quinta-feira, janeiro 31, 2008

1054.ª etapa

UM EXEMPLO, DOIS EXEMPLOS…
CHEGA!... QUEREMOS MUDAR!


Não sei o que os diários desportivos vão escrever amanhã sobre isto – se é que vão escrever alguma coisa –, muito menos o que, pelo menos um generalista que tem vindo a destacar-se pelas gloriosas traduções que faz de tudo o que na imprensa estrangeira sai sobre Corredores dopados, mas tenho, eu, aqui - e terão tido mais dois ou três jornalistas da nossa praça - uma das mais bonitas notícias relativas ao Ciclismo que se nos deparou nos últimos tempos.

Decididos a sair para a estrada e confrontados com a falta de um indispensável segundo patrocinador, o staff da Extremadura-Grupo Gallardo (detentor da marca Spiuk), avançaram como rosto de uma cooperativa que, no entanto, engloba todos os profissionais da equipa.


A Junta da Extremadura cumpre a sua promessa de dar 600 mil euros para que a equipa seja Continental Profissional – o mesmo nível do Benfica – e, no seu total, o conjunto da equipa empenha os restantes 200 mil euros necessários para a saída da equipa.

Isto é, abdicarão, individualmente e no colectivo, de vencimentos e prémios até que se chegue àquela verba. Só a partir dela começarão a ganhar para eles.

É uma loucura?
Não!
É uma quase inacreditável demonstração de vontade, de amor à modalidade.

Claro que, se não fosse assim, quase mais de duas dezenas de pessoas ficavam sem emprego.
Mas quando parece que toda a gente olha para o Ciclismo quase como a fonte de todos os males do desporto, é bom saber que ainda há quem não se importe de pagar para trabalhar.

E com todas as exigências – que são do conhecimento público – que a UCI põe às equipas ProTour e Continentais Profissionais… digam-me, acham que estes homens estão habituados a fazer batota e põem assim o seu único meio de sustento em jogo?

Lamentável, isso sim, é ler que o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo - para todos os efeitos, toda e qualquer decisão emanada da federação sai com a sua chancela, incluindo a aceitação dos plantéis das equipas inscritas (porque não impediu a sua inscrição?!!!) - acha que é mau para o Ciclismo Português a presença de tantos corredores espanhóis alegadamente ligados à “múmia” – o que é senão isso? - Operação Puerto.

Está na hora, doutor Artur Lopes, de aproveitar o lugar que atempadamente garantiu na superior estrutura da UCI e deixar a Federação Portuguesa de Ciclismo entregue a quem tiver mais tempo e vontade para a ela se dedicar.
Digo-o eu. E sempre fomos amigos.
E não vejo na minha opinião motivo para deixarmos de o ser.

Mas doutor, acredito piamente que é importante a sua presença na Comissão Executiva da UCI, contudo, está na hora de dar o lugar a outro na Direcção da FPC.

1 comentário:

Paulo Sousa disse...

Ui,

Já começou a "campanha"?

Olha que ainda faltam alguns meses para as eleições...

Ou será esta mensagem seja algum “aviso á navegação”.

O Joaquim Gomes dava um bom presidente, tem boa reputação, pode-se considerar uma figura pública, tem desenvolvido um bom trabalho na PAD.

Temos também o Delmino Pereira que é uma boa alternativa ao Dr. Artur Lopes mas tem o se não de ser do norte.

O Sr. Francisco Manuel também poderá ser outro bom sucessor, já lá está há alguns anos conhece bem os cantos da casa, porque não?

Mas já há candidatos?

Madeira, contudo penso que o Dr. Artur Lopes continua a ter condições para se manter á frente dos destinos da Federação, é certo que nalgumas coisas possa não ter estado bem…, mas isso quem não tiver pecado que atire a primeira pedra.

Mas voltando á tua sugestão até seria bom para o Ciclismo Luso, ou seja, o Dr. Artur Lopes na UCI, o Paulo Couto na CPA (vice-presidente) e quem sabe se não começaríamos a ser vistos com outros olhos?

Quanto á Spiuk é de louvar a coragem e iniciativa.