Apesar da sobrevivência - de uma maneira ou de outra - estar (mais ou menos) assegurada (pelo menos, para alguns), alguém terá coragem para negar que o ciclismo português precisa de mudanças profundas e urgentes?
Se calhar, o melhor até seria assistirmos uma revolução repentina e miraculosa, assim ao estilo dos enredos de Hollywood. A realidade é, contudo, "ligeiramente" diferente da maioria dos guiões dos filmes produzidos nos estúdios de Los Angeles e os momentos a que a História se encarrega de colar o rótulo "Revolução" são apenas o culminar de um longo caminho: uma lenta evolução, um agregar de pequenas mudanças, a consequência de diversas (e, muitas vezes, independentes) acções que, a certa altura, se cruzam e permitem marcar - mais definidamente - um ponto em que o "futuro" é nitidamente diferente daquilo que estava estabelecido até ali. E é importante que isso seja assimilado por algumas pessoas: não adianta esperar por milagres... é preciso criar condições para a mudança, é preciso ir dando pequenos passos numa nova direcção.
E, no ciclismo português, uma das primeiras coisas que é preciso mudar é a abertura ao exterior e ao diálogo. Infelizmente, ainda muita gente acredita que os problemas deixam de existir se ninguém falar deles: pura ilusão. E isto leva a situações verdadeiramente ridículas. Na 45ª etapa, o Madeira focou uma delas. Mas há muitos mais exemplos: de e-mails a avisar que é melhor não se exporem publicamente assuntos delicados a ameaças (as mais engraçadas são aquelas baseadas em supostas leis e regras que ou não existem ou nem sequer são aplicáveis no caso) indirectas, com recado para terceiros.
Porque é que, em vez de tentarem calar as vozes mais incómodas (sim, a verdade ainda dói a muito boa gente), esses senhores não se dedicam a procurar alternativas. Essa "via" já provou estar gasta. Se as coisas não dão sinais de melhorar é porque é preciso mudá-las. Mas essa mudança não pode ser feita com a exclusão de tudo e todos os que não fazem parte da "família", de quem tem ideias diferentes.
O facto de se dialogar com outras pessoas não implica que se aceitem cegamente todas as suas ideias e/ou sugestões. Mas parece que muita gente ainda tem medo disso e acabam por usar o mais ridículo de todos os argumentos: quem não está "lá dentro" não pode falar, porque não sabe nada. É patético e, pior, profundamente errado. Quem está "de fora" pode não ter conhecimentos técnicos, mas tem uma visão diferente e, especialmente, mais alargada das situações. E o que realmente interessa é procurar conjugar os dois lados, para se poder chegar a alternativas realistas. É importante que - na procura da mudança - se deixem de lado orgulhos patéticos e se entenda que mudar não tem que ser sinónimo de uma cedência humilhante da estratégia inicial.
Mas - e para que tal mudança seja possível - é indispensável que os interesses da modalidade sejam postos à frente dos interesses individuais (muitas vezes, mesquinhos) de cada um dos seus agentes. Será que temos um "pelotão" capaz de tal mudança de mentalidade?
2 comentários:
Não é ensurdecedor o silêncio a que assistimos quando o convite que fazemos aqui é para que se discuta o estado actual do ciclismo português?
Mas somos lidos.
Segundo os dados que fui ver há instantes (são 18.20 horas, em Portugal), hoje o VeloLuso já tinha sido visto por 44 pessoas; ontem, domingo, foram 120 os visitantes; nos últimos 7 dias foram 672 (quase 100/dia) e, desde que - após ter assinado o contrato para os autorizar a colocar publicidade no Blog - o Google passou a a contabilizar o número de visitas, já somamos 1.327 visitas. Sendo que as minhas entradas e as tuas não contam dado sermos os autores do espaço.
Portanto, existimos!...
É pena que entrem mudos e saiam calados, ou que prefiram queixar-se a terceiros sem que nós possamos justificar as nossas opiniões.
Não será isso que diminuirá o VeloLuso, embora um maior número de participantes o engrandecesse.
Mas vamos continuar…
O caminho é em frente!...
Olá Verm.,
para tu ires tendo uma ideia...
eis os registos de visitas do NOSSO Blog nos últimos 10 dias, a começar em 3 de Abril:
44 - 54 - 43 - 34 - 74 (o mais alto) - 39 - 31 (o mais baixo)- 48 - 44 e 32... no dia 12 de Abril
A média diária é, pois, de 44,3!... Não é bom nem mau... é pouco!
Não calculas é quantas pessoas querem a minha cabeça. São quase os 44 da média diária :-)...
Mas também recebi algumas mensagens de incentivo.
Portanto... Vamos em frente!...
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