terça-feira, abril 04, 2006

60.ª etapa



CÂNDIDO E JALABERT

Escreveu o senhor, creio que se chamará Sérgio Tereso, de forma indignada contra a uma pretensa Volta traçada a pensar no Cândido Barbosa.

Que eu saiba, e mantenho-me quase minuciosamente informado do que vai passando, quem "inventou" essa da Volta desenhada para as característica, não de um, mas de uma dúzia de corredores, fui eu. Aqui. Não foi mais do que um exercício teórico da minha parte, embora acredite naquilo que escrevi.

Achei que este tema merecia aqui ser tratado porque o seu autor foi, pelo menos é a leitura que eu faço, incongruente. Parece-me que percebi no seu texto uma crítica ao facto de os franceses nunca terem desenhado um Tour para o Jalabert (do que depreendo que seria a favor) e, ao mesmo tempo, nega ao Cândido Barbosa a mesmíssima oportunidade.

Ora, e para quem segue o ciclismo há pelo menos década e meia, olhando para a evolução do Cândido só se lembra de fazer uma comparação. Uma e só uma: com o Laurent Jalabert.

Começou por ser "apenas" um sprinter mas, ao longo da sua carreira cresceu enormemente como contra-relogista e trabalhou de tal forma que passava as piores montanhas com os primeiros. Estou a falar do Jalabert ou do Cândido? Não se percebe pois não? Porque a evolução de ambos foi exactamente a mesma. Logo, se bem percebi, se o Jalabert teria merecido que os franceses tivessem desenhado um Tour para as suas características... o Cândido também o merece.

Com um pequeno pormenor. O Jalabert explodiu como corredor completo ao serviço de uma equipa... espanhola (a ONCE) e, ao contrário do que aconteceu (e foi mesmo excepção) com o suíço Alex Zülle, nunca o Manolo Sáiz apostou num não espanhol para assumir a candidatura à vitória numa grande volta. Vê-de o caso de José Azevedo que até teve de deixar o Igor Galdeano vencer uma Volta à Alemanha depois de, na véspera do fim da corrida ter chegado ao primeiro lugar da classificação geral.

5 comentários:

RuiQuinta disse...

Ao contrário do que está escrito no tópico o Azevedo nunca abdicou da Volta à Alemanha pelo Igor Galdeano, o que se passou foi que em 2002 o Galdeano ganhou a Volta, mas o Azevedo nunca esteve de amarelo, pois nem se quer esteve presente, e em 2003, quando o Azevedo vestiu a amarela nunca teve de abdicar da luta para o Galdeano. Em 2003, o Azevedo ganhou a 5ª etapa, com o Galdeano em 2º, no mesmo grupo, o que fez o Azevedo vestir a camisola amarela, mas na etapa seguinte a amarela foi perdida para o Rogers, num contra-relogio, por fim da 7ª etapa foi chegada ao sprint, pelo que não houve luta pela geral.


Classificação Final de 2003:
1º Rogers
2º Azevedo
3º Vinokourov

mzmadeira disse...

Não fui vasculhar nos arquivos, caro Ace... por isso podes ter razão. Mas isso não belisca a essência da minha crónica. Ou belisca? Sabes que AQUI podes falar à vontade. Não há censura.

Eu podia ter ido à procura, antes de escrever, e podia ter ido confirmar, depois, mas acredito em ti, e se estive mal, penetencio-me. No particular, que não no essencial.

Um grande abraço para ti.

RuiQuinta disse...

Não belisca em nada, apenas aclara, eu tambem só fiquei a saber que o Galdeano tinha ganho no ano anterior atraves dos arquivos

mzmadeira disse...

Ace, ajuda-me... não foi em 2003 que o Galdeano - que seria sempre a primeira hipótese para o Sáiz - teve uma queda feia no crono final? Cito de memória porque me ficou a "bater" cá dentro aquela minha inverdade... lembro-me de ter falado com o Zé e ele ter dito que o candidato era o Igor... mas tens razão... ganhou o Rogers, ora... só podia ser num crono... e, perece-me que me lembro que i Igor sofreu uma queda feia.

E o Zé, apesar de não ter de respeitar as indicações da equuipa teve de se contentar com o 2.º lugar. Bem bom... aliás.

RuiQuinta disse...

É verdade, agora lembro-me que o Igor teve uma queda, mas porque razão teria o Zé de cumprir alguma coisa no crono?


Cumprimentos