sábado, abril 01, 2006

52.ª etapa



CONFUSÕES

(prolongamento da 47.ª etapa; parece-me que isto ainda vai a penalties...)

Caro Carlos Flórido,

volto a agradecer-te o facto de consegires roubar um bocadinho aos teus afazeres para me responderes. Lí, atentamente, a resposta ao texto (em epígrafe) que escrevi e, entre contradições e "fait-divers" que nada acrescentaram à discussão do Ciclismo em Portugal, só registei a enorme confusão que te vai na cabeça. E, nas entrelinhas, percebi que estás a fazer disto um assunto pessoal. Se insistires nisso, vais ficar a falar sozinho.

Nada tenho contra o Carlos Flórido, não entro nas tuas provocações. Ponto final.

Mas tenho que te responder "para esclarecer os meus leitores", como sugeriste.

1.º - Todos, eu, tú e todos os que aqui vêm - porque lhes ofereço essa oportunidade - têm direito à sua opinião. Não é, obrigatoriamente, um espaço de polémica. São pessoas diferentes, com opiniões e maneiras de pensar diferentes. Só isso.

Um Blog não é um espaço noticioso mas de comentário e eu comento o que vou sabendo. Dando-lhe um cunho muito pessoal, porque o tenho. Não sou caixa de eco.

2.º - Não identifiquei nada, o meu post 47.ª etapa, que te possa ter ofendido, daí não me sentir obrigado a pedir seja que desculpas forem. Citei o nome do JORNALISTA Manuel Flórido como já citei os do Zé Neves de Sousa, do Homero Serpa, do Carlos Miranda, do João Araújo ou do Paulo Felizes. Tudo jornalistas que, em épocas diferentes, contribuíram enormemente para a divulgação do ciclismo.

3.º - Conheço pessoalmente e tive oportunidade de falar diversas vezes com o José Miguel Echavarri; com o Manolo Sáiz, com o Vicente Belda, com o Alvaro Pino, com o Javier Minguéz... com o Johan Bruyneel. Não participei em tertúlias, mas estive várias vezes com alguns deles, em conversas com, por exemplo, o Manel Zeferino, quando acompanhei a Maia na sua saga espanhola. Mas aprendi muito a ler, sim. Desde o que pensavam outros jornalistas, a diversos técncos e dirigentes; desde planos de preparação de uma temporada, aos cuidados médicos que um ciclista precisa. Aprendi muito a ler, sim...

4.º - Sinto-me absolutamente livre para criticar, ainda por cima depois de constactar factos, critério editoriais seja de que jornal, rádio ou televisão fôr. Opiniões disfarçadas de artigos e comentários de quem nem conhece equipas e corredores... Estou na minha área. Tenho conhecimentos mais do que suficientes para saber o que é bom, suficiente ou medíocre. E sustentado em factos, posso criticar sim.

5.º - Alargas a margem das tuas insinuações ao jornal onde trabalho. Em relação ao ciclismo, e desde que tú e o João Araújo deixaram de fazer aquela que para mim foi a melhor equipa de joralistas de ciclismo na última década e meia, parece-me que não há muitas dúvidas quanto ao jornal que melhor trata o ciclismo. E vamos a todas as corridas.

6.º - Não existe má relação entre mim "e grande parte ou a maioria do pelotão". Onde ouviste essa? Ninguém me faltou ao respeito, não faltei ao respeito a ninguém... penso é pela minha cabeça e exponho as minhas ideias. Há quem não concorde, mas isso é salutar, e falamos na primeira oportunidade. Até hoje sempre saímos dessas conversas com um aperto de mão. Acho é curiosa a expresão "pelo que tenho lido aqui, atenção!".

Só se consegues ler o que não está escrito, porque, da meia dúzia de participações no meu Blog, nenhuma é de algum agente directo do ciclismo.

7.º - Para que preciso mostrar a minha valentia? Mal iria o jornalismo em Portugal se se considerasse "valente" um jornalista que denuncia irregularidades ou aponta algo que não vai bem, acrescentando sempre o que, na sua opinião, podia ser um caminho para se encontrar uma solução.

Ainda não fiz mais do que isso.

Quanto ao sujeitar-me a ouvir o que não quero, não vejo o que possa ser. Estou, sim, à espera de ouvir o que quero, que é a opinião dos tais agentes directos no pelotão e que só não usam do seu direito porque não querem. Mas eu sei porquê. E tú, que andaste cá muitos anos, também deves desconfiar.

8.º - Não fui eu quem inventou os Blogs e não tenho culpa que seja necessário que se registem e não percebo porque raio é que, quem tiver alguma coisa a dizer, não há-de dar a cara. Muitos o fizeram - e provavelmente ainda fazem - noutro espaço de discussão do ciclismo no qual saúdo a tua pesença, embora a tua opinião sobre os "Jovens Ciclistas Nacionais" enferme pela falta do conhecimento de algumas realidades mais actuais no tempo. No resto está excelente, mas outra coisa não seria de esperar de ti.

Finalmente - Reforço que me sinto honrado pela tua presença aqui, neste Blog, mas podias falar mais de ciclismo e menos de uma questíncula que já passou. Morreu. Já ninguém se lembra. Apenas para que pareça que foste violentado. Vindo aqui só e apenas numa espécie de exercício de "defesa da honra" até dá a impresão de que gostas de escrever o teu nome. Não precisas disso.

1 comentário:

mzmadeira disse...

Afinal, vejo no teu texto, aquilo de que me acusas: arrogância e intolerância perante uma opinião diferente da tua. Não és intocável.

Em ralação à admiração que, sinceramente, tenho pelo teu trabalho no passado, és capaz de ter razão, se calhar admiro um Carlos Flórido que já não existe. E tú dizes que admiravas um Madeira que ambém já não existe. Admiravas um Madeira caladinho, socegado, porque nunca se pôs em bico dos pés, e tinha consciência de que não tinha conhecimentos para entrar em discussões.
Passaram 10 anos... mal de mim se continuase o mesmo. Admiravas um Madeira para quem olhavas de cima para baixo...

Ah, não é para te irritares, é para aprenderes mesmo: tu não é a conjugação de nenhuma forma verbal. É um pronome pessoal.