terça-feira, janeiro 02, 2007

382.ª etapa



ENCONTRAR UMA NOVA COMPETIÇÃO

Creio que o chamado Ovo de Colombo, aquilo que sustentaria a categoria de Elites, passará sempre por um conjunto de provas cujos resultados viessem a ser reunidos num outro quadro, abrangente e que lhe desse uma dimensão nacional.
Vejam o que se faz em França, com a Taça de França.

Há uma série de provas, interligadas, provas essas cujos resultados são conjugados numa classificação nacional.

Não é difícil.
Reparem… esta categoria ficaria sob a responsabilidade directa da Federação Portuguesa de Ciclismo. Esta recebe dinheiros do Estado, dinheiros que poderiam ser aqui usados uma vez que isto se enquadra no que podemos chamar… esforço para o desenvolvimento da modalidade. E não seria mais do que isso.
A federação tem de distribuir esses dinheiros pelas associações e bem que pode obrigar estas a organizar corridas para este escalão. O de elites.
Não percam o fio à meada. Estamos a falar de uma categoria que é fundamental para o desenvolvimento real do Ciclismo em Portugal.

Além disso, e ponham os olhos no que acontece com os sub-23, se foi possível ligar a RTP a um projecto que já deu provas, o troféu RTP, não é impossível encontrar meia dúzia de empresas, ou, quem sabe, uma só… que suporte a maior fatia das despesas. Um Jornal, por exemplo. E isso garantiria a cobertura mediática. Os outros jornais iriam ignorar a competição? Há outra solução: encontrar um jornal não desportivo, por exemplo. O que os deixaria em pé de igualdade – que é como quem diz, não iam fazer promoção de um rival… Meus deus – digo eu que sou agnóstico… há 1001 possibilidades…
Não me atrevo a sugerir que se entregue esta nova organização à João Lagos Sports, mas quem diz que ela não estaria interessada?

A ideia – copiando o que acontece em França, por exemplo – era criar uma Taça de Portugal, um Campeonato de Portugal… um Grande Prémio de Portugal… Qualquer coisa que, atribuindo pontos que corresponderiam a cada um dos lugares nas classificações – nas etapas e finais – mantivesse viva até final, o interesse na competição. Porque equipas que se equivalem… deixam no ar, em aberto, classificações renhidas.
Caramba!… Um Grande Prémio de Portugal, por pontos – sim, como a antiga Taça do Mundo, como o actual ranking do ProTour… – ia dar um Campeão.
Não seria nunca um Campeão de segunda. Aqui têm de confiar em que tem a obrigação de definir as notícias nos jornais, nas rádios…
Eu falo de uma competição NACIONAL. Com equipas que tenham raízes regionais, equipas que serão – terão, inevitavelmente terão que ser… – algumas das que presentemente fazem parte do pelotão profissional….

Deixem-me exemplificar…
Não é difícil de antecipar que aconteceria um grande equilíbrio. Que mais não fosse, a CS anunciaria que o novo líder do Campeonato de Portugal era o corredor xis, da equipa y… provavelmente, nem uma, nem o outro, conseguirá uma notícia ao longo de toda a futura temporada…
E, a partir da segunda metade da competição… com o aproximar do final, TODAS as notícias teriam razão de o ser. Ou o líder consolidava a sua posição… ou era substituído por outro líder…

Ser notícia… aparecer nos jornais. Atrair os mesmos jornais, lutar e conquistar um canto de página, uma foto…. É melhor do que o balanço que metade das equipas portuguesas conseguiram o ano passado. E foi o melhor dos anos. Dos últimos anos.

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