quarta-feira, novembro 01, 2006

308.ª etapa


QUILÓMETROS A MAIS OU... QUILÓMETROS A MENOS?

Prosseguindo esta brincadeira com números, o pelotão profissional (agora já não me esqueço) português percorreu em 2006 um total de 11.355,8 quilómetros, divididos por 85 etapas. Aqui não entram as provas de pista, nem da Malveira, nem de Tavira.
85 etapas que não significam 85 dias de corrida, porque houve provas que tiveram etapas com dois troços. Que aqui, para todos os efeitos, conto como uma etapa.

Agora comecemos a fazer contas.
11.355,8 km, divididos pelas tais 85 etapas chegamos a um número que será o da quilometragem média por etapa: 133,6 km. Não parece ser pouco para os profissionais? Ainda mais porque não podemos usar um argumento que, por si, seria válido. Não. Só tivemos 3 (três) contra-relógios – contando com os “Nacionais” – e 3 (três) “prólogos”.
Não são eles a “causa” de tão baixa média.

A verdade é que das 85 etapas, 29 ficaram “abaixo da média”.
Aliás houve 32 etapas abaixo dos 140 quilómetros e 45 abaixo dos 150 km. Mais, daquelas 85 apenas… 10 (DEZ) tiveram mais de 180 km, o limite máximo permitido para a categoria de… sub-23.

Vem-me à memória, por alturas da apresentação da edição deste ano, o lamento do professor José Santos que dizia mais ou menos isto, cito de memória: “Andamos todo o ano a fazer etapas de 140 km e, chega a Volta saltamos logo para os 200…”
Claro que estou aqui a concordar com o lamento do professor.

Não se chegou aos duzentos mas, das 10 etapas que – em toda a temporada – ultrapassaram os 180 km, 3 (três) aconteceram na Volta a Portugal. Um terço das etapas da Volta.

A etapa mais longa que o pelotão teve de percorrer disputou-se a 9 de Março, foi a primeira da Volta ao Distrito de Santarém, que ligou Fátima a Torres Novas e teve 209 km.

A única, em toda a temporada, que ultrapassou a fasquia das duas centenas de quilómetros.
No segundo lugar, neste ranking, surgem a 3.ª etapa da Volta ao Algarve (Castro Marim-Faro, a 17 de Fevereiro) e a 4.ª da Alentejana (Arraiolos-Redondo, a 27 de Maio), ambas com 198 km.
A 7.ª etapa da Volta, Celorico de Basto-Senhora da Graça teve 192,7 km e segue-se àquelas três, num ordenamento decrescente.

Só pouco mais de um terço (30 etapas/35%) das etapas se situou entre os 150 e os 180 quilómetros de extensão. A faixa que, digo eu, seria a ideal para corridas por etapas. E não esqueçamos que, para além da Volta, temos mais 6 (seis) corridas no calendário internacional!!!

Enfim, são apenas números. Mas, juntando a discrepância, no que respeita às quilometragens, os factos já antes aqui focados – apenas 1 (um) crono, para além dos “Nacionais”, e com as subidas da serra da Estrela e da Senhora da Graça guardadas exclusivamente para a Volta… – parece que para um exame de álgebra, aos “alunos” é apenas dada para “estudar” a tabuada de somar…

3 comentários:

mzmadeira disse...

É verdade...

Antonio Dias disse...

Quando o Paulão fala, fala quem sabe ;). E esta é a questão: o policiamento apeado!

Antonio Dias disse...

Já agora, lembrar esta situação caricata... http://cyclolusitano.com/ipw-web/portal/cms/modules.php?name=News&file=article&sid=87