REESTRUTURAR O CICLISMO NACIONAL
Há algumas semanas atrás deixei aqui uma ideia - que por enquanto as ideias ainda não são colectáveis no IRS - de se formar uma vaga de fundo no sentido de, com o apoio, fosse de uma instituição privada ou dos organismos de Estado competentes, podermos sonhar com 2,5 milhões de euros para podermos inscrever uma equipa representativa de PORTUGAL no principal pelotão mundial.
Modéstia à parte, não fiquei surpreendido com as várias mensagens e telefonemas a apoiar a ideia.
Mensagens por e-mail ou MSM porque, como já devem ter percebido, este Blog foi posto no INDEX por parte de gente responsável por associações de classe e até por outros bem mais pequeninos que não aconselham... proíbem!... que alguém da sua "família" ouse vir aqui discutir o Ciclismo. E não poderiam ser muitos, porque não há muitos com os conhecimentos suficientes para irem além do fazerem fila para usarem os escorregas e baloiços de um determinado parque infantil.
Reitero a minha disponibilidade para ajudar na verdadeira construção da ideia de uma reformulação do ciclismo português. Já nada, a não ser algumas contratações de estrangeiros em pré-reforma, é significativamente relevante entre a maioria - diria... 90% - das equipas continentais e das equipas de clubes. Habituem-se à terminoligia, que as continentais PODEM ter corredores sub-23, e têm-nos, e as de clube, podem ter corredores mais velhos. NÃO há um pelotão de elites e outro de sub-23... Há um de equipas continentais, chamadas profissionais, e outro de clubes... muito profissionalizados já, com algumas equipas com orçamentos superiores às primeiras. E melhores estruturas.
Acabo de ver, na tal arrumação (vão ter de ler o post anterior), que em 2003 Portugal não inscreveu NENHUMA equipa no 3.º escalão. A diferença da taxa de incrição entre GII e GIII era tão insignificativa que, com a excepção da Maia, que já era do I escalão, todas as outras se increveram no II. Dois anos depois tínhamos só uma no II escalão - a LA Alumínios-Liberty - e todas as outras no último degrau. Este ano as "profissionais" são todas do III escalão.
Vamos unir vontades para criar uma equipa no I escalão, suportada por uma grande marca nacional que tenha interesse em ver-se reconhecida por essa Europa fora. Ou não... Não somos todos inocentes.
Aceita-se quem queira "queimar" dividendos e, de uma forma perfeitamente legal, gastar o dinheiro que teria que entregar ao Estado - até porque o Estado somos nós, e nós queremos uma equipa na alta roda do Ciclismo Mundial.
Depois, uma, duas no máximo (mas já seria forçado), a inscreverem-se como Profissional Continental e ter acesso às corridas do Circuito Europeu.
Acabemos com as do escalão III.
Formemos um bom pelotão de 17, 18... 20 equipas de clubes que disputem o calendário nacional.
Ah!... Não vão poder correr as provas internacionais... nem a Volta!
Mas se, olhem as classificações, etapa a etapa da Volta do ano passado, 60% delas não acrescenta nada á Volta, queremos o quê? Uma boa Volta ou uma voltinha (como já vi defendido, se possível sem estrangeiros) que não merece a mínima referência na Imprensa estrangeira. E repito o que disse, noutro contexto, no post anterior. Se não se fala... não existe.
Haveria de se encontrar uma solução que agradasse aos patrocinadores. A mais patrocinadores, porque, fosse qual fosse a competição... seria alargada às actuais equipas de clube.
Quem já participou na Volta à Normandia ou no Cholet-Pays de Loire, só para dar dois exemplos de corridas onde já participaram equipas portugueseas, que diga como se corre, se luta... com um único fito: pontuar para a TAÇA DE FRANÇA!
Ora aí estáI...
Chamem-lhe o que quiserem, mas organiza-se uma prova que se estende ao longo da temporada, com as equipas a serem obrigadas a apresentar um número pré-definido (12, 15) de corredores que somarão pontos para uma classificação final... Em provas a realizar em todas as regiões do território nacional - e com televisão, nas principias, porque não? Isso é função da Associação de Equipas trabalhar para o conseguir - e esqueçam os 5 minutos de fuga na Volta a Portugal como objectivo máximo da temporada!
Se, à equipa do primeiro escalão não poderemos negar a possibilidade de recorrer a corredores estrangeiros (quase todas o fazem), a, ou as duas profissionais teriam de ter obrigatoriamente só corredores portugueses...
Com mais 15, 16... 18 equipas de clubes abaixo delas... imaginam a quantidade de jovens que nos escalões mais abaixo poderiam aspirar a subir de escalão?
E quantos mais subissem, mais apareciam na verdadeira formação, e os responsáveis por esta, teriam de abrir as portas a mais jovens ainda, nas escolas.
Falta dinheiro! Já sei que é essa a resposta.
Pensem. "Inventem"... e recorram (embora reconheça que não é a solução ideal) à boa vontade das pessoas.
Principalmente... não queiram alguns ganhar o dinheiro todo.
Eu até sei de corredores que já exigiram ordenados que superavam em mais de 40% aquele que o seu director-desportivo auferia!... Por acaso, agora esse corredor é director-desportivo... Ganhará menos que algum dos seus corredores? Tudo se sabe. Mais tarde ou mais cedo.
E plagiando o "enorme" Alfredo Farinha, um dos monstros do jornalismo desportivo em Portugal... eu sei tudo o que escrevo. Não escrevo é tudo o que sei!...
Será por isso que algumas figuras TÊM MEDO de escrever aqui? Se calhar é!...
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