguesia de Guilhabréu – através do seu clube mais representativo – arriscou e apostou mais alto. E apareceu o Clube de Ciclismo de Vila do Conde.
E logo a seguir, a profissionalização da equipa.
A camisola amarela na Volta a Portugal, com o Victoriano Fernandez, em 2003, depois de uma chegada a Castelo Branco (2 dias); depois, outra vez a liderança da Volta, em 2004, com o Cláudio Faria (1 dia), numa chegada a Viseu, e a vitória na primeira etapa da Volta a Portugal de 2005, com o colombiano Jeobany Chacón que levou a Camisola Amarela até ao Fundão, ao quarto dia, quando Vladimir Efimkin a conquistou para não mais a despir, mantiveram a equipa da ASC no noticiário do ciclismo luso durante três épocas consecutivas.
Quantas equipas portuguesas podem disto fazer bandeira nos últimos cinco anos?
Eu sei!... Nenhuma!
Mas, e ainda assim, a ASC, do António da Silva Campos, viu-se e desejou-se para conseguir um parceiro suficientemente forte de forma a poder continuar no Grande Pelotão.
E encontrou, há dois anos, o Vitória Sport Clube, de Guimarães.
Mas, e tanto quanto julgo saber, as coisas sempre funcionaram mais num sentido que no outro. Descodificando… o Vitória ganhou visibilidade, a ASC perdeu dinheiro.
Mas, e porque é uma questão inultrapassável, recuemos até 2000.
Quem é que andou de amarelo nas primeiras sete etapas da Volta?
Um espanhol completamente desconhecido chamado Miguel Manteiga, então ao serviço do Paredes!
E quem era o director-desportivo do Paredes então?
E quem era o director-desportivo da ASC (com os diferentes parceiros) quando a equipa de Vila do Conde andou de amarelo na Volta a Portugal?
Pois!...
Entretanto, e aqui há uns dias, escrevia eu aqui mesmo, no VeloLuso, que a equipa de Vila do Conde/ou Guimarães, parecia ter herdado a malapata do “velho” Tavira que, durante uma década bem medida sempre nos apareceu na corda-bamba. Sai ou não sai?
Sempre o Zé Marques conseguiu, de uma forma ou outra, arranjar os meios necessários para que a turma algarvia não tivesse deixado de estar entre os grandes. Mesmo que tenha havido um ano em que apareceu como amadora, num pelotão de profissionais.
E quando escrevi aquilo sabia que o Zé Augusto Silva estava a fazer o papel do Zé Marques. Era ele, e só ele, quem tentava, de todas as formas possíveis, encontrar uma solução para a equipa.
Três meses – disse-me ele, aqui há uns dias quando falámos –, três meses a correr de porta em porta a apresentar o projecto em que acreditava. Só ele acreditava, é a conclusão a que chego agora.
Mas, e porque é uma questão inultrapassável, recuemos até 2000.
Quem é que andou de amarelo nas primeiras sete etapas da Volta?
Um espanhol completamente desconhecido chamado Miguel Manteiga, então ao serviço do Paredes!
E quem era o director-desportivo do Paredes então?
E quem era o director-desportivo da ASC (com os diferentes parceiros) quando a equipa de Vila do Conde andou de amarelo na Volta a Portugal?
Pois!...
Entretanto, e aqui há uns dias, escrevia eu aqui mesmo, no VeloLuso, que a equipa de Vila do Conde/ou Guimarães, parecia ter herdado a malapata do “velho” Tavira que, durante uma década bem medida sempre nos apareceu na corda-bamba. Sai ou não sai?
Sempre o Zé Marques conseguiu, de uma forma ou outra, arranjar os meios necessários para que a turma algarvia não tivesse deixado de estar entre os grandes. Mesmo que tenha havido um ano em que apareceu como amadora, num pelotão de profissionais.
E quando escrevi aquilo sabia que o Zé Augusto Silva estava a fazer o papel do Zé Marques. Era ele, e só ele, quem tentava, de todas as formas possíveis, encontrar uma solução para a equipa.
Três meses – disse-me ele, aqui há uns dias quando falámos –, três meses a correr de porta em porta a apresentar o projecto em que acreditava. Só ele acreditava, é a conclusão a que chego agora.
