segunda-feira, março 12, 2007

446.ª etapa


ALGARVE NA FRENTE, DÁ O EXEMPLO,
MAS HÁ COISAS A EMENDAR

Num curto espaço de três semanas apenas, a Associação de Ciclismo do Algarve pôs na estrada quatro provas. Uma para os sub-23, duas para o pelotão nacional e a primeira das corridas do Circuito Europeu da UCI que se realizam em Portugal.

Já aqui fui directamente questionado sobre se achava, ou não, que seria da responsabilidade das associações fazer corridas para profissionais (foram 3, aliás... quatro, que os sub-23 também vivem do ciclismo).

Nenhuma outra associação – nem com “empresas” criadas para “darem” o número de contribuinte – fará tanto. Nem este ano, nem nos que estão num passado recente.

Ok, o Algarve reúne condições excepcionais para a prática da modalidade, nesta época do ano.

Ok… o Algarve sustenta-se no turismo e, por esta altura, não é difícil conjugar os interesses do organizador e dos operadores turísticos. Está bem...
Só temos uma coisa a fazer. Continuar assim.

Para melhor… tudo bem; manter as coisas mais ou menos como estão… está bem… do mal o menor.

Entretanto, não se confirmaram os "receios" apontados a alguns responsáveis (?) por algumas das equipas que viriam correr a Volta ao Algarve. Como é que responsáveis (?) por algumas das equipas que habitualmente correm as grandes clássicas do Norte da Europa se queixavam de estradas que – está bem, somos pequeninos mas... – não eram, de facto, piores que aquelas por onde correm essas clássicas?

Mas passou a Volta ao Algarve e esses (seriam mesmo responsáveis?) representantes dessas equipas acabaram por não confirmar a
s queixas, nem ninguém procurou, recolhendo depoimentos na altura certa, rebater o que fora dito.

As estradas algarvias não estão más. Basta lá ir ver.
E já acolheram, como disse logo no início,
quatro provas este ano...

Não tenho testemunhos das corridas de abertura.
Na Volta ao Algarve, e como o não escondi, estive lá.
Não há estradas más e por isso não ouvi queixas.
Houve falhas primárias na Volta ao Algarve.
Eu sou o mais insuspeito de todos para o dizer. Ligam-me relações de amizade, de profunda amizade, com a organização.

Faltaram coisas básicas. Tão básicas como a sinalização do caminho entre a meta e a sala de Imprensa. Logo num ano em que a Volta ao Algarve teve metade da sala de Imprensa preenchida por jornalistas estrangeiros.

Há novos (?) – aqui abro um parentisis para dizer que há, pelo menos, três anos, que conheço essas sinaléticas… só através das corridas que passam na televisão. Dizia, há novos sinais que, como é costume, a Portugal chegam meia geração atrasados.
Sinalética essa que, embora a organização tivesse dela conhecimento, foi ignorada.
Não li nada em jornal nenhum.

Por outro lado – será que eu nasci para estar errado? – ouvi mil e uma críticas em relação a chegadas quando, honestamente, quem as fez foi porque não tinha outro assunto.

Já vi dezenas… dezenas, de chegadas cada uma pior do que a pior que vi este ano no Algarve onde, em consciência, não vi nada de anormal.

Se se marcam chegadas para as circunvalações. Sempre vazias de público… é porque se tira a corrida à população. Se se traçam as chegadas nos centros das cidades… é porque há rotundas.
Há rotundas até em aldeias onde só uma via transitável a atravessa.

O pelotão internacional está mais do que habituado a rotundas, a curvas apertadas… a quedas. Houve mosquitos por cordas em Tavira?... Há-os por todo o Mundo. Há sempre quem se julgue penalizado… por erros que só a si mesmos podem ser imputados.

Ainda por cima na Volta ao Algarve onde, apesar de só ter cinco etapas, tenho quase a certeza que quatro quintos das equipas passaram os cinco dias pelas mesmas estradas na ida e vinda para e de qualquer uma das etapas.

Mas volto atrás. As estradas algarvias eram más. Não aguentavam um pelotão de 200 corredores
Aguentaram e não houve nenhum problema. As chegadas seriam sempre as mesmas e aí é que aconteceram três ou quatro quedas… e ninguém desistiu da corrida por uma queda.

Entretanto… este último fim-de-semana aconteceu mais uma corrida no Algarve. Não estive lá mas já vi imagens. Por exemplo… vi que as bicicletas não levavam o obrigatório dístico com o número do dorsal do corredor que a monta. Outro erro grave, a ser emendado de mediato para o ano que vem.

E não li nenhum comentário a isto porque… os jornais nem foram lá.

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