domingo, março 26, 2006

45.ª etapa



PARA OS QUE "MASTIGAM" E NÃO "ENGOLEM"

No início do mês, quando da I Volta ao Distrito de Santarém, houve um jornalista que teve de se sujeitar à quase humilhação de se apresentar ante os Senhores Directores Desportivos para "encaixar" todas as críticas que estes não são capazes de fazer em público. Eu não sei se lhes daria esse prazer.

O motivo que levou a esta "reunião" foi uma notícia que nenhum dos DD podia desmentir. Mais, sabiam todos, à partida, que se fosse um "debate" em rádio ou televisão sairiam de lá bem mais humilhados que o jornalista que quiseram "encostar à parede".

Acompanhei de muito perto, tão perto que nem o facto de, por motivos de saúde, estar afastado da MINHA redacção, nunca ter deixado de me manter informado sobre o assunto em causa, já que não dispo a camisola de responsável pela Secção de Modalidades do meu jornal.

Tão perto que, muito antes do jornalista em causa, já eu tinha em meu poder o parecer do Conselho Juridiscional da FPC que ilibava POR ERROS PROCESSIONAIS pela parte da "acusação", os três corredores que não se livraram da instrução de um Processo Disciplinar, e da respectiva "pena", mais tarde revogada.

Quais "virgens ofendidas", tanto o presidente da Associação de Ciclistas Profissionais como os directores-desportivos, saltaram a terreno para defenderem o indefensável. E esperei este tempo todo para voltar ao assunto, que já tinha focado, na expectativa de que, mais do que DIZEREM que o jornalista não tinha razão, o PROVASSEM.

Claro que não aconteceu. Mas eu esperei.

Repito, embora ausente, fisicamente, da redacção, acompanhei e apoiei os dois jornalistas d'A BOLA que trataram do assunto, os quais tiveram desde o início a garantia de que eu não lhes faltaria com o meu apoio, enquanto responsável pela secção. Porque eu, antes deles, tinha os dados necessários para avançarmos com a notícia. Que jamais poderia ser posta em causa.

Ainda assim (e quantos terão pensado que ganharam a "guerrinha"?) os DD exigiram, depois de tentarem boicotar o trabalho do profissional em causa, que este se apresentasse, qual Egas Moniz, de corda ao pescoço, ante o seu douto "tribunal".

Claro que o jornalista, cedendo muito mais do que eu cederia, saiu da caricata audiência a dizer exactamente o mesmo que antes dissera e tudo "acabou em bem" porque houve ali uma descarada demonstração de corporativismo onde, mesmo os que não tinham nada a ver com o assunto apareceram a espaldar os "queixosos".

A questão que deixo aqui é a seguinte: e se, na primeira oportunidade fôr UM JORNALISTA a chamar os DD para que expliquem as amorfas prestações das suas equipas? Vão todos? Os citados irão?

E fica a sugestão: se DD e jornalistas fazem parte da mesma "família" do Ciclismo, quem se opõe a uma reunião, já que no último dia é difícil, porque cada um tem de regressar a casa, mas no penúltimo dia de cada corrida, a uma reunião, dizia eu, para discutirmos cara-a-cara a corrida?

Não precisa ser motivo de notícia, nem seria, se concertado antecipadamente, mas os jornalistas poderiam questionar os DD sobre a prestação da respectiva equipa e este, claro está, contrapor com a justificação que aprouvesse ser a mais indicada. Mas perante TODOS os jornalistas e TODOS os outros directores-desportivos.

Eu estarei na primeira destas reuniões, mesmo que ainda não esteja em condições de estar em serviço. Fica prometido.

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