ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 3)
O “caso” LA-MSS está a assumir contornos kafkianos, deixando perceber que – como venho a apontar – havendo muitas verdades, aparentemente há quem esteja a agarrar-se a “uma” das verdades sendo que duvido muito que seja essa a Verdade. Senão, fica incompreensível o porquê de ela não ser publicamente revelada.
Arrisco dizer que o não é porque, de facto, não é a Verdade.
A Federação Portuguesa de Ciclismo, que já devia saber – tinha essa obrigação – que a equipa da Póvoa de Varzim não podia correr porque ficara sem seguros, desportivos e responsabilidade civil, ainda assim, para impedir a LA-MSS de competir, sendo que nada no campo disciplinar desportivo o justificasse (situação que se mantém, aliás), fez reunir o Comissão de Estrada, órgão consultivo, sem poderes deliberativos nem decisórios – a decisão será sempre, mas sempre, da FPC, para... aconselhar as Organizações a não convidarem a LA-MSS, omitindo que, mesmo que fosse convidada não poderia competir sem seguros.
(A reunião da CE não serviu para mais do que para aligeirar, em relação à FPC, o ónus do afastamento compulsivo da equipa, e assim sacudiu a água do capote porque “foi a Comissão de Estrada que decidiu...”)
Era desconhecido do grande público que a Companhia que garantia os seguros dos poveiros tinha rescindido unilateralmente e de imediato, a seguir ao “circo” montado pela Polícia Judiciária, com a conivência, talvez apenas ignorância, das televisões que mostraram uma mão cheia de nada (em concreto foi, é-o até ao momento, nada!).
Como volto a falar da Companhia Seguradora, e como fui mal interpretado da primeira vez que aqui me referi à situação do cancelamento dos seguros, reitero que conheço perfeitamente a política da empresa no que diz respeito à defesa da sua imagem, política que não só respeito como aceito e aplaudo.
Porque não tinha seguro, a LA-MSS nem sequer se apresentaria nas corridas que se seguiam ao rebentamento do “caso”. Não sei qual foi a reacção da Associação de Ciclismo do Algarve – que organizou as três Clássicas algarvias –, nem da Abimota e não me recordo agora, assim de memória, se a PAD/JLS se manifestou, porque se avizinhava o GP Correio de Portugal; infelizmente – digo-o do fundo do coração porque desde há mais de 15 anos sinto uma forte empatia, em relação ao Troféu Joaquim Agostinho – apenas a UDO se apressou a anunciar publicamente que contactara a LA-MSS para lhe dizer que o convite que atempadamente lhe fora endossado... ficava sem efeito.
Tudo isto, e também já o escrevi, teria sido evitado se, em vez de se ter apressado a descobrir maneira para, de moto próprio – ainda que ancorada na tal Comissão de Estrada – impedir a equipa de correr, a FPC tivesse pura e simplesmente anunciado que a LA-MSS não estava em condições de poder correr porque... não tinha seguros!
Ainda aqui não referi aquilo que, porque é o mais importante disto tudo, deve ser sublinhado: está-se a impedir, ou a tentar impedir 18 profissionais de, normalmente – porque nada pesa sobre eles, a não ser uma diáfana suspeita – desempenharem a sua profissão. Está-se – lá venho eu outra vez com a Constituição... –, está-se a atropelar um dos Direitos Fundamentais deste grupo de Cidadãos que é o do Direito ao Trabalho. Para além de se estar a prejudicar, em dimensão ainda não apurada e muito difícil de vir a ser apurada na sua real grandeza, as empresas e marcas que patrocinam a equipa.
Porque se sente responsável pelo equilíbrio económico de 17 – para além da sua própria – famílias, o Manel Zeferino correu Seca&Meca, levou muitas negas – devido ao impacto do acontecido – mas conseguiu que uma outra companhia segurasse a equipa.
E reitero que a FPC tinha que saber, tanto que informou a UCI e esta, perante a ausência de seguros, chegou a cancelar a licença desportiva da equipa. Situação entretanto, e como demonstrei aqui, foi emendada logo que, outra vez através da FPC, chegou à Suíça a cópia da nova apólice.
