quarta-feira, janeiro 30, 2008

1053.ª etapa

MAS… NÃO PERCEBEM MESMO, OU QUEREM
FAZER DE MIM COMPLETAMENTE PARVO?

Fico, confesso, pasmo perante algumas demonstrações de uma mui pouca modesta ostentação de pseudo idoneidade e de um quase ridículo auto-convencimento assumido por alguns como se só eles fossem donos da inteligência.

Consultando o sítio oficial da Federação Portuguesa de Ciclismo – de onde, com a devida vénia, retiro a foto junto – fiquei ontem à noite a saber o texto do acordo celebrado entre todas as partes interessadas no que respeita à luta, no pelotão português, contra o flagelo do doping.

Que não é a mesma coisa do que a luta contra o flagelo do doping no pelotão português, como, espero eu, todos entenderão.

Quem me conhece – e fico na dúvida se as reacções que recebi foram de alguém que me conhece – saberá com certeza que (talvez seja defeito…) cultivo um certo humor negro, não raro brincando com situações nas quais eu nem sequer me saio tão bem assim. É uma arma. Uma vingançazinha contra as agruras da vida…
É o humor alentejano.

Os britânicos também têm uma forma muito deles de brincarem com algumas situações…

Passei meio-dia no Hospital, como era preciso fazer testes clínicos, só bebi água até ter chegado a casa, já depois das 22 horas. Andar de transporte público é complicado, ainda por cima se for necessário usar vários.

Depois de comer qualquer coisinha, de arrumar as coisas, de estruturar o como e quando ia conseguir, hoje, cumprir tudo o que tinha para fazer, incluindo mais testes médicos, naquela hora de esquecer tudo, de tentar arejar a cabeça – e também porque sabia, porque os serviços da FPC me fizeram chegar atempadamente o anúncio da Conferência de Imprensa de ontem – fui à procura da informação.




Que encontrei, o que aplaudo pois nem sempre o sítio da FPC disponibiliza assim, em tão curto tempo, informações importantes.

Passei os olhos de revés pelo texto do acordo e achei piada àquela parte que foquei na 1052.ª etapa. Reconheçam, os fiéis à boa vontade, que há ali uma discrepância, mas aquilo não foi mais do que um mero exercício de escape. Uma brincadeira…

Ok, sem eufemismos, brincadeira, brincadeira não terá sido, mas também não era para merecer as duras críticas como as que fizeram o favor de me endereçar.

Primeiro, porque menosprezaram a minha inteligência.
EU SABIA que o que ontem ia acontecer era uma Conferência de Imprensa na qual seria divulgada uma decisão, naturalmente já tomada, em devido tempo.
Usei mal a expressão “foi aprovado um documento”.

Usei. Mea culpa!

Mas é tão óbvio que uma decisão destas – e eu sei-o bem, muito bem – foi objecto de apuradas e mais ou menos longas discussões envolvendo todas as partes que pensei que aquele textinho fosse lido na perspectiva em que o escrevi.

Era uma blague… uma inocente provocaçãozinha!
Era! Confesso...

É claro – acho eu - que este acordo foi subscrito em tempo útil de forma a que o seu texto não mereça qualquer reparo. Nem eu o faria.
Glosei aquela pontinha deixada de fora. Só isso!
Caramba!... Criei assim tantos anti-corpos desde que tenho o blog?


Mas quem é que se acha ameaçado com as minhas opiniões aqui, num sitiozinho recôndito na Internet?

Explico o texto da 1052.ª etapa.
Eu sabia que o acordo estava feito; sabia que todas as partes o aceitavam e, ao lê-lo, achei piada – só isso, piada – ao destempo da Conferência de Imprensa. Mas quem é que desconhece que eu… conheço estes desencontros?

Caramba!, acontecem tantas vezes…

Resumindo, e deixando, em definitivo, a 1052.ª etapa para trás: percebi o acordo, percebi o desfasamento, mas, num momento que – foi-o, para mim – de descompressão, num dia bastante problemático, escrevi pensando que qualquer pessoa de bem perceberia a ironia.
E ninguém o negará.


O acordo existia, mas só ontem foi tornado público.
E no seu texto reporta-nos para uma data bem anterior.
O que é caricato, mas não passaria de um fait-divers.
Se calhar não é mesmo, eu é que me estou a chatear com quem não merece o mínimo de importância…

Reentrando nos carris: ainda bem que foi possível chegar-se a um acordo que, parece-me, agrada a todas as partes. Porque eu quero e defendo um Ciclismo desportivamente honesto. Claro que quero. Alguém duvidará disso?
E foi com esse espírito que ontem à noite escrevi aquele texto.

Mas atenção! Desde há quase 2000 anos que repetimos uma mesma frase que tem uma profundidade significativa.
Cito: À mulher de César não basta ser séria, também tem de o parecer

E este acordo agora tornado público não é – não é, não – perfeito.

E isso sim, a mim preocupa-me, no seguimento de outras situações já vividas.
zonas cinzentas, buracos na malha
É como todas as Leis.
Os mais humildes (eu chamo-lhes parvos, se me permitem isso, garantindo que não é no sentido mais depreciativo do termo), podem ver tolhidas futuras decisões em relação aos seus plantéis.

No inverso, os mais… espertos (e aqui não retiro um átomo da carga que a palavra acarreta), até podem vir retirar proveitos desta Lei.

Vou deixar em aberto o desafio aos companheiros no activo.

Há fragilidades na Lei e, se ninguém as perceber – ou quiser perceber – cumprindo religiosamente a Lei vai ser possível… contorná-la.
Eu vou estar de sentinela!...

Sem comentários: