sexta-feira, dezembro 14, 2007

1006.ª etapa

UM SUBLINHADO E UMA PREOCUPAÇÃO

Mais duas notícias – felizmente vai havendo notícias sobre Ciclismo, e nem todas são negativas – que hoje nos são oferecidas pelos desportivos merecem-me uma pequena reflexão. No primeiro caso, aliás, não é mais do que sublinhar o que já antes tinha escrito, mas antes que a habitual turma de vigilantes se ponha em campo quero reforçar a minha opinião de que é bom para o Ciclismo português podermos ter no pelotão corredores com o estatuto de Koldo Gil, Oscar Sevilha ou Paco Mancebo. Melhor ainda quando estes atletas, já sem nada para provar, se espalham por equipas diferentes.

Concretizando-se as novidades hoje avançadas por A BOLA, e não havendo, por alturas da Volta a Portugal, problemas físicos a atormentarem nenhuma das principais figuras do novo pelotão nacional, já repararam que poderemos ter quatro equipas, pelo menos, com capacidade para lutar, por exemplo, onde o espectáculo é sempre maior, na subida da Torre?

E continuo a defender que toda a gente é inocente até que um tribunal reconhecido prove o contrário. Mais… tendo, por que razão fosse, contas com a justiça (desportiva, ou outra) mas cumprida a sua pena, toda a gente merece uma segunda oportunidade. E em Portugal, e no Ciclismo, nunca isso foi sequer questionado.

Ou é preciso relembrar que dois dos maiores nomes que deixaram marca indelével na história do nosso Ciclismo, na última década – ambos ganharam a Volta a Portugal –, vieram para o nosso país depois de terem cumprido penas disciplinares, no âmbito desportivo?
E se um deles, até pelo feitio muito… singular, talvez nem tenha conseguido conquistar totalmente o coração dos adeptos, do outro despedimo-nos este ano com enorme e justificada saudade. É um grande homem, foi um enorme corredor e, depois do deslize que cometera em finais da década de 80 do Século XX, não mais teve problemas do género.
E foi profissionalmente um exemplo para os mais jovens.
Antecipando-me à confirmação oficial da notícia, daqui envio as boas vindas ao Oscar Sevilha e ao Paco Mancebo.

A segunda notícia, confesso-o desde já, fez-me franzir o nariz.
Certo que a equipa em causa tem um plantel recheado de grandes valores e que os seus responsáveis terão ponderado a temporada com um único e bem definido objectivo: ganhar. Ganhar o mais possível.
Mas ao ler que “o Vítor Rodrigues será resguardado”, porque será que me vêm, de imediato à memória uma frase gémea, só que com o nome de Luís Pinheiro no lugar do Vítor?

O Luís Pinheiro veio para a Charneca do Milharado muito jovem, é verdade, mas com predicados que o colocavam a um nível bastante superior aos Corredores da sua idade e parecia que bastava ganhar o essencial calo para se bater de igual para igual com os mais velhos para, rapidamente atingir um estatuto de primeira figura.
Exactamente o que acontece com o Vítor Rodrigues.

Ao fim de meia dúzia de anos – apesar de algumas vitórias, mas em provas de segundo plano – o Luís Pinheiro foi dispensado, deixando por cumprir todas as expectativas que nele todos depositáramos.
Que o Vítor Rodrigues possa vir a ter mais sorte.

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