sábado, janeiro 05, 2008

1024.ª etapa

SAMORA CORREIA PODERÁ TER
UMA ETAPA DA VOLTA A PORTUGAL


Embora tenha acabado por ser pacífica – mais, bastante compreensiva até – a aceitação, por parte dos grandes patrocinadores, da anulação do Lisboa-Dakar, e de, pelo que me foi dado ler, a CM Lisboa se não ter manifestado, tanto os presidentes dos municípios de Portimão como o de Benavente defenderam-se esgrimindo que os investimentos feitos para acolherem a passagem e o final de etapa do famoso rali o foram com dinheiros públicos que não poderão deixar de ser repostos, uma vez que o evento não chegou a sair.

Com Portimão já a João Lagos Sports vinha a colaborar, curiosamente, desde o momento em que acordou a parceria com a ASO para fazer sair o raid de Lisboa. Portimão recebia uma etapa do Dakar e albergava ainda toda a estrutura envolvente da Volta a Portugal em bicicleta, que saiu da cidade da Foz do Arade nos dois últimos anos e será ainda partida da principal corrida do calendário português este ano.

O milhão e meio de euros que Portimão investiu este ano no Dakar poderão vir a ser diluídos numa extensão do contrato para ter a Volta, o mesmo acontecendo com o município de Benavente que gastou 30 mil euros na preparação das infra-estruturas necessárias para ter duas Zona Espectáculo (ZE) na área da freguesia de Samora Correia.

Neste caso, e com mais um pequenino esforço por parte da autarquia – o que a JLS tentará negociar pois, para além de evitar ter de devolver dinheiro, ainda iria conseguir ganhar algum -, Samora Correia poderia receber a 2.ª etapa da próxima Volta - que há-de vir de Beja – naquilo que seria a estreia absoluta desta vila, em franca expansão económica, no mapa da Volta.

P.S.: Esta decisão da ASO há-de ter sido das mais difíceis que jamais algum organizador de um evento desportivo teve de tomar e não facilitemos, ao optar pela anulação de uma corrida com o peso do Dakar, foi porque as razões foram, realmente, preocupantes. Tão preocupantes como o facto de a proposta ter vindo do próprio governo francês, sustentada por informações reais dos seus serviços secretos.
Hoje ainda havia muita gente a manifestar-se contrária à anulação mas ponham-se na pele de Patrick Clerc, CEO da ASO. Se se tivesse partido e depois acontecesse um incidente que nem imaginamos o que poderia ser… aí sim, seria o fim da ASO.
Lamento, não sei se o Dakar (nos moldes em que o conhecemos) vai resistir a este golpe, mas tenho que concordar com a decisão de não pôr em risco a segurança – ou a vida – nem que tivesse sido de um único membro da caravana.
E não, o terrorismo não ganhou.
Ganharia, isso sim, se daqui a uma semana tivéssemos que estar a lidar com uma dezena de mortos ou meia centena de reféns que depois seriam usados como moeda de troca para que se libertassem mais terroristas.

1 comentário:

Ezi disse...

Pois é por este andar e com esta situação de uma mão lavar a outra ainda vamos ver o Benfica a participar na ........ volta a França :)