Então, porque é que, outra vez numa anormal sequência de reuniões com a Comissão de Estrada – onde, desta vez, já não esteve representada a Associação de Equipas – a FPC insiste no conselho para que as Organizações não convidem a LA-MSS?
E como é que, como hoje mesmo foi possível ler, uma Organização espanhola, depois de fazer aquilo que deve ser feito – contactou a UCI e perguntou se a LA-MSS podia correr, ao que lhe responderam que sim, naturalmente, porque está devidamente inscrita, porque nem sobre a equipa, nem sobre os seus corredores corre qualquer acção disciplinar no âmbito desportivo - vai levar a equipa a correr a Volta à Comunidade de Madrid?
Ainda hoje, o Record avançava que a LA-MSS não vai ser convidada para a Volta a Portugal, notícia que a RTP respigou para a sua página de teletexto.
Isto é, a UCI não vê porque é que a LA-MSS não há-de correr; uma organização espanhola convida-a para correr e em Portugal, por sugestão (ok, ok... conselho) da própria FPC... a equipa está impedida de correr, os seus trabalhadores impedidos de trabalhar...
E é real a hipótese de, numa atitude que os portugueses dificilmente vão compreender muito menos aceitar, a equipa vir a ficar de fora da Volta a Portugal.
Isto porque não há ainda um ano o Director-técnico da PAD/JLS veio a público justificar a presença de equipas espanholas na Volta a Portugal - equipas que não eram aceites por outras organizações – esgrimindo, e bem, que não competia a um organizador julgar ou condenar equipas ou Corredores se sobre eles, e em termos disciplinares, mesmo no âmbito da UCI, não havia nada.
E irá fazê-lo em relação a uma equipa portuguesa?
Porquê?
Há-de haver uma razão.
Gostaríamos era todos de saber qual.
Somos levados a pensar que a FPC sabe mais do que aquilo que veio a público. Mas, também aqui não se percebe a sua actuação.
Se tem conhecimento de qualquer factor que pode impedir a equipa de correr, e teria de ser sempre qualquer situação que caísse sob a alçada da justiça desportiva, o que a impede de actuar?
Está-se à espera que a PJ conclua que pode provar um eventual caso de tráfico de produtos dopantes? Mas isso é e será sempre um caso de polícia. Não deve nem pode ser arrastado para a área desportiva, até porque não encontrará base legal para acontecer.
A nova Lei sobre doping e práticas proibidas no desporto ainda não foi aprovada pela Assembleia da República e à luz daquilo que neste momento pode ser usado, a eventual posse desse tipo de produtos não está enquadrada nos regulamentos desportivos.
Simplificando: a justiça desportiva actuará se um corredor for apanhado num controlo positivo. Só nesse caso – para além da aberrante equivalência de uma não presença de um corredor no local por ele indicado, quando de um controlo surpresa, a um caso positivo –, só se acusar positivo a justiça desportiva pode actuar.
Os Corredores que receberam a visita da PJ, mais dos delegados da CNAD, foram sujeitos a recolha de urina para posterior análise. Mas isso foi há um mês. Anda não há resultados? Então se não há... “castigá-los” porquê?
Pelo menos posso adiantar algo… menos negativo.
A organização do Troféu Joaquim Agostinho já questiona a possibilidade de, afinal de contas, poder vir a retirar... a retirada do convite.
Que tudo isto está uma grande embrulhada, lá isso está.
Por isso eu deixo um apelo:
O “caso” LA-MSS está a assumir contornos kafkianos, deixando perceber que – como venho a apontar – havendo muitas verdades, aparentemente há quem esteja a agarrar-se a “uma” das verdades sendo que duvido muito que seja essa a Verdade. Senão, fica incompreensível o porquê de ela não ser publicamente revelada.
Arrisco dizer que o não é porque, de facto, não é a Verdade.
