domingo, janeiro 27, 2008

1048.ª etapa

SOMOS O QUE PENSAMOS,
NÃO AQUILO QUE PENSAMOS QUE SOMOS

António Dias (CycloLusitano) - Declarações de um corredor ProTour a propósito das novas medidas anti-doping lançadas esta época, nomeadamente o passaporte biológico:
"São mais ferramentas na luta contra o doping. Não são um constrangimento. Pouco importam as vezes que nos teremos de submeter a controlos sanguíneos. Pouca importa os horários e dias em que devemos estar presentes em casa ou noutro sítio qualquer, disponíveis para as autoridades de controlo. Um trabalhador na sua fábrica tem um horário a respeitar e contas a prestar ao seu empregador. Porque não o deve fazer um ciclista ou um desportista?
Para quem defende o habitual discurso de lamentações de alguma classe de ciclistas, aqui está uma boa resposta."

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Paulão (CycloLusitano) - Imagina a seguinte situação:
Hoje que é domingo estás em casa descansadinho com a tua esposa, amanhã até só trabalhas na parte de tarde e lembras-te de ir ver a neve à Serra da Estrela. Chegas lá, divertes-te e decides ir jantar ao Museu do Pão e como o jantar estava delicioso, já tarde quando acabas e não queres fazer a viagem de regresso a essa hora (até porque bebeste um copito a mais) preferes ficar a dormir no Camelo e regressares a Lisboa amanhã de manhã depois se um bom pequeno-almoço e chegando a Lisboa só lá para as 12:00.
Se te apetecer fazer isso, podes, certo?
Legalmente ninguém te pode impedir, correcto?
Agora a mesmíssima situação só que em vez de trabalhares num escritório és corredor profissional e logo á noite aparece-te em casa um controlo surpresa e como não estás és considerado dopado.
Penso que me fiz entender, certo?
Nem antes do 25 de Abril (segundo ouço dizer) havia limitação de circulação dentro de Portugal, porque será que querem tornar "reclusos" os corredores?
Porque é que não penalizam os responsáveis das equipas (director desportivo e/ou médico) quando um corredor é apanhado?Bem, eu já não acredito no Pai Natal e penso que vocês também não...Mas por acaso acreditam que os corredores que foram apanhados fizeram o que fizeram só por sua iniciativa?
É obvio que não tenho como provar por “a+b = c” esta minha última questão, mas ainda vou tendo o direito de opinião…
Mas vamos aguardar para ver o que vai ser dito na conferência de imprensa que está agendada salvo erro para esta semana sobre o tema.
Bem sei que o título deste sub-fórum é "Ciclismo Internacional" mas quem ler isto vai sempre fazer a comparação ao Ciclismo Nacional, mas por favor, deixem de bater nos corredores que este ano só ficaram sem emprego cerca quarenta corredores e dos que conseguiram contrato muito provavelmente alguns (muitos) nem as condições mínimas financeiras contratuais irão receber.

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António Dias (CycloLusitano) - Estás a misturar alhos com bugalhos... Uma coisa são os procedimentos normais, outra são abusos que por vezes se têm verificado, caso do caricato controlo antes do jogo da bola dos ciclistas. Sim senhor, aí houve claramente abuso. Mas não confundamos situações... Quem quer cumprir não inventa desculpas, o resto é conversa.... desculpa a frontalidade.
Eu sou pela responsabilidade individual, se uma pessoa faz algo, ainda que constrangida por outros para o fazer, dispondo sempre do livre arbítrio para decidir, tem que assumir a responsabilidade pelos seus actos.
E se a culpa não é só sua que acuse quem de direito.
Caso contrário, isto é uma selva onde ninguém se entende.
Paulão, como é que tu podes penalizar o director desportivo, à luz dos regulamentos, por um seu corredor ter tido um controlo positivo? A menos que o corredor diga alguma coisa em sua defesa e que responsabilize o seu director (não é nos jornais, é junto das autoridades competentes), nada poderá ser feito. Se faz e cala, cala-se para sempre.

