Ontem à tarde quando, porque agora passei para a esfera do futebol, dei uma espreitadela num dos mais conhecidos Blogs com notícias frescas e escaldantes (eu sei que não faz sentido, mas é mesmo assim… notícias – ou pistas para notícias – fresquinhas, quase na hora, e quase sempre escaldantes), reparei que nele, no Blog, havia uma hiper-ligação (link) para um outro Blog, este de Ciclismo.
Claro (perdoem-me a imodéstia mas já verão como… não tinha como ignorá-lo) que esse Blog já o conheço há muito e conheço e sou amigo – não foi ele, de certeza, que, tanto quanto mo foi contado, muito recentemente e, tomando como credível a fonte, parece que bradou para quem quis ouvir, que eu o tratara como “amigo”, aqui no VeloLuso, vincando que não estivera comigo mais do que três ou quatro vezes e amigo… só se eu sou um daqueles que ele não conhece, mas se querem fazer passar como tal (volto já, já a este tema) – dizia eu, Blog que já conheço há muito, de cujo responsável sou amigo e até tem, aqui ao lado, uma hiper-ligação.
Sim, o autor é um amigo mas porque da última vez que falámos, me disse que preferia manter o anonimato, vou continuar a respeitar a sua vontade.
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Volto então àquilo que me foi transmitido. Não há muito tempo, no decurso de uma corrida, juntos num almoço (ou jantar, não sei)… alguém a quem eu aqui, no VeloLuso, chamei de amigo, terá aproveitado para dizer bem alto e para quem o quis ouvir, que não falara comigo mais de quatro vezes e que – é o que se depreende – o eu tê-lo chamado de amigo seria abusivo.
Ainda não identifiquei este… amigo.
Mas vou fazê-lo.
Eu não chamo amigo a um qualquer, e se chamei a este…
(calma! Será melhor confirmar antes de dizer o que me vai na alma)…
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Mas pronto, esqueçamos este aparte e regressemos ao tema que aqui me trouxe, um texto que esse amigo escreveu no seu Blog.
É um texto de ficção. Será?
Ele, este amigo, é uma pessoa reconhecidamente culta, sabedora, inteligente e intelectualmente superior.
E se o seu texto, sobre o qual me vou debruçar, não for ficção, mas apenas… antecipação?
Deixo aqui um cheirinho:
“O vencedor foi consagrado após 30 dias de competição - média final de 55 quilómetros/hora - e seis mil quilómetros percorridos numa corrida que se pode considerar um sucesso planetário, muito graças ao fabuloso GPS anti-doping, que, acompanhado de uma micro-câmara permitiu acompanhar, pela internet 3.0, as 24 horas de cada atleta em videogramas de alta resolução. Com o famoso GPS, a fuga aos controlos anti-doping surpresa tornou-se também impossível sendo de assinalar…" (*)
Peço-vos que não se esqueçam do facto de ser um texto puramente ficcional.
Mas serve-me à medida para aqui reiterar a posição que aqui, no VeloLuso, assumi desde sempre.
E volto a sentir a necessidade de deixar uma coisa bem sublinhada: NÃO, EU NÃO SOU ADEPTO DAS VITÓRIAS A QUALQUER PREÇO, DO RECURSO AO DOPING, DO ATROPELO À VERDADE DESPORTIVA.
Não sou!
(*) - Repararam no pormenor dos 30 dias de corrida, 6000 km (dá 200/dia) à média, no final dos 30 dias, de 55 km/h, provavelmente subindo os Himalaias (!!!). Mesmo na ficção não se abdica de exigir tudo (de mais) aos corredores. Terão as bicicletas motor, ou a lista de substâncias proíbidas mudará radicalmente? Ok, ok... se fui eu mesmo que avisei que estamos perante um exercício de ficção...
Sou, e isso é definitivo, inapelavelmente defensor dos direitos de qualquer cidadão.
Ande ele de bicicleta ou não.
Temos que ser. E temos que dar o peito às balas já, agora, mesmo que não sejam os nossos (pessoais) direitos que estão a ser ameaçados, mas para que estes não o venham a ser.
O meu caro… (já ia escrever o teu nome!...)
O meu caro amigo fez, e eu percebi-o e até o acho engraçado, um exercício de pura ficção projectando - e tendo por base algumas coisas que, de facto, já hoje é possível fazer - num cenário, algures no futuro, aquilo que (será? será mesmo?) ele gostaria que fosse já realidade.
Já aqui deixo uma hiper-ligação ao texto em causa.
