[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
segunda-feira, janeiro 01, 2007
380.ª etapa
REDUZIR O NÚMERO DE EQUIPAS PROFISSIONAIS
É, na minha opinião, a chave de todo o processo de regeneração do Ciclismo Português. E já vou explicar porquê.
Não vale – é que não vale mesmo – a pena termos equipas profissionais que, a muito custo – mas mesmo a mesmo custo – conseguem o mínimo (que é sempre muito menos que o mínimo exigível) de condições para se apresentarem no pelotão.
O termo profissional encerra, logo na sua definição, a ideia de qualquer coisa sólida.
Falando de equipas de Ciclismo, é indispensável que os projectos que as sustentam sejam de uma dimenção alargada. Três anos, no mínimo.
Porque, e isto não devia ser o menos importante, quando se apresenta uma candidatura a Equipa Profissional de Ciclismo está a envolver-se, no mínimo (pelo menos assim deveria ser), 20 pessoas. Vinte cabeças de família que, na rectaguarda, têm mais duas/três bocas para dar de comer, o que eleva o número de dependentes desse emprego a 60 almas. Não é coisa com que se brinque.
Hoje aceita-se tudo, porque o pouco que lhes é oferecido é melhor que nada.
Não tem que ser assim.
É preciso encolher a malhagem da rede por onde têm que passar. Só os que, efectivamente, oferecerem condições, como a tal condição de o projecto lhes garantir, pelo menos, três anos de continuidade, deverão passar. E depois há que estreitar ainda mais a malha.
Ordenados que não se limitem a ser o mínimo regulamentado (quando isto é respeitado), outros incentivos – e eu terei todo o gosto em explicar quais os que penso serem viáveis – que proporcionem engordar os proventos mensais, a garantia de que os corredores não vão ser explorados – em termos de competição – até ao humanamente quase impossível.
E não compreendem que nestas condições será muito mais fácil às equipas, pelo menos, lutarem por resultados mais sonantes? Com mais impacto, logo, dando maior visibilidade às marcas que, ao patrociná-las, lhes pagam os ordenados.
Mas, encolhendo a malhagem da ta rede pela qual todos os projectos terão de passar, não vai resultar numa diminuição de equipas?
É esse o objectivo.
E até digo mais, atingidos os primeiros resultados, essa malhagem deve apertar ainda mais, de forma a que, sair-se para a estrada como Equipa Profissional possa, todos os anos, oferecer ainda melhores condições aos seus empregados.
Claro que sei exactamente o que estão a pensar.
Com menos equipas – mesmo que elas sejam obrigadas a terem mais 4 corredores cada – vai haver menos lugares disponíveis para serem preenchidos por aqueles jovens que, atingida a idade limite para serem sub-23, se apresentarão como candidatos a profissionais…
Ora, é exactamente isso que, actualmente, está mal no Ciclismo Português.
É os jovens vindos da formação, que culmina com o estágio de dois anos (pelo menos) nos sub-23, não terem como prosseguir as suas carreiras.
E o que aconteceu entre nós nos dois últimos anos é totalmente enganoso.
Houve mais oportunidade para os jovens vindos dos sub-23 porque, dadas as circunstâncias, ficaram mais baratos do que ir buscar elites a Espanha.
E o facto de haver 30 ou 40 candidatos para 10 ou 12 vagas ajuda a que sejam obrigados a aceitarem condições abaixo do mínimo que seria justo.
A chave para descodificar tudo o que atrás escrevi está na solução que, acho eu, proporcionará a uns (aos jovens vindos dos sub-23) a possibilidade de progressão na carreira – uma progressão natural e racional – e permitirá, por outro lado, que muitos dos projectos que hoje só surgem porque estão a limitar as cotas mínimas de exigência ao… mínimo, poderem, também eles, continuar a ter o seu lugar no pelotão. Sem serem profissionais.
É que há um escalão, natural, e que existe em todos os países, excepto em Portugal, que temos vindo a ignorar. Ora, recuem um pouco na leitura e reparem quando digo que, nos dois últimos anos tem havido mais lugares para os jovens portugueses vindos dos sub-23, porque são mais baratos que os Elites espanhóis…
É isso mesmo! Temos vindo a ignorar esse degrau natural que são as equipas Elite.
Do zero quer-se imediatamente dar o alto para os Profissionais e o salto é de tal forma grande que a maioria dos projectos se estatela ao comprido. E muitos nunca mais se levantam.
E porque é que não há Elites em Portugal?
Porque não há calendário? Mas há! As corridas .12 são para Elites, não para sub-23 que estes são arrumados nas .13.
E, não há equipas porque não há calendário, ou não há um calendário melhor porque não há equipas? É que, mais de metade das organizações actuais mostram, todos os anos, que não têm qualidade para montar corridas para além do escalão Elite.
Mas, se está tudo errado, e pelo mesmo motivo, porque é que não se redefinem objectivos e exigências? Não, não é tão difícil assim. Haja vontade para o fazer e vão ver como, reestruturado, o nosso Ciclismo evoluirá a partir de uma base muito mais sustentada.
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