A Federação Portuguesa de Ciclismo, que já devia saber – tinha essa obrigação – que a equipa da Póvoa de Varzim não podia correr porque ficara sem seguros, desportivos e responsabilidade civil, ainda assim, para impedir a LA-MSS de competir, sendo que nada no campo disciplinar desportivo o justificasse (situação que se mantém, aliás), fez reunir o Comissão de Estrada, órgão consultivo, sem poderes deliberativos nem decisórios – a decisão será sempre, mas sempre, da FPC, para... aconselhar as Organizações a não convidarem a LA-MSS, omitindo que, mesmo que fosse convidada não poderia competir sem seguros.
(A reunião da CE não serviu para mais do que para aligeirar, em relação à FPC, o ónus do afastamento compulsivo da equipa, e assim sacudiu a água do capote porque “foi a Comissão de Estrada que decidiu...”)
Era desconhecido do grande público que a Companhia que garantia os seguros dos poveiros tinha rescindido unilateralmente e de imediato, a seguir ao “circo” montado pela Polícia Judiciária, com a conivência, talvez apenas ignorância, das televisões que mostraram uma mão cheia de nada (em concreto foi, é-o até ao momento, nada!).
Como volto a falar da Companhia Seguradora, e como fui mal interpretado da primeira vez que aqui me referi à situação do cancelamento dos seguros, reitero que conheço perfeitamente a política da empresa no que diz respeito à defesa da sua imagem, política que não só respeito como aceito e aplaudo.
Porque não tinha seguro, a LA-MSS nem sequer se apresentaria nas corridas que se seguiam ao rebentamento do “caso”. Não sei qual foi a reacção da Associação de Ciclismo do Algarve – que organizou as três Clássicas algarvias –, nem da Abimota e não me recordo agora, assim de memória, se a PAD/JLS se manifestou, porque se avizinhava o GP Correio de Portugal; infelizmente – digo-o do fundo do coração porque desde há mais de 15 anos sinto uma forte empatia, em relação ao Troféu Joaquim Agostinho – apenas a UDO se apressou a anunciar publicamente que contactara a LA-MSS para lhe dizer que o convite que atempadamente lhe fora endossado... ficava sem efeito.
Tudo isto, e também já o escrevi, teria sido evitado se, em vez de se ter apressado a descobrir maneira para, de moto próprio – ainda que ancorada na tal Comissão de Estrada – impedir a equipa de correr, a FPC tivesse pura e simplesmente anunciado que a LA-MSS não estava em condições de poder correr porque... não tinha seguros!
Ainda aqui não referi aquilo que, porque é o mais importante disto tudo, deve ser sublinhado: está-se a impedir, ou a tentar impedir 18 profissionais de, normalmente – porque nada pesa sobre eles, a não ser uma diáfana suspeita – desempenharem a sua profissão. Está-se – lá venho eu outra vez com a Constituição... –, está-se a atropelar um dos Direitos Fundamentais deste grupo de Cidadãos que é o do Direito ao Trabalho. Para além de se estar a prejudicar, em dimensão ainda não apurada e muito difícil de vir a ser apurada na sua real grandeza, as empresas e marcas que patrocinam a equipa.
Porque se sente responsável pelo equilíbrio económico de 17 – para além da sua própria – famílias, o Manel Zeferino correu Seca&Meca, levou muitas negas – devido ao impacto do acontecido – mas conseguiu que uma outra companhia segurasse a equipa.
E reitero que a FPC tinha que saber, tanto que informou a UCI e esta, perante a ausência de seguros, chegou a cancelar a licença desportiva da equipa. Situação entretanto, e como demonstrei aqui, foi emendada logo que, outra vez através da FPC, chegou à Suíça a cópia da nova apólice.
Então, porque é que, outra vez numa anormal sequência de reuniões com a Comissão de Estrada – onde, desta vez, já não esteve representada a Associação de Equipas – a FPC insiste no conselho para que as Organizações não convidem a LA-MSS?
