segunda-feira, março 13, 2006

24.ª etapa


Voltemos ao Ciclismo!...

Teminou mais uma corrida, das internacionais que integram o nosso calendário, e tivemos mais do mesmo. Um jovem de 20 anos, a iniciar-se na carreira, numa equipa cuja média de idades não chega aos 23 anos e que fez trabalho exemplar, no último dia, na defesa do seu camisola amarela, arrebataram os triunfos finais, individual e colectivo. Os corredores das equipas estrangeiras - algumas delas com nome, mas sem nomes relevantes - ganharam três das quatro etapas e, no final, entre os primeiros dez classificados, só três representantes de conjuntos lusos e... apenas um português: Renato Silva que, graças a um bom crono, aproveitou a oportunidade para mostrar que é mais do que um gregário de luxo, como o foi nos últmos anos, ao serviço da Maia. Uma boa aposta, a da equipa de Jorge Piedade.

Também, mercê de uma prestação muito positiva - não é novidade, ele até é múltiplo campeão australiano na especalidade - Ben Day, da Carvalhelhos-Boavista, garantiu o segundo lugar individual, final, colocando a equipa do professor José Santos na mesma posição, final, no alinhamento colectivo. Hector Guerra (LA-Liberty) foi o terceiro representante de uma equipa nacional no top-ten final numa corrida que teve dois heróis, primeiro, Sérgio Ribeiro (Barbot-Halcon) que ganhou a primeira tirada mostrando (quero acreditar) que a sua preparação está a decorrer de forma faseada e que, lá um pouco mais para a frente - quem sabe... em Agosto - o teremos ao seu melhor nível. E foi herói porquê? Exactamente. Porque foi o único português a ganhar uma etapa. E o ter andado de amarelo ficou, claro, a dever-se ao facto de ter ganho a... primeira etapa. O outro homem em destaque foi Jon Bru. Passou practicamente despercebido, nos dois anos que esteve nas fileiras da LA, e nestes dois últimos, com as cores da espanhola Kaiku, já conseguiu mais e melhores resultados que no resto de toda uma carreira que não é tão curta assim.

Quando, logo a abrir, escrevi que nesta corrida, e em relação aos portugueses, tivemos mais do mesmo, referia-me, é bom de ver, à lacinante incapacidade que têm demonstrado em ombrear com as equipas e corredores que vêm de fora. Mas quanto a isso creio estarmos falados e não vou alterar em nada a minha opinião.

Quedo-me, contudo, tentando perceber que estratégias levam montadas as equipas portuguesas para estas corridas. Não que acredite que as estrangeiras a tragam; essas vêm aproveitar quilómetros e dias de corrida para corredores menos utilizados ou cuja preparação, seja por que motivo for, começou mais tarde... Mas as nossas precisam ou não de resultados para mostrarem aos patrocinadores (que mais não seja!...)?

E chego a uma conclusão: nenhuma!
Nenhuma das equipas parte com um objectivo claramente definido, planeado, estrategicamente defendido com um plano B... Não.
Partem todos ao mesmo tempo... e quem chegar primeiro ganha.
"Talvez tenhamos a sorte de um dos nossos..."
E depois acontecem estes... Boom's!...

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