AH, POIS É!...
As coisas estão a acontecer tão depressa - mentira minha, eu é que não tenho disponibilidade para "estar em cima do acontecimento" - que há pormenores que se me vão escapando.
Li agora que tanto o André Vital como o Celestino Pinho, porque lhes é reconhecido esse direito, recorreram do "castigo" imposto pela FPC e o simples facto de terem recorrido tem efeitos suspensivo dos castigos pelo que, para já, são livres de continuarem a exercer a sua profissão...
Claro que o mesmo vai acontecer com os elementos da LA-MSS, logo que lhes sejam oficialmente comunicados os... "castigos".
Curiosa a decisão da FPC em pronunciar-se ao final da tarde de uma sexta-feira, vésperas de um fim-de-semana onde, "só por acaso" vão acontecer os Campeonatos Nacionais.
Vou ficar atento aos desenvolvimentos, porque à hora em que a decisão do senhor presidente da FPC foi tornada pública, provavelmente já os corredores tinham as malas feitas para irem aos Nacionais. E se se apresentarem, o Colégio de Comissários vai impedí-los de correr tendo como base apenas um comunicado?
Se os Corredores - e disso eu sei porque falei com quase todos - só sabem o que leram na internet e ouviram, nas rádios? Não tendo - não seria possível tê-lo quando a decisão do senhor presidente da FPC é tomada ao fim da tarde de uma sexta-feira - conhecimento oficial do que quer que seja que lhes querem imputar.
Como vão impedi-los de correr?
E se um corredor da LA-MSS se sagrar campeão?
Eu não me esqueço que, há quatro anos, quando soube, em vésperas do arranque da Volta a Portugal, que o campeão nacional tinha acusado positivo no controlo anti-doping, questionei o senhor presidente da FPC sobre a informação que tinha e me tinha sido dada como certa, e ele me "despachou" com um "não sei de nada"!
Três dias depois a notícia era confirmada...
Hoje, duas coisas podem acontecer.
Os homens da LA-MSS porque, oficialmente, não têm conhecimento de nenhuma restrição à sua participação nos nacionais, apresentam-se à partida.
Que fazem os Comissários que, como é óbvio, também não têm conhecimento oficial de nenhum castigo?
Impedem-nos de correr só porque saiu no site da FPC um comunicado - vá lá, desta vez assumiu-se - do presidente da FPC?
Mas é assim que as coisas funcionam?
Qualquer advogado estagiário ganhará o processo em tribunal, e no Ciclismo não está vedado o recurso aos tribunais comuns.
O problema é que, sem terem sido notificados dos "castigos" é evidente que os Corredores - e os outros elementos da equipa - não podem recorrer. A parte boa da coisa é que, não havendo "castigos" confirmados legalmente... não há castigos.
4 comentários:
Caro Madeira, desculpe lá utilizar este espaço, mas não tenho outra alternativa.
Como diz o jogo, na sua edição online, "Face à suspensão com efeitos imediatos, a LA-MSS ficou com a equipa severamente limitada".
Desculpem lá ser tão parvo (estúpido mesmo), mas um processo e uma suspensão não se tornam efectivos após a notificação dos "acusados"???
Ou o ciclismo tem regras próprias e o seu presidente está acima das leis e da Constituição Portuguesa??? Parece bem que sim!!!
Senhores jornalistas, além de informar, também é vossa obrigação questionar estas atropelias à modalidade e aos direitos individuais dos cidadãos. Ou serão os ciclistas cidadãos de segunda classe, com direitos limitados???
Já agora, a noticia não é assinada, não será por acaso da responsabilidade do Sr. Santos, familiar do Prof. José Santos??? E se fosse com o Boavista??? Estaria aquele jornal a escrever como escreve, sempre a lançar achas para a fogueira???
Meus senhores, Jornalistas e Directores doe jornais, haja algum decoro e brio profissional. A "nossa" modalidade bem o merece.
Caro Manuel José Madeira permita-me discordar dos argumentos que apresenta no seu blog, constantemente, em defesa dos ciclistas da La-MSS.
Primeiro lugar a suspensão aplicada pela Federação de Ciclismo se terá efeitos imediatos, certamente que a decisão foi comunicada via fax para a sede da equipa, neste momento, certamente que os comissários também devem estar devidamente informados da decisão. Com base, nestes pressupostos, que presumo tenham sido aplicados durante este processo, estou convicto que nenhum dos elementos da LA-MSS se vai apresentar nos campeonatos nacionais.
