terça-feira, janeiro 22, 2008

1040.ª etapa

O CRONO DA VOLTA AO ALGARVE
VAI SER MESMO A “DOER”


À medida que vamos tomando conhecimento dos pormenores, mais fácil fica formar uma opinião e, se já aqui escrevi que não via nada de mais no facto de a primeira corrida por etapas da nova temporada incluir um contra-relógio individual, com mais de 30 quilómetros, tenho que confessar que só sabia isso mesmo: que o crono teria 34 quilómetros.

Entretanto, já com os percursos disponíveis, sou surpreendido com um traçado bastante original.


Como explicou o Rogério Teixeira (presidente da associação algarvia), para fugir à confusão - ok… também para não condicionar durante três ou quatro horas um eixo rodoviário fundamental – da Estrada Nacional 125.

Imaginara um traçado junto ao mar… sai-me uma incursão pelo interior, por estradas municipais que, honestamente, não conheço. Mas não é isso que está em causa aqui.

Nos primeiros dez quilómetros sobem-se 120 metros; não é muito, pois não, são dez quilómetros em subida, ligeira mas constante, a fazer mossa; e ainda se subirá mais, até aos 250 metros, sensivelmente a meio do percurso. Pronto. Depois é sempre a descer até Tavira.

Outra novidade – pelo menos para mim – é o facto de o crono terminar na Pista do Ginásio. Ideia de aplaudir.

Num contra-relógio individual, se bem que os espectadores possam ver todos os corredores, espaçados entre eles, falta qualquer coisa de espectáculo. E as tradicionais chegadas num arruamento qualquer não conseguem oferecer condições ideais a mais do que duas ou três dezenas de pessoas.

Não sei quantas pessoas leva o Estádio de Tavira mas serão com certeza muito mais. Adivinho uma tarde de grande espectáculo, sabendo da afficion dos algarvios, em geral, e dos tavirenses, em particular.

Parabéns à Organização e, apesar da surpresa que foi para mim o traçado escolhido para o crono, mantenho que não tenho nada contra. São 34 quilómetros, os mesmos 34 para todos.
A não ser que as condições meteorológicas sejam adversas, instáveis… o que espero não venha a acontecer.

E reforço o que já antes escrevera. Pela primeira vez – desde há muitos anos a esta parte – todas as equipas nacionais têm nos seus quadros verdadeiros especialistas na luta contra o cronómetro.

Nessa altura, creio lembrar-me, deixei duas equipas de fora quando falei neste assunto. A Barbot-Siper – que ainda não tinha contratado o David Bernabéu – e o CC Loulé. Aqui, grande falha a minha. Não referi o Renato Silva. Desculpa lá Renato.
O Renato Silva é, sem favor nenhum, um dos melhores contra-relogistas nacionais e cabe na lista dos favoritos. Também não falei, na altura, do Isidro Nozal (Liberty Seguros). Eu que o vi vencer, e surpreender tudo e todos, dois cronos numa Vuelta imprópria para cardíacos.

Claro que estamos no início da temporada, alguns corredores – pelo peso que vão ter na estratégia global das suas equipas, tendo em vista a temporada [leia-se: a Volta] – não vão aparecer já nas suas melhores condições, mas não podia continuar a acontecer o que aconteceu nas últimas temporadas quando os especialistas chegavam à Volta a Portugal, onde o contra-relógio final tem vindo a ser quase decisivo, com um crono de pouco mais de 10 km e depois os Nacionais. Nem mais uma oportunidade para se baterem contra o cronómetro.

Ainda bem que este ano, parece, as coisas vão mudar. Pelo menos as voltas ao Algarve e ao Alentejo têm contra-relógio… e com quilometragens muito mais próximas das dos Campeonatos Nacionais e do da Volta a Portugal.


Nota: A imagem é tirada do Google Earth, o traçado desenhei-o eu.

Pode não ser exactamente asism.

2 comentários:

NeuSantos disse...

O contra relogio vai ser bastante duro.
Um carrocel como já ouvi comentário de ciclistas.
Um constante sobe e desce, estradas sinuosas e estreitas, e algum mau piso.
Vamos ter espetaculo garantido.

mzmadeira disse...

Olá Neusa!, Bem Vinda.
Como eu "adivinhei" porque, sinceramente, não conheço essas estradas.
Como amantes do espectáculo-Ciclismo, acho que só devemos pedir uma coisa, avance quem é pessoa de fé! :-)... que não esteja um daqueles dias feiosos, de Inverno... intermitente.
Que a estrada esteja igual para todos.
E que ganhe o melhor. É, terá de ser sempre, a vontade de quem quer continuar a acreditar que o Ciclismo não é o "ninho" de batoteiros, mensagem que alguns insistem em quer fazer pensar.