segunda-feira, janeiro 01, 2007

379.ª etapa


CRIAR E APOIAR
O ESCALÃO DE ELITES

Olhem aqui para o lado, para Espanha. Quem quiser certificar-se consulte o sítio da Real Federação Espanhola de Ciclismo (
www.rfec.es) e veja o número de equipas e a quantidade de provas que há para este escalão. Nenhum dos corredores que na última década veio de Espanha para Portugal – alguns deles a conseguirem logo dar nas vistas – veio directamente dos sub-23 espanhóis. Não veio não!
Vieram do escalão Elite, escalão no qual, em Espanha, teriam que ficar pelo menos dois a três anos até poderem sonhar em vir a tornar-se Profissionais. Em Espanha contam-se pelos dedos de uma só mão os Profissionais com menos de 26 anos. Em Portugal há-os aos 20!...


Até por isso, muitos espanhóis aceitaram, às cegas, as propostas idas de Portugal. Mesmo que o contrato fosse mau, na maioria das vezes pior do que aquele que tinham enquanto amadores, em Espanha, proporcionava-lhes a carta de alforria, que é a licença UCI de Profissional.
E, quase sem excepção, todos eles não escondiam que o seu principal objectivo era o de regressarem a Espanha, uma vez conseguida a licença de Pro.
Eu sou assinante da Meta2Mil e li lá, nos últimos quatro anos, dezenas (dezenas) de entrevistas a jovens espanhóis a correrem em Portugal, na altura da entrevista, e todos diziam o mesmo.

Mas em França também há um enorme pelotão Elite, são os que cumprem o calendário da Classe 12, que também o há em França… ou acham que por lá só há o Tour, o Paris-Nice e o Dauphiné-Libéré?

Agora, não sei se repararam, mas algumas linhas atrás eu escrevi, em relação aos jovens espanhóis que vinham para cá, que preferiam ganhar menos, mesmo Profissionais, em Portugal, do que enquanto…. AMADORES em Espanha.

Pois é! A Categoria Elite é amadora. Eu até lhe chamaria… não-profissional, que é a terminologia usada, por exemplo, pela Federação Portuguesa de Futebol para os clubes das II e III divisões nacionais. Não são profissionais, mas não deixam de ser remunerados. Os contratos é que não são de Profissionais. Mas amadores são os dos campeonatos do INATEL. Esses é que jogam por amor à camisola…

Então, temos que criar esse patamar das Elites, não-profissionais. É que ele é fundamental e nos dois sentidos. Primeiro… porque as obrigações são muito menores, é mais fácil construir equipas Elite que Profissionais; depois, é nelas que os sub-23 terão de continuar, pelo menos mais um ano ou dois, de forma a que confirmem as qualidades mostradas nos escalões jovens; mais… é possível, exactamente porque as exigências são outras, continuarem a ser Corredores mesmo aqueles que, entretanto, já optaram por outra profissão, acabados os estudos. Não precisam acabar aos 23 anos… ou ficar – como há, para aí uma dúzia – escondidos todo o ano em equipas de Clube (que deviam ser Elite, mas que em Portugal são todas de sub-23) só aparecendo nos Campeonatos Nacionais.

Este ano (2007) o Calendário Nacional oferece menos de 70 dias de corrida e são esses os que OITO EQUIPAS PROFISSIONAIS vão fazer. Sim, porque mesmo que surja um ou outro caso de alguma equipa Continental que consiga ir correr no estrangeiro, acrescentar-lhes-á mais o quê? Mais 5 dias? Mais 10?

Agora, retiremos àquele número de dias os que são de Corridas Internacionais. Quarenta. Ficariam apenas 38 dias de competição para a tal Categoria de Elites não-profissionais.
Os sub-23, em 2007, vão ter 41 dias de corridas.

Aqui é que, tratando-se a Elite de uma categoria não-profissional, entra a Federação Portuguesa de Ciclismo. Não peçam à FPC que olhe pelos profissionais. Isso não acontece em país nenhum do Mundo. Porque é que havemos de ser sempre uns pedinchões? Os profissionais têm que se valer a si próprios.
Mas, enquanto não-profissionais, as equipas não só podiam como deviam, não pedir, mas exigir à FPC que olhasse por elas.

Teríamos então, perfeitamente definidos, os quatro patamares em que acho o Ciclismo Português tem que assentar:




a Formação, na base
– os sub-23, como última fase da formação, assim como que a formatura de um curso
uma divisão de transição, não- profissional, até para permitir que os jovens com 24 ou 25 anos tenham mais algum tempo para mostrarem o que valem –
e o quadro Profissional.


Como podem ver no gráfico, até neste acho que tem de haver uma sub-divisão. E não hesito em apelar para uma VONTADE NACIONAL de termos uma equipa no grande pelotão mundial.

Mas a isso… já lá iremos. A isso e à minha solução para fazer funcionar a categoria de Elite.

Vêm aí as alegações finais.

1 comentário:

mzmadeira disse...

Muito obrigado pelas sugestões...
quanto á imagem... não consegui inseri-la maior... mas no original tem definição... tentem (você e os demais que o queiram) copiar a imagem para o vosso computador... ai, creio, aparecerá 100 por 100... perfeitamente legível...

Muito obrigado pelas sugestões. A partir daqui é assim. Cada um sugere o que achar ser melhor e, quem de direito, que aproveite a melhor sugestão de todas...