No entanto, onde realmente discordo é a defesa radical que utiliza para "julgar" a divulgação dos factos vindos a público.
Apesar de ser apenas um adepto distante do ciclismo, acho que o mais importante, como também defende, é descobrir toda a verdade doa a quem doer. Se eventualmente foram cometidas algumas irregularidades, pouco ou nada interessa, saber quem fez a denuncia, avaliar a norma para não convidar a LA-MSS para as provas, emitir um comunicado na véspera de um campeonato nacional.
O importante, como também defende, volto a frisar, é contribuir para a descoberta da verdade.
Neste momento, os dados recolhidos pelo CNAD e PJ foram suficientes para a instauração de nove processos disciplinares na Federação.
Agora, com tranquilidade, vamos esperar para aguardar a resposta, e cumprimento do direito da defesa dos ciclistas, técnicos, dirigintes, médico e massagista, para no final podermos comentar a decisão do Conselho de Disciplina.
Entretanto, convém preparar bebidas frescas e aperitivos porque a festa do ciclismo vai começar com a Volta a França.
Atenciosamente
Luís Silva
Caro Luís Silva, embora no global concorde com o seu comentário, o importante mesmo é descobrir a verdade. Porém, não tenha dúvidas, eu não tenho (tenho conhecimentos que confirmam isso), quando for descoberta a verdade, seja ela qual for, a equipa já não existirá. Disso, infelizmente, não tenha dúvidas. Em princípio, os dois atletas "não suspensos" irão apresentar-se amanhã para a disputa do campeonato nacional, mesmo sem técnico, sem massagista, sem carro de apoio (certamente terão algum apoio de algum carro de outra equipa, que no ciclismo a amizade e camaradagem ainda vai acontecendo. E, apesar de tudo, espero bem que o façam, que mostrem o seu profissionalismo, que defendam a camisola que envergam, que, nesta altura, o resultado é o menos importante. Caso contrário, o excelente trabalho realizado pelos "responsáveis" da modalidade terá obtido os propósitos pretendidos... Cumprimentos.
Luis Almeida é a pessoa que mais dinheiro investiu no ciclismo português nos ultimos, pelo menos, 10 anos . Para lá da equipa continental, patrocina sub-23 e a Escola de Ciclismo e muito cicloturismo.
Levanta-se ás seis da manhã a um domingo só para levar a mercedes de apoio a uma dezena de cicloturistas (antigos atletas, actuais técnicos e amantes-praticantes da modalidade). Não ganha nada com isso, só tem o prazer de ver na estrada uma equipa com o logotipo da sua empresa.
Quando a equipa de Zeferino abandonou a Maia, foi criado o Clube de Póvoa só para dar estrutura formal à equipa. O Presidente, diria honorário, naturalmente foi ele, por ser o principal patrocinador. Mas a vice-presidencia foi garantida também honoráriamente, pelos restantes co-patrocinadores, a MSS e a Camara de Póvoa.
Mas, em rigor, a responsabilidade desportiva, técnica e organizativa cabe, como em todas as equipas ao seu mentor, o Director Técnico.
Neste contexto e mesmo que fosse verdade total as indiciações dos cinco atletas, a responsabilidade nunca passaria acima da Direcção Técnica da equipa.
Suspender preventivamente Luis Almeida do ciclismo é a maior cretinice que já vi no ciclismo português.
O que é que o Patrocinador principal tem a ver com o dopping de um ou mais atletas ( a admitir essa hipótese) ?
Também sou a favor da verdade e da descoberta da verdade a todo o custo. Mas a exibição de troféus de caça da PJ foi apenas mais uma degradante exibição de provinciano êxito profissional, as queixas do Benfica pelos vistos não adiantaram muito porque continuam sem ganhar nada e até a rasteira denuncia dos contratos de seguro por parte da Liberty cheira a aproveitamento rasteiro.
Quanto a Luis Almeida, o presidente da federação e esses senhores que ganham a vida com o ciclismo sem nele nada investirem, nem são dignos para lhe limpar os sapatos.
O Luis Almeida é um Homem sério, um Homem generoso, um filantropo para a modalidade, e há alguém, com dor de cotovelo que o quer afastar da modalidade.
Se eu estivese no lugar dele, PQP o ciclismo profissional. Acabava aqui. Nem mais um tostão.
Declaração de interesses: sou um dos cicloturistas que o Luis Almeida apoia sem nada me pedir em troca.
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