E como é que, como hoje mesmo foi possível ler, uma Organização espanhola, depois de fazer aquilo que deve ser feito – contactou a UCI e perguntou se a LA-MSS podia correr, ao que lhe responderam que sim, naturalmente, porque está devidamente inscrita, porque nem sobre a equipa, nem sobre os seus corredores corre qualquer acção disciplinar no âmbito desportivo - vai levar a equipa a correr a Volta à Comunidade de Madrid?
Ainda hoje, o Record avançava que a LA-MSS não vai ser convidada para a Volta a Portugal, notícia que a RTP respigou para a sua página de teletexto.
Isto é, a UCI não vê porque é que a LA-MSS não há-de correr; uma organização espanhola convida-a para correr e em Portugal, por sugestão (ok, ok... conselho) da própria FPC... a equipa está impedida de correr, os seus trabalhadores impedidos de trabalhar...
E é real a hipótese de, numa atitude que os portugueses dificilmente vão compreender muito menos aceitar, a equipa vir a ficar de fora da Volta a Portugal.
Isto porque não há ainda um ano o Director-técnico da PAD/JLS veio a público justificar a presença de equipas espanholas na Volta a Portugal - equipas que não eram aceites por outras organizações – esgrimindo, e bem, que não competia a um organizador julgar ou condenar equipas ou Corredores se sobre eles, e em termos disciplinares, mesmo no âmbito da UCI, não havia nada.
E irá fazê-lo em relação a uma equipa portuguesa?
Porquê?
Há-de haver uma razão.
Gostaríamos era todos de saber qual.
Somos levados a pensar que a FPC sabe mais do que aquilo que veio a público. Mas, também aqui não se percebe a sua actuação.
Se tem conhecimento de qualquer factor que pode impedir a equipa de correr, e teria de ser sempre qualquer situação que caísse sob a alçada da justiça desportiva, o que a impede de actuar?
Está-se à espera que a PJ conclua que pode provar um eventual caso de tráfico de produtos dopantes? Mas isso é e será sempre um caso de polícia. Não deve nem pode ser arrastado para a área desportiva, até porque não encontrará base legal para acontecer.
A nova Lei sobre doping e práticas proibidas no desporto ainda não foi aprovada pela Assembleia da República e à luz daquilo que neste momento pode ser usado, a eventual posse desse tipo de produtos não está enquadrada nos regulamentos desportivos.
Simplificando: a justiça desportiva actuará se um corredor for apanhado num controlo positivo. Só nesse caso – para além da aberrante equivalência de uma não presença de um corredor no local por ele indicado, quando de um controlo surpresa, a um caso positivo –, só se acusar positivo a justiça desportiva pode actuar.
Os Corredores que receberam a visita da PJ, mais dos delegados da CNAD, foram sujeitos a recolha de urina para posterior análise. Mas isso foi há um mês. Anda não há resultados? Então se não há... “castigá-los” porquê?
Pelo menos posso adiantar algo… menos negativo.
A organização do Troféu Joaquim Agostinho já questiona a possibilidade de, afinal de contas, poder vir a retirar... a retirada do convite.
Que tudo isto está uma grande embrulhada, lá isso está.
Por isso eu deixo um apelo:
Deixem aqueles profissionais trabalhar; deixem-nos ganhar o dinheiro com o qual governam as suas casas; dão de comer aos seus filhos.
(Como diz o anúncio da TV…)
Não é por mim... é por eles!
Não é por mim... é por eles!
2 comentários:
Tambem parece que o LA MSS, como o Liberty, estan convidados na Clasica De Ordizia (Espanha - 25 de julio)
Bravo caro MZ Madeira.
Como já vem sendo habitual da sua parte mais um post excelente relativamente ao caso LA MSS Póvoa.
Fico bastante feliz por saber que afinal já começaram a aparecer convites à equipa por parte de organizadores de provas
Espanholas, afinal há alguem com bom senso no ciclismo e com algum sentido de justiça, algo que a FPC e comissão de estrada poderiam muito bem ter igualmente decidido de forma favoravel à LA MSS Póvoa.
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