Tenham calma!...
Pronto!... Está aqui.
Chegou o momento de eu voltar a sublinhar que – julguem-me e condenem-me, se isso vos aprouver – entre a caça ao homem (disfarçada de luta contra o doping) e os direitos fundamentais deste, eu não tenho a mínima hesitação.
Ninguém, em nome de nada, seja lá o que for, tem autoridade para indiscriminadamente atropelar a primeira Lei do País. Aliás, sustentada pela Carta Universal dos Direitos do Homem, da ONU.
E não há verme que me convença, nem monstro que me assuste.
Não abdico.
Jamais abdicarei.
Até porque, com o caminho que, vejo, as coisas estão a levar, tenho mesmo que entrar já em acção, dando a cara por terceiros, para salvaguardar a minha própria liberdade e direitos que, não tardará, serão, também eles postos em causa.
Não é difícil, na conjuntura que atravessamos.
Até por isso deixarei no final deste texto uma hiper-ligação para outro escrito meu, num outro Blog que, creio, quase todos saberão que mantenho.
… Permitiu acompanhar, pela internet 3.0, as 24 horas de cada atleta em videogramas de alta resolução…
Isto é o esvaziamento total e completo de um dos mais inalienáveis – se é que há uns mais inalienáveis do que outros, no que eu discordo – Direitos do cidadão enquanto Homem. E está protegido pela Carta Universal dos Direitos do Homem.
Se viermos a chegar àquele ponto, isso significa que o indivíduo deixou de ser o núcleo da célula que é a Sociedade.
Que há manipulação genética.
Que uns quantos – e não creio que venham a ser eleitos – detêm um poder supra-natural sobre os restantes da nossa espécie.
Sem deixar de sublinhar que compreendo o texto enquanto exercício, quiçá caricaturado, de uma realidade futura extrema, só vejo nele um facto que me deixa aliviado: não acontecerá antes que eu morra.
Monitorizar, 24 sobre 24 horas um homem – mesmo que este seja um (ai, ai… que hei-de eu escrever?) Corredor -, roubar-lhe o mais inalienável dos direitos, que é o do direito a ser como é, salvaguardando a sua privacidade… é mais do que pernicioso. É criminoso.
Mas, na verdade, sabemos lá o que pode vir a acontecer no futuro...
Em 2050 já cá não estarei.
Se qualquer coisa de parecido vier a ser implementado antes de eu cumprir a minha parte nesta vida, de uma coisa eu vos garanto: resistirei.
Serei contra.
Morrerei na defesa dos meus direitos.
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Não sou!
(*) - Repararam no pormenor dos 30 dias de corrida, 6000 km (dá 200/dia) à média, no final dos 30 dias, de 55 km/h, provavelmente subindo os Himalaias (!!!). Mesmo na ficção não se abdica de exigir tudo (de mais) aos corredores. Terão as bicicletas motor, ou a lista de substâncias proíbidas mudará radicalmente? Ok, ok... se fui eu mesmo que avisei que estamos perante um exercício de ficção...
Sou, e isso é definitivo, inapelavelmente defensor dos direitos de qualquer cidadão.
Ande ele de bicicleta ou não.
Temos que ser. E temos que dar o peito às balas já, agora, mesmo que não sejam os nossos (pessoais) direitos que estão a ser ameaçados, mas para que estes não o venham a ser.
O meu caro… (já ia escrever o teu nome!...)
O meu caro amigo fez, e eu percebi-o e até o acho engraçado, um exercício de pura ficção projectando - e tendo por base algumas coisas que, de facto, já hoje é possível fazer - num cenário, algures no futuro, aquilo que (será? será mesmo?) ele gostaria que fosse já realidade.
Já aqui deixo uma hiper-ligação ao texto em causa.
Tenham calma!...
Pronto!... Está aqui.
Chegou o momento de eu voltar a sublinhar que – julguem-me e condenem-me, se isso vos aprouver – entre a caça ao homem (disfarçada de luta contra o doping) e os direitos fundamentais deste, eu não tenho a mínima hesitação.
Ninguém, em nome de nada, seja lá o que for, tem autoridade para indiscriminadamente atropelar a primeira Lei do País. Aliás, sustentada pela Carta Universal dos Direitos do Homem, da ONU.
E não há verme que me convença, nem monstro que me assuste.
Não abdico.
Jamais abdicarei.
Até porque, com o caminho que, vejo, as coisas estão a levar, tenho mesmo que entrar já em acção, dando a cara por terceiros, para salvaguardar a minha própria liberdade e direitos que, não tardará, serão, também eles postos em causa.