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Paulão (CycloLusitano) - Eu sou pela responsabilidade individual, se uma pessoa faz algo, ainda que constrangida por outros para o fazer, dispondo sempre do livre arbítrio para decidir, tem que assumir a responsabilidade pelos seus actos.

António, em que mundo é que vives?
Mas sinceramente, pensava que com a tua paixão assim como o conhecimento pessoal que tens com alguns corredores que terias um pouco mais de conhecimento da realidade do ciclismo.
Mas por favor, deixem de crucificar os corredores, pois se há alguns que são batoteiros a esmagadora maioria não o é.
Quanto aos regulamentos eles todos os anos sofrem modificações, pelo que seria muito fácil prever essa situação.
Mas fiquei contente com o que li no Jornal de Ciclismo em que a Policia Judiciária está já a investigar as presumíveis redes de doping.
Mas tudo bem, tu já mostraste o teu ponto de vista, ou seja, os Corredores são os únicos culpados e eu o meu em que tenho a certeza absoluta que eles não são os únicos culpados não passando pois de meros instrumentos, pelo que podemos dar por encerrado o tema (obviamente que poderá haver excepções muito pontuais).
Mas vá lá que admites que possam ser constrangidos por outros para o fazer e muito sinceramente que na tua actividade profissional quando for constrangido a fazer algo de menos licito te possas negar a faze-lo.
Dou-te um exemplo de uma atitude menos licita na minha actividade profissional, ou seja, tenho um cliente que me pergunta qual a taxa de juro que eu lhe dou num deposito a prazo por exemplo a 90 dias, ao qual eu por exemplo lhe respondo 8% e não lhe explico que a taxa é para um período de uma ano assim como também lhe omito que sobre os juros lhe irão ser deduzidos 20% de IRS (a não ser que ele o pergunte directamente).

o - o - o - o - o - o - o

Ora bem… [agora sou EU] cá estou eu a perverter o que alguns acham ser a suprema verdade. E faço-o com especial gozo, porque – permitam-me o pequeno pecado do orgulho – leio ali sinais de irritante facciosismo.

Refiro-me ao post do António Dias.
Primeiro… porque omite ele o nomo do Corredor?
Se, de facto, alguém afirmou aquilo, há-de ter dito o seu nome.
Há opções. O departamento de Relações Públicas de uma qualquer equipa ter posto na rede de notícias declarações inventadas...

Ou um corredor ter sido obrigado a dizer o politicamente correcto.
Mas aqui onde é que está o nome do Corredor?
E como é que o António, uma pessoa que todos temos como inteligente, lê que… UM CORREDOR afirmou, e para ele isso bastar?
Quem foi o Corredor?
E em que circunstâncias disse isso que ele – António Dias – diz que ele disse?

Perdoem-me o que disto puder ser tido como sobranceiro… Mas o António Dias, enquanto responsável pelo Fórum do CicloLusitano (eu sei que ele diz que já não é… mas foi), permitiu que semi-analfabetos dissessem (escrevessem) as maiores barbaridades e foi lesto, não uma, não duas, mas três vezes em banir-me daquele espaço.

Até pode ser que o António Dias esteja convencido que sabe mais de Ciclismo do que eu.
Não é o único. Mas se o sítio nem era dele – mesmo que fosse responsável pelo Fórum – que se assente que me baniu a mim.
O único que contrariava, com argumentos sustentáveis, as suas teorias de amador.

E, cito a citação do António Dias:
“Um trabalhador na sua fábrica tem um horário a respeitar e contas a prestar ao seu empregador. Porque não o deve fazer um ciclista ou um desportista?"

