quarta-feira, abril 26, 2006

76.ª etapa



THE BRIGHT SIDE OF THE MOON

1. Embora seguindo a corrida à distância, atrevo-me a escrever aqui que o recente Grande Prémio Rota dos Móveis terá sido a corrida mais disputada e espectacular da temporada, até agora. Li o que foi escrito nos jornais, li os press-release que a organização me enviava para o meu mail e... fiquei com essa impressão.

2. Pareceu-me uma corrida muito bem estruturada. Parabéns ao Joaquim Gomes e à sua equipa. Pareceu-me que o público acarinhou a prova, mostrando-se, o que significa que o público não deixou de gostar de ciclismo, assim o pelotão lhe ofereça o que ele procura: espectáculo.

3. Pelas fotos que me foi dado ver, equipas como a DUJA-Tavira, mas também a Paredes-Rota dos Móveis-Beira Tâmega, a Imoholding-Loulé, a Vitória-ASC, a Madeinox-Bric-Canelas ou a Riberalves-Alcobaça, nunca deixaram de estar presente nas diversas fugas, ao longo da corrida.

4. A LA-Liberty ganhou a primeira etapa e lutou muito na segunda, embora não tenha sido capaz de contrariar o contra-ataque da Maia-Milaneza; a Barbot-Halcón venceu a 3.ª, com o nosso "Alessandro Valverde" - leia-se Sérgio Ribeiro, um homem para todos os terrenos que, devidamente trabalhado, dentro de dois anos poderá ser uma das grandes figuras do pelotão... internacional.

5. E só falta uma das equipa profissionais. Pelo que li, a Carvalhelhos-Boavista fez uma etapa - a última - espectacular. Mostrou estratégia, atacou com vários elementos, com a intensão de, nos últimos quilómetros, levar Tiago Machado ao triunfo. Não foi possível, mas - repito - pelo que li, o seu trabalho foi irrepreensível (e espectacular) só não tendo conseguido alcançar o objectivo dado que... nem Pedro Cardoso, nem a Maia-Milaneza, mesmo com uma equipa muito mexida e muito jovem, perderam a qualidade e a ambição que tem guiado a formação maiata nos últimos anos.

6. Justíssimo o triunfo de Pedro Cardoso. Apodado por vários cronistas de "trabalhador do pelotão", parece que se fixaram na "árvore", esquecendo "a floresta". Na "velha" Maia, Pedro Cardoso terá sido obrigado a trabalhar para companheiros julgados com melhores hipóteses, mas quem tem seguido o seu percurso desde que chegou a profissional não pode esquecer as suas qualidades naturais, nem negar o facto de ser, indesmentivelmente, o Chefe-de-Fila, "desta" Maia. Danail Petrov será uma excelente ajuda, mas - e é apenas a minha opinião - o corredor de Barcelos deverá ser o "ponta-de-lança" de Zeferino na Volta a Portugal. Claro que isto é um exercício meramente teórico. Até nem se sabe ainda quais as características, físicas, da Volta.

7. Volto atrás para sublinhar, porque o acho de todo merecido, a prestação da Carvalhelhos-Boavista. Já fui muito crítico em relação à apatia da equipa do professor José Santos na maioria das corridas, nos últimos anos, mas eis que sou surpreendido. E surpresas destas gostava eu de ter em todas as corridas. A injecção de "sangue novo", com o aparecimento de jovens cheios de "ganas", parece estar a dar resultados.

8. Por favor... dêem-me mais corridas assim. Dêem-nos mais corridas assim. E acabo como comecei. Este Grande Prémio Rota dos Móveis pareceu-me ter sido a corrida mais emocionante, até agora, nesta temporada. Os meus mais sinceros desejos de que, para o ano, a voltemos a ter no calendário.

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