segunda-feira, abril 23, 2007

481.ª etapa


ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL DOS CORREDORES
EXISTE E ESTÁ ATENTA

Há 464 anos, Copérnico, obrigado a refrear o que tinha adquirido à custa das suas descobertas em relação ao planeta Terra, cedia, sem que deixasse de, ao mesmo tempo, vincar a sua posição e contra as teorias vigentes, dizendo: “Contudo, ela move-se”.
Ora aqui está uma forma diferente de abordar aquilo de que aqui se fala: Ciclismo.

E aquele… “contudo ela move-se”, agora não relativamente à Terra mas à Associação de Ciclistas Profissionais (CPA), em toda a razão de ser.
Os corredores, espalhados pelas diversas associações nacionais, vão ganhando espaço e voz no que respeita à discussão do ciclismo actual. Que mais, e maior justiça não lhes pode ser feita, do que reconhecer que são eles, de facto, a primeira mola impulsionadora da modalidade?

E se há pouca informação acerca da sua actividade eu, aqui, garanto… contudo, ela move-se.

Em reunião levada a cabo em Aigle (sede da UCI, na Suíça), como referi, no passado dia 4, Francesco Moser, o presidente da CPA e referindo-se à Operação Puerto, apelou ao sentido de responsabilidade dos corredores tendo em conta a recuperação da credibilidade do Ciclismo, enquanto modalidade, considerando como imperativo a reconquista dos media e, naturalmente, dos patrocinadores.

Ok… mas porquê os corredores?, pergunto eu.

Os corredores são assalariados e, não será segredo para ninguém, se hoje se lhes exige o tal sentido de responsabilidade… o que é que, para trás, não lhes foi já exigido?

É apenas a minha opinião, mas parece-me que a CPA dobrou um pouco a espinha. Embora, se o fez no sentido de salvaguardar os seus associados, eu até perceba.
Não concordo, mas percebo.

E estes apelos ao sentido da responsabilidade não têm vindo apenas a ser pedido aos Corredores. E não vou mais longe, fico logo na minha classe. Os jornalistas.

Entenda-o o Ciclismo – aqui usado como substantivo colectivo – da mesma forma que pede que seja entendido.
Diz-me, contudo, a experiência de vida que, quanto mais nos baixamos, mais fácil é que nos subam para as costas

Outro assunto discutido na referida reunião levou a CPA à recusa – para já contida, embora expresse a maioria das opiniões – do aumento, que seria de 100% (dos 2 para os 4 por cento) da contribuição financeira dos corredores no plano “Cem por cento contra o doping”, levado a cabo pela UCI.

Isto eu percebo, e aplaudo. Não sou ingénuo, não mergulho a cabeça na areia mas continuo a defender que, havendo agências com orçamentos milionários, não têm que ser os Corredores a pagar os controlos onde eles próprios podem ser penalizados. Mas concordo que a CPA também contribue para esse esforço que é o da luta contra a batota desportiva.

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