sexta-feira, março 16, 2007

448.ª etapa


AINDA SOB O SIGNO DO B,
AGORA DE... BARLOWORLD

A segunda etapa da Volta ao Distrito de Santarém, que – creio eu – ninguém acreditava pudesse mudar grande coisa em relação ao desfecho final, revelou apenas que, para além do Benfica, só a Barloworld parece disposta a “investir” na vitória. Tomando como “investir” o correr alguns riscos.

Javier Benitez não é (nunca poderia ser) candidato à vitória na cidade capital do Ribatejo mas os comandados de Orlando Rodrigues começaram a tirada mostrando que querem ser uma referência neste pelotão. O valenciano conseguiu mesmo, na Meta Volante do Tramagal, aumentar em um segundo a sua vantagem na geral, mas o facto de Robert Hunter ter discutido as bonificações deixou bem claro que a equipa sul-africana não facilitaria. Foi, pelo que percebi, a equipa portuguesa quem mais trabalhou para adiar a concretização da indispensável fuga diária. Percebe-se.
Percebe-se, principalmente depois daquela passagem pelo Tramagal…

Havia segundos, preciosos segundos, em disputa e o Benfica queria continuar dono da camisola amarela. Só que, na segunda passagem bonificada do dia a Barloworld não facilitou e, com o português Hugo Sabido, protegeu de forma irrepreensível a posição do seu sprinter que, voltando a ser segundo em Pernes, inverteu o perde&ganha do dia a seu favor, roubando um segundo a Benitez.

Que, contudo, continuou a merecer a confiança da equipa pois até o chefe-de-fila, José Azevedo, passou pela frente do pelotão, impondo o ritmo que mais interessava na altura.

Na chegada ao Cartaxo, Robert Hunter viria a superiorizar-se a Benitez que, e lendo a chegada apenas pela classificação, terá desistido cedo de mais. Ou houve ali qualquer coisa que eu, à distância, não posso saber.

De qualquer modo, pouco ou nada se alterou. Amanhã, no crono individual veremos quem é que pode, de facto, ganhar a corrida. Isto – e eu defendo esta teoria – se não ficar mesmo tudo decidido.

Temos dois cenários possíveis.
Primeiro: ganha o crono um corredor… menos provável. Não sei… o ano passado ganhou um Lars Boom sobre o qual poucas referências havia…
Segundo: ganha um corredor… previsível.
E aqui, teremos que subdividir as saídas possíveis.
Olhando a classificação – e tendo em conta que nem eu, nem a maioria dos portugueses tem um real conhecimento sobre todos aqueles corredores que estão a uma distância que poderá ser potenciada no crono – atenção ao que podem fazer, por exemplo, Hector Guerra (Liberty Seguros), Hugo Sabido (Barloworld) – ambos a apenas 20 segundos do primeiro lugar – ou Lars Boom (Rabobank.3), David Blanco (DUJA-Tavira) e… José Azevedo (Benfica), a 23 segundos de Hunter. Que não deve ser descartado só porque é, reconhecidamente, um finalizador. O crono é curto e eu não me admiraria por aí além se ele se defendesse a contento.

De qualquer modo, e até – repetindo-me – pelo facto de o Zé Azevedo não ter regateado o acto de vir à frente do pelotão para impôr o ritmo, creio que a hipótese mais segura é mesmo a de que o Benfica quer ganhar esta corrida. Falta saber, exactamente, quais os trunfos que as outras equipas nacionais, porque recuso aceitar que se demitam assim da corrida, podem ainda jogar.
E, por exemplo, a LA-MSS-Maia tem, com os mesmos 23 segundos de desvantagem para o primeiro lugar, um especialista, o alentejano – de Vila Viçosa – Edgar Anão.

Em nome do espectáculo… digamos que me agradaria muito se o vencedor, amanhã, não fosse um dos tais… previsível. Porque isso iria carregar de emoção a derradeira etapa. E aí sim, tudo ficaria entregue ao colectivo e cada uma das formações que quer mesmo ganhar esta corrida. É que as hipóteses podem ficar tão reduzidas que podem, inclusivé, acabar com algumas alianças no pelotão.
E aí, no último dia seria quase o… um contra (quase) todos.

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