terça-feira, março 27, 2007

455.ª etapa


BOAVISTA NA "CASTILLA Y LEÓN"?
OH, MEUS AMIGOS!... NÃO HAVIA NECESSIDADE!

Graças a esta coisa fabulosa, que é a Internet, o Mundo já deixou de ser a tal aldeia global para caber na casa de cada um. Num monitor qualquer, até o de um mui transportável telemóvel. Está tudo – ou practicamente tudo, porque todos os dias se inventam coisas novas – ao alcance de um simples click.

Esta conversa toda para dizer que, e isto há muito que deixou de ser novidade, pude ver hoje, pela internet, a 2.ª etapa da Volta a Castilla y León sintonizando no meu PC o Canal 29/Télévisión de Castilla y León, que emite a partir da antiga capital de Castela, Valladolid. Uma televisão regional, claro, mas à qual se deve exigir o mínimo de rigor.

Quando liguei, a etapa estava à beira do fim. Faltariam para aí uns 40 quilómetros, pelo que vi um pouco menos de uma hora da corrida. Em directo, ainda que recuperando algumas entrevistas feitas antes de a etapa ter saído para a estrada.
E as coisas começaram logo bem, com o jornalista (?) a entrevistar o galego Oscar Pereiro – que ainda espera para saber se ganhou ou não o Tour’2006 – chamando-lhe, por mais de uma vez, Oscar… Sevilla. Os rapazes até nem são parecidos, e o engraçado (?) é que o entrevistador até recordou esse facto, o de Pereiro não saber ainda se ganhou ou não o Tour. Mas pronto… Como os dois são Oscar… o homem enganou-se. Acontece – embora não devesse acontecer – a qualquer um.

De volta às imagens em directo – na altura iam oito corredores fugidos – na cabeça do pelotão, fazendo a perseguição, aparecem vários homens do Benfica com predominância para o Zé Azevedo, a dar o exemplo. E o que diz o pivot que comandava a transmissão? Pois, recordando que Sérgio Ribeiro, então na Barbot, já ganhou uma etapa nesta mesma prova, há dois anos, arriscou um «a equipa portuguesa do Boavista (!) está a trabalhar para o seu sprinter, Sérgio Ribeiro».

O comentador convidado, que, pareceu-me, era o Santi Perez (que também já representou a Barbot), pegou na deixa emendando de Boavista para Benfica e frisando que o sprinter dos encarnados é o valenciano Javier Benitez, falou dessa vitória de Sérgio Ribeiro, ignorando outra achega do apresentador que os colocara juntos na mesma equipa, em Portugal. O que não aconteceu.

O realizador alternava as imagens – que os comentadores estariam a ver nos estúdios, em Valladolid (a etapa acabou em Salamanca) – a partir das moto-reportagem e de um héli. Nas deste via-se uma mancha vermelha na cabeça do pelotão – este ano há muitas equipas que escolheram o vermelho para os equipamentos – mas, nas obtidas pelas motos percebia-se perfeitamente que era o Benfica que impunha o ritmo – viria a anular a fuga, como era de esperar – e o pivot da emissão lá debitava «os homens da Relax-GAM comandam a perseguição…»
Ok… também equipam de vermelho, mas nas imagens até dava para ver a cor dos olhos dos corredores, melhor ainda as letras estampadas nos equipamentos.

Fuga anulada, o pelotão entra compacto em Salamanca. O Benfica continua na frente e o pivot… «os portugueses do Boavista preparam a chegada para uma possível vitória do seu sprinter».

Irra! Que o homem nem ler sabia, porque se dizia os nomes certos, com os dorsais certos era porque estava a ler a lista de inscritos… A não ser que o erro – e aqui seria ainda mais grave – não fosse dele mas da organização que teria trocado os nomes de Benfica pelo de Boavista!...

Mas pronto, a estória que queria contar era esta.
Ah!, num sprint muito renhido, Francisco Ventoso (Saunier Duval) ganhou a etapa, com Javier Benitez a conseguir um bom segundo lugar para o… Benfica, claro.
Os portugueses vinham muito bem na fase final mas o último homem que deveria rebocar Benitez até à recta da meta – não deu para perceber quem era – abriu um pouco cedo de mais, à entrada da última curva que antecedia a recta final o que não aconteceu com Ventoso cujo lançador o deixou já a meio dessa recta. Um pouco mais de treino – porque é uma situação de corrida que requer uma enorme mecanização – e Orlando Rodrigues conseguirá olear o comboio vermelho para dar a Benitez as condições ideais.

Em Portugal, e nos últimos anos, só uma equipa fazia isto muito bem, a Liberty, com David Garcia e Pedro Lopes a colocarem Cândido Barbosa em condições de ganhar, o que ele aproveitou dezenas de vezes. O algarvio está agora no Benfica – mas não está em Castela – e Sérgio Ribeiro, também ele muito rápido nos finais, poderá vir a fazer o papel de David Garcia

Sérgio Paulinho (Discovery Channel) terá mantido, pelo que disseram no Canal 29, o décimo posto na geral individual que continua a ser liderada pelo russo Vladimir Karpets, da Caisse d’Épargne.

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