O António Dias deveria ter percebido duas coisas. A primeira, está certo que um trabalhador na sua fábrica tem um horário a respeitar… agora que o António Dias diga com TODAS AS LETRAS, que o horário de trabalho de um Corredor Profissional começa às 00.00 horas e termina às 24.00… Explique então o A. Dias onde foi buscar a excepção, em relação aos Corredores que, segundo o António Dias, estarão 24 horas por dia de serviço?
A gente às vezes escreve coisas mesmo tontas, não é António?
Como continuo a achar que deve ser um rapaz porreiro, ainda bem – digo eu – que o ridículo não mata!

Cito de novo o angélico Dias:
“Para quem defende o habitual discurso de lamentações de alguma classe de ciclistas, aqui está uma boa resposta.”

Pois é… alguma classe de ciclistas… mas isto é o quê?
O que queres dizer António?
Classe dos Corredores – de uma vez por todas, ciclista é um andador de bicicleta; Corredor é um profissional do Ciclismo e eu acho que é destes que pretendes falar.

Mas como não sei exactamente, não comento agora.
Enquanto o A. Dias não explicar se estamos a falar de andadores de bicicleta ou de profissionais de ciclismo.

Depois vem o ajuizado comentário do Paulo Sousa [Paulão] e o A. Dias volta à carga com esta:
“Estás a misturar alhos com bugalhos... Uma coisa são os procedimentos normais, outra são abusos que por vezes se têm verificado, caso do caricato controlo antes do jogo da bola dos ciclistas. Sim senhor, aí houve claramente abuso. Mas não confundamos situações... Quem quer cumprir não inventa desculpas, o resto é conversa.... desculpa a frontalidade.”

Nem um argumento sustentável em frase tão bonita.

O que são, afinal os procedimentos normais?
Ir, inopinadamente à procura dos Corredores é normal!
Então esse controlo no tal jogo de futebol entre amigos cabe perfeitamente no regulamento.
É ridículo, é chato, é passível de o transformarmos em anedota… mas encaixa nos procedimentos normais.
Houve abuso porquê?
E, nota, EU FUI O PRIMEIRO A DENUNCIAR O CASO – só muito depois alguns jornais pegaram no assunto – mas não disse que era ilegal.
Só que tinha sido de mau gosto.
Não houve abuso.
Foi um controlo inopinado, feito onde o Corredor em questão foi encontrado.
Como mandam os regulamentos.
A. Dias… NÃO SABES OS REGULAMENTOS.

Eu critiquei – e reforço aqui a minha crítica – porque acho desproporcionado o afã persecutórios aos Corredores.
Mas o Corredor em causa – cujo nome não fui eu quem divulgou embora o soubesse desde o primeiro momento – podia, não fora o caso de estar num encontro de amigos – e a alguns (bons quilómetros de casa) ter sido controlado exactamente à mesma hora, no regresso de um treino de estrada. Não havia “caso” aí.
O problema do A. Dias – e de muitos mais – é que não sabendo os regulamentos se perdem algures entre o que eles julgam que eles são e o que eles são de facto.

Mandava o bom senso que, na dúvida – para não falar na ignorância – se mantivessem calados. Mas o desejo de um protagonismo que não justificam e que, mesmo que o justificassem, não mereciam, fala mais alto.

Toda a gente quer botar discurso.
E diz as maiores baboseiras, algumas tão emoooormes que gente como eu até custa a acreditar…

Outra citação do “honnoris causa” em termos de Ciclismo:
“Paulão, como é que tu podes penalizar o director desportivo, à luz dos regulamentos…”
Vergonha!
Distracção ou então… Má fé!
A verdade é que os ACTUAIS REGULAMENTOS – mentira!, os de 2006 já assim o ditavam! - prevêem a responsabilização dos DD no caso de não serem localizados, após as primeiras 48 horas de busca, os seus corredores. [Ver em www.uvp-fpc.pt].

Porque é que o Sapateiro insiste em ir além da Chinela?
Que ao menos tenha a hombridade de confessar que não sabe mais que… um tipo que se deu ao trabalho de ler os Regulamentos.
E ele não os leu porque não quis.

António!... Estás OUT.

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