Não é difícil, na conjuntura que atravessamos.
Até por isso deixarei no final deste texto uma hiper-ligação para outro escrito meu, num outro Blog que, creio, quase todos saberão que mantenho.
… Permitiu acompanhar, pela internet 3.0, as 24 horas de cada atleta em videogramas de alta resolução…
Isto é o esvaziamento total e completo de um dos mais inalienáveis – se é que há uns mais inalienáveis do que outros, no que eu discordo – Direitos do cidadão enquanto Homem. E está protegido pela Carta Universal dos Direitos do Homem.
Se viermos a chegar àquele ponto, isso significa que o indivíduo deixou de ser o núcleo da célula que é a Sociedade.
Que há manipulação genética.
Que uns quantos – e não creio que venham a ser eleitos – detêm um poder supra-natural sobre os restantes da nossa espécie.
Sem deixar de sublinhar que compreendo o texto enquanto exercício, quiçá caricaturado, de uma realidade futura extrema, só vejo nele um facto que me deixa aliviado: não acontecerá antes que eu morra.
Monitorizar, 24 sobre 24 horas um homem – mesmo que este seja um (ai, ai… que hei-de eu escrever?) Corredor -, roubar-lhe o mais inalienável dos direitos, que é o do direito a ser como é, salvaguardando a sua privacidade… é mais do que pernicioso. É criminoso.
Mas, na verdade, sabemos lá o que pode vir a acontecer no futuro...
Em 2050 já cá não estarei.
Se qualquer coisa de parecido vier a ser implementado antes de eu cumprir a minha parte nesta vida, de uma coisa eu vos garanto: resistirei.
Serei contra.
Morrerei na defesa dos meus direitos.
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(X)
3 comentários:
Olá
Eu como irmã e namorada de ciclistas devo dizer lhe que da maneira que estão a tratar os ciclistas não demorará muito para que algo do género aconteça....
Passaremos da ficção á realidade num instante!
Pois segundo um médico do CNAD me disse na "vida de um ciclista não podem existir imprevistos" e se eles por algum motivo nem que seja morte tiverem de sair de casa urgentemente, têm de o comunicar antes ao CNAD....
Parece me aqui que os direitos acima de tudo enquanto Homens que são, não estão a ser salvaguardados!
cumprimentos
(Porque será que nessas histórias fala-se de todos os atletas... menos dos futebolistas? Será que eles são os únicos indivíduos limpos no mundo do desporto? Então e o Maradona e o Mozer? E os outros, ondem andam?)
É claro que, depois de ler esta história da volta à China, todos os cenários são possíveis. Por exemplo, o controlo 24H de todas as crianças até se perceber se irão ser ou não atletas. Isso poderá ser, digamos, desde que nasçam até aos 40 anos... no mínimo. Toda a população controlada por um reduzido número de eleitos pelos deuses. Lá se acabariam as quecas extra-matrimoniais...
Afirma que não viverá tempo suficiente para ver isso. Será que tem mais de 70 anos? Se não tem, o melhor é mentalizar-se mesmo que vai precisar de lutar mais uma vez. E mesmo que tenha mais de 70, nunca fiando...
Uma tal tecnologia seria porreira, pá. Assim ficava-se a saber, sem margem para erro, quem votava em quem. Acho que o Paulo Portas também gostaria de uma tal tecnologia... desde que fosse ele a controlá-la, claro. Se assim não fôr, é fascismo.
Mas devíamos verificar um pouco mais de perto essa história do "doping". Desde tempos imemoriais que o Homem utiliza de tudo para melhorar o seu rendimento, mesmo se aquilo que usa não passa, afinal, de um placebo. Bruxos, feiticeiros, sacerdotes, atletas da Grécia Antiga, cavaleiros em justas medievais... Até as palestras de filósofos como Sócrates e Platão eram regadas a vinho, para permitir o destravamento das línguas que, de outra maneira, não se sabiam soltar. Tudo aquilo que leio em relação ao seu uso o condena no desporto. Porquê só no desporto? Quantos doutores e engenheiros não existem por aí que o são graças a tantas substâncias que tomaram durante o seu curso, substâncias que são proibidas para os desportistas. E depois de terem o canudo na mão só fazem asneiras, porque não têm apetência nem vocação para a profissão que escolheram. (E não estou só a referir-me a Portugal) Quantos indivíduos consomem as maiores porcarias para melhorarem o seu desempenho no trabalho (ou na cama...) sem que isso constitua um óbice. E atropelam e esmagam outros que são melhores que eles em circunstâncias normais, mas por não consumirem as tais drogas ficam para trás. Porque razão isso é proibido no desporto? Não seria preferível ser a sua utilização legal, e devidamente controlada por médicos? Isto se de facto se preocupam com a saúde dos atletas. Porque basta ir a uma farmácia e ver a quantidade descomunal de produtos que legalmente se vendem para melhorar o rendimento. (Parto do princípio que, se se vendem nas farmácias, são legais...) E para evitar a queda do cabelo. E para evitar o envelhecimento da pele. E as cirurgias plásticas? Serão também proibidas aos atletas? Haverá concerteza pelo menos um atleta que já obteve vantagens desportivas por efectuar uma cirurgia plástica.