O António da Silva Campos já decidira que, sem outro parceiro que “entrasse”, pelo menos, com tanto quanto ele investia, deixava cair o projecto.
Ciente de que estavam em causa mais de dezena e meia de famílias, cujo sustento vinha apenas da equipa de ciclismo, o Zé Augusto não desistiu. E todas as semanas, três ou quatro vezes por semana, lá conseguia entregar o seu “dossier” a algum potencial investidor.
Depois… era aguardar.
No sábado, um jornal desportivo escrevia que o Vitória-ASC acabava.
Ontem, domingo, outro jornal desportivo “copiava” quase ipsis verbis a notícia que o outro publicara.
Nenhum deles, aparentemente – o que escreveu a notícia no domingo, de certeza que não, até pelo próprio texto da notícia –, sabia nem fez nada para saber que AQUELE DIRECTOR-DESPORTIVO de que falei lá atrás… já estava no desemprego antes do anúncio do fim da equipa.
ANTES – atenção que isto é importante – ANTES de deitarem a toalha ao chão e virem publicamente reconhecer que a equipa não vai poder sair (ainda não consegui falar com o António da Silva Campos, atenção…) em 2008, os directores do Vitória de Guimarães já tinham descartado o anterior DD e colocado outro no seu lugar.
Quem?
O Paulo Barroso, que ainda o ano passado era corredor da equipa.
Ao, a partir dessa decisão, ex-DD, foi-lhe proposto o lugar de… massagista!
Ciente de que estavam em causa mais de dezena e meia de famílias, cujo sustento vinha apenas da equipa de ciclismo, o Zé Augusto não desistiu. E todas as semanas, três ou quatro vezes por semana, lá conseguia entregar o seu “dossier” a algum potencial investidor.
Depois… era aguardar.
No sábado, um jornal desportivo escrevia que o Vitória-ASC acabava.
Ontem, domingo, outro jornal desportivo “copiava” quase ipsis verbis a notícia que o outro publicara.
Nenhum deles, aparentemente – o que escreveu a notícia no domingo, de certeza que não, até pelo próprio texto da notícia –, sabia nem fez nada para saber que AQUELE DIRECTOR-DESPORTIVO de que falei lá atrás… já estava no desemprego antes do anúncio do fim da equipa.
ANTES – atenção que isto é importante – ANTES de deitarem a toalha ao chão e virem publicamente reconhecer que a equipa não vai poder sair (ainda não consegui falar com o António da Silva Campos, atenção…) em 2008, os directores do Vitória de Guimarães já tinham descartado o anterior DD e colocado outro no seu lugar.
Quem?
O Paulo Barroso, que ainda o ano passado era corredor da equipa.
Ao, a partir dessa decisão, ex-DD, foi-lhe proposto o lugar de… massagista!
Mas fica uma pergunta no ar...
... a associação (fraudulenta e desonesta) na Comunicação Social (todos sabem do que estou a falar...) da imagem da equipa a problemas com o doping - que a mesma não justificava - quanto terá pesado para o facto de não ter conseguido um co-patrocinador que a mantivesse no pelotão?
E quantas cabeças se dobrão, hoje, reconhecendo o mal que fizeram?
1 comentário:
È pena que casos deste tipo existam no ciclismo português. è sempre penoso ver o final de uma equipa que já nos deu muitas alegrias. Mas o relato que foi feito do esforço desenvolvido por este grande homem Zé Augusto Silva, que para mim é um perfeito desconhecido, mas ganho a minha admiração. Por lutar contra tudo e todos em nome do cilcismo e da sua equipa, são exemplos como este que nos devem influenciar e dar força para trabalharmos em prol dos nossos sonhos. Parabens. mesmo que não tenha conseguido, e sempre de lovar esta grande esforço. Espero que a razão da falta de patrocinios não tinha sido devida a um especulado caso de "doping", mas se foi é pena. È triste saber que as pessoas não saibam reconhecer que o corredor envolvido estava 100% limpo, pois um corredor como ele não necessita desses "recursos". Queria deixar também uma palavra de apreço a toda a equipa que se vê agora numa situação complicada e espero que todos, nã só devido á sua qualidade mas tambem as alegrias que já nos deram possam encontrar uma nova equipa o mais rápido possível. Um abraço e força a todos.
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