terça-feira, setembro 30, 2008

Nota.1

Li hoje, num blog que, por acaso, é partilhado por um colega de profissão, uma coisa que jamais me passaria pela cabeça.

Esse colega de profissão, Jornalista, à margem - tal como eu - do trabalho que desenvolve no seu jornal, para desanuviar mantém com mais três parceiros um blog que, no caso, se centra no futebol.

E, por acaso, até nem foi a falar de futebol, mas dos Jogos Paraolímpicos, que uma opinião sua - e um blog (tirando os folclóricos) serve exactamente para isso, para que seja quem fôr emita a sua opinião - conseguiu chegar ao Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
Quer dizer... por se ser jornalista, mesmo à margem do OCS para o qual trabalha, um homem, lá por ser jornalista não pode emitir a sua opinião?
E em que Lei se enquadrará a competência do Sindicato dos Jornalistas para se meter com um mero blog?

Ai!... Não nos chegava a ASAE!

Agora somos controlados pelo nosso Sindicato naquilo que no remanso do nosso lar nos aprouver escrever?

Eu já o dise mil e... duas vezes. Sim, sou Jornalista.
Aceito até que sou jornalista 24 horas por dia. Mas no âmbito daquilo que interessa ao meu Jornal, ao meu empregador, a quem me paga no final do mês.

Quem me pode negar que, desligado desse compromisso eu não posso opinar sobre o que quer que seja que me dê na real gana?

E o que tem o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas a ver com isso?

Berra o Sindicato contra a montagem de câmaras-video que podem controlar quantas vezes e quanto tempo passamos na casa-de-banho... e depois vem meter-se onde não é chamado?

Já agora... que a Ordem dos Advogados vigie o Abrupto, de José Pacheco Pereira, ou a Ordem dos Médicos o blog de Luís ilipe Meneses...

Vá lá... Um bocadinho de vergonha...
Não, de certeza que não vos fica mal.

1 comentário:

p3druh disse...

Independentemente de se concordar ou não com as barbaridades ditas pelo indivíduo em causa, a verdade é que todos temos o direito de expressar a nossa opinião. Concordar ou não, cabe a cada um. Aplaudir ou condenar fica ao critério de cada um. Mas uma coisa é certa: mesmo discordando (como é o meu caso) da "tese" defendida por esse outro indivíduo, tenho de respeitar o seu direito a exprimi-la. Por muito que não faça falta nem traga nada de positivo.

Agora cabe a cada um retirar as suas ilações sobre o tipo de pessoa que esse indivíduo é.

E já agora, porque eu também tenho direito a ter opinião, digo que acho que é de uma hipocrisia enorme apresentar uma visão tão linear à cerca de um assunto tão complexo quando se é um jornalista que vive do comentário e relato dos actos de outros. De certo que não virá dizer mal de desportos como o Futebol e eventos como os Jogos Olímpicos. É pena...