Tive um colega que fez o curso à custa de muitas anfetaminas e cafeína (e álcool nos intervalos). Mesmo assim obtinha notas piores que as minhas. Nesse aspecto de pouco lhe serviu o "doping". E hoje a sua saúde não é das melhores. No entanto, lá está, não é desportista.
Mas, se me permite alongar mais um pouco, poderíamos também verificar mais de perto essa história da "verdade desportiva". Tenho uma bicicleta de estrada "sofisticada", que pesa "só" 18 quilos. Minha montada por mais de vinte anos. E, nalguns passeios de cicloturismo em que participo aos Domingos, exibem-se companheiros com belas montadas caras e mesmo sofisticadas; algumas chegam a pesar menos de 7 quilos, como é isso possível?! No entanto, muitos são os que não resistem à totalidade dos percursos. Mesmo sabendo que o prémio para o primeiro é igual ao do último, acabam por desistir. (isso acontece com muita frequência no "seu" Alentejo. Mas talvez o saiba, uma vez que é jornalista de ciclismo) Outros terminam os percursos a arrastarem-se. E isso nunca me sucedeu. Ora bem, o que faria eu, ainda na minha idade, com uma ginga dessas?! Sem tomar produtos proibidos (presumo eu...) vou à vontade no meio do pelotão. Será que posso afirmar que o pelotão vai todo "dopado" com bicicletas muito melhores que a minha, e que se fossemos equipados por igual eu, provavelmente, estaria no grupo da frente? E assim a tal "verdade desportiva" está a ser falseada porque não tenho hipóteses de ter uma máquina dessas. Agora passemos isso para o campo do desporto a sério. Quantos atletas são penalizados porque o departamento médico do seu clube é mal apetrechado? Ou porque não têm um campo em condições para treinar? Repare nos pilotos de ráli (isto será admissível com o novo acordo ortografico?) que passam a noite acordados a reparar os seus carros, enquanto os chamados pilotos de fábrica têm mecânicos que tratam disso (enfim, se isso fôr um desporto...). Onde está aqui a "verdade desportiva"? Há quem tenha bicicletas especialmente preparadas para o contra-relógio, e capacetes, e sapatos, e pedaleiras, e rodas... E os pobres perdem minutos para eles. Onde está aqui a "verdade desportiva"?
Para terminar: alguém sabe verdadeiramente quem lucra com esta luta contra o "doping"? Fiquei a saber que um xadrezista está suspenso preventivamente pela FPX desde Agosto de 2007 por acusar substância proibida num torneio. Porreiro, pá. O dito atleta tem 60 anos, e ficou em 76º entre 78 xadrezistas. Graças à substância proibida não foi o último... Felizmente eu, enquanto atleta amador, não necessito de informar seja quem fôr do sítio para onde irei amanhã ou depois. Nem estou sujeito a ser acordado às 2 da manhã para um xixi de controlo. No dia em que isso acontecer lá terei de me despedir dos passeios de cicloturismo para preservar a minha vida privada. (e a minha saúde: alguém tem noção dos distúrbios que provoca a um indivíduo que necessita de descansar ser acordado às 2 da manhã?!)
Obrigado pelo seu contributo.
Na sua essência, diz aquilo que todos sabem. Que alguns sabem mas não querem admitir e que uma certa élite acha que pedindo a cabeça de meia dúzia de "culpados" estão a dar um contributo para o que chamam a "limpeza da modalidade".
O que estamos a viver neste momento era impossível ter acontecido há 20 anos atrás, e que ninguém ponha em causa a idoneidade dos jornalistas de então!
(Seria preciso ter um umbigo muito grande!)
Não havia era lugar para que meros "sapateiros" fossem além do tamanco...
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