INSENSATO... INDESCULPÁVEL
O telefonema de um amigo alertou-me, vinha eu a caminho de casa, para uma notícia - que não ouvi - que passou esta tarde da Antena 1, Estação Pública de Radiodifusão integrada na agora genericamente chamada RTP - Rádio e Televisão de Portugal.
Não vou comentar a "investigação" que deu origem àquele minuto e 13 segundos de peça. Embora, para trabalho de investigação, onde não se identifica um único testemunho, o que desde logo me faz torcer o nariz, tenha que admitir o notável poder de síntese.
Mas, como disse, não vou comentar a notícia, até - e sem falsos corporativismos - porque conheço há muitos anos o jornalista que assina a peça, que é um bom rapaz, um bom jornalista...
Mas disse-me esse tal amigo, ao telefone, que - uma vez que eu não ouvira, podia aceder à referida notícia no site da Antena 1. E foi logo avisando que eu não ia gostar de ver...
E não gostei mesmo, apesar de, entre o momento em que ele a viu, e depois, um pouco mais tarde, eu próprio vi, os responsáveis pelo site mudaram pelo menos uma fotografia. Havia duas, disse-me ele. Quando eu fui ver, na "chamada" à notícia já estava a foto de um pinhão de carretos de bicicleta.
Abrindo a notícia é que encaramos com isto...
Isto é...
... DESUMANO, porque carrega fundo na ferida ainda aberta em todos os familiares e amigos do Bruno Neves, e faz doer;... VERGONHOSO, porque sem o mínimo de dados que o sustentem, ligam de forma infame a imagem de um jovem atleta que morreu na estrada, e porque morreu não se pode defender, a uma notícia que fala de doping apreendido;
... INSENSATO, porque, independentemente do atleta que aparece na foto, esta mostra uma marca que identifica uma empresa que não é tida nem achada neste caso particular (muito sinceramente, se eu fosse responsável pela Madeinox a esta hora os meus advogados já estariam a tratar de um processo a apresentar na justiça e a reinvidicar grossa maquia de indemnização por danos morais e não só; tratando-se de uma marca com produtos à venda no mercado, calcularia o prejuízo material que advirá da associação da marca a um caso que está a ser tratado pela justiça e quereria ser ressarcido por isso também);... INDESCULPÁVEL, porque estamos a falar do mais importante OCS do País. A RTP, em ambas as versões, Rádio e Televisão.
Acima de tudo, e baixando a fasquia tudo quanto posso, só acrescentaria que é de um profundo e lamentável MAU GOSTO.Podem - devem - emendar, mas o mal que tinham a fazer já o fizeram.
6 comentários:
A vergonha no ciclismo continua!!! Nem respeitam a memória dos que "já partiram". É óbvio que a campanha continua e está para durar. Não é mesmo esse o objactivo? Diz o CNAD que confirmaram "produtos dopantes"! Onde, na sede? Em casa de quem? Atletas? Dirigentes? E o quê? Claro que está e estará em segredo de justiça, a coberto das "brigadas económicas e anti-corrupção"!!!
Concordo que é de um profundo mau gosto esta notícia. Do reles jornalismo desportivo português.
Independentemente disso, estou um pouco contra a cruzada que este blog tem feito em defesa da La-Mss. Infelizmente, parece que havia mesmo doping.
Todavia, vou continuar a acreditar que as outras vitórias (as do ano passado e anteriores) foram apenas fruto de muito trabalho, como sempre pareceram.
Está enganado, não se trata de uma "cruzada" em defesa da LA-MSS.
Aliás, não constam na História Cruzadas "em defesa" de ninguém. Foram sempre para destruir.
O que eu defendo, e já antes o fiz, primeiro quando o Nuno Ribeiro foi cinicamente despedido pelo senhor Manuel Sáiz (ainda se lembram?);
depois, quando o Sérgio Ribeiro foi posto na rua com "o menino" nos braços - como se não fossem precisos dois para fazer um menino(!);
mais tarde quando, porque dava jeito ao seu trabalho, só faltou ao CNAD exigir que todos os corredores se juntassem, ao final de cada dia, no mesmo redil, como se de um rebanho de carneiros se tratasse, para os poder ter ali, a todos à mão, negando-lhes o direito a terem uma vida própria, como qualquer outro cidadão;
e, agora sim, porque todo o processo que envolve a LA-MSS tresanda desde o início; e eu nunca suportei os maus cheiros.
A estória tem sido contada aos soluções, escondendo uns dados aqui, sonegando outros ali, puxando à cena outros que nada têm a ver...
Alguém está a fazer bem o seu trabalho, baralhando tudo para que sejam poucos os capazes de desembrulhar a históra.
Se há "cruzada", aqui, no VeloLuso é igual a todas as outras: contra. Contra a prepotência, contra os "caldinhos", contra as comadres. Mas toda a gente sabe o que acontece quando as "comadres" se zangam...
Esperemos. E talvez nem seja preciso esperar muito tempo.
o produto apreendido é a efedrina...do xarope para as constipações da farmácia familiar do Sr. Zeferino...
Eu também tenho esse perigoso doping em casa para dar aos meus filhos quando eles se constipam.
Mas se a estória tem sido mal contada como diz, porque é que não se vê ninguém (e aquilo falo do director desportivo e dos corredores) a esclarecer a questão. A defender, a contra-atacar...bem, mas esperemos por mais alguma definição.
Provavelmente porque não têm nada que se defender. Quem já os julgou na praça pública, que apresente provas concretas.
Eu, se me acusassem de ter assaltado um banco, iria ficar aqui, onde estou, sentadinho à espera que, que me tivesse acusado o provasse. E provavelmente - era o mais certo - não deixava ninguém entrar em minha casa sem um mandado de busca legal.
Mas ainda há outra coisa...
Já foi escrito que em casa de dois - só de dois - Corredores é que foram encontrados produtos passíveis de, pelo menos no seu composto, terem substâncias proíbidas.
O Manel Zeferino, ou qualquer dos outros elementos da equipa já podiam ter falado, dito os nomes dos dois Corredores em causa e sacudido a água do capote, como outros já fizeram,como devem estar todos recordados.
Creio que, nem mesmo os que há muitos anos seguem a carreira do Manel, terão levado muito a sério aquilo a que ele chama "a família, o grupo de irmãos, dos quais ele é o mais velho».
Se o preço que vierem a pagar for a penalização máxima, que seria a retirada da licença e consequente extinção da equipa, independentemente de outros juízos que, será normal, aqui farei, a primeira coisa que escreverei é que "tiro o meu chapéu" à coerência do Manuel Zeferino.
Quando se é "marinheiro" a sério, o capitão vai ao fundo com o barco, não aligeira a carga, atirando um ou dois "marujos" borda fora para salvar a sua própria pele.
Mas já aqui o escrevi, a sobrevivência da equipa pode ter que passar mesmo pelo sacrifício dos dois corredores em causa. Mas sei que o Manel Zeferino vai chorar ao ter que tomar essa decisão. Ou que aceitá-la, se lhe fôr imposta pelos patrões da equipa.
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