sexta-feira, janeiro 11, 2008

1030.ª etapa

PORQUE É QUE TODOS TEIMAM
EM IGNORAR A NOVA LEI?

No que diz respeito ao futebol ainda li qualquer coisa. Quanto às Modalidades praticamente zero! A verdade é que a Lei 5/2007 – Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto – não vai deixar pedra-sobre-pedra no que se refere ao status quo vigente até agora.

No futebol as associações regionais estrebucharam.
Todo o Desporto evoluiu.
Nada contra!

Se o objectivo há muito deixou de ser o mens sana in corpore sano e ultrapassando o citius, altius, fortius – candidamente encarado num estado puro – o Desporto se descaracterizou e passou – já teve essa fase, já teve – a ser mais uma arma de arremesso na guerra fria entre blocos políticos, para logo evoluir para guerras intestinais mais ou menos assumidas sob a mesma bandeira, já era tempo de ser legalmente reorganizado.

Como referi, os exemplos que me foram dados a ler quase não saíram da órbita do futebol. Mas o diploma em causa é transversal.

Isso de as umas associações serem mais associações que outras, parece que acabou.
Vai ter que acabar.

Como o doutor Dias Ferreira escreveu numa das suas crónicas no Record, está anunciado o 25 de Abril para o desporto.

Eu sei das conotações que a simples citação desta data acarretam, mas não será por aí que deixarei de ir.

A Lei 5/2007 transpõe, finalmente – 33 anos depois – a Democracia para as instâncias desportivas deste país.

Em muitas das modalidades evoluiu-se para a separação concreta entre a parte profissional, mal ou bem organizada e com claros apoios externos aos institucionais, e o desporto pelo desporto. Se é que ainda resiste a figura do puro amadorismo.
Claro que existe.

Pois bem, o primeiro, o desporto profissionalizado, fica, no quadro daquela Lei, perfeitamente identificado e o Estado exige democracia, como não podia deixar de ser.
Uma associação um voto em Assembleia-geral, rotundo NÃO ao voto por representação.

Primeira consequência: a perda de influência das associações distritais ou regionais.
No caso concreto do Ciclismo, as associações de Corredores, de Grupos Desportivos ou de Organizadores ultrapassam, em importância, o peso das associações.

Independentemente de não deixar de reconhecer a importância das associações, não posso deixar de estar de acordo com a Lei.

As associações não deixarão nunca de ter o seu peso regional, mas também não se lhes pede mais. Só que façam o seu trabalho bem feito.

Como ultimamente tenho visto várias ideias que aqui deixei serem, depois, desenvolvidas por outros, espero que esta não se perca. Força aí!...

E que se acabe – é, de facto, o mais importante – com os “cozinhados” envolvendo as associações mais representativas (no antigo quadro corporativo) para eternizar certas situações ao nível da federação.

Aplaudo o fim do cinzentismo dos compadrios e espero, sinceramente, que os novos parceiros saibam exactamente o que querem.

O que, digo-o sem complexos, ao nível do Ciclismo não estou tão certo assim.
Cabe-vos mostrar que eu estou errado.

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