quinta-feira, fevereiro 07, 2008

1070.ª etapa

O SENHOR SERAFIM FERREIRA,
DEFINITIVAMENTE, TEM FALTA DE MEMÓRIA

[… entrevistar Serafim Ferreira teve, no final, um ligeiro travo a frustração.]

Nem mais, meu caríssimo João Santos. Sem fazer juízos de valor, concordo plenamente contigo. Foi isso que eu senti, quando concluí a leitura da entrevista. Que poderia ter sido muito boa…
Foi o que pôde ser.

Antes de vos [Jornal Ciclismo] questionar directamente, deixo, desde já, contudo, uma pergunta: se iam entrevistar alguém, endemicamente contra o actual status do Ciclismo nacional, porque saíram sem respostas concretas?

Volto atrás, ao ano 2000, à última Volta organizada pela Sport Notícias.
À última etapa, quando metade do pelotão, na aproximação à meta, em Belém, entrou para o acesso à… Ponte 25 de Abril.

Recuo um ano (ou terão sido dois?) em que numa etapa, outra vez a última da Volta a Portugal, corrida entre as Caldas da Raínha e Lisboa, o próprio Serafim Ferreira “proibiu” qualquer fuga.

E lembro-me de três corredores, entre eles o francês Armand de las Cuevas (Banesto) ter sido - depois de ter servido de alvo ao ataque com bidões de água, por parte do resto do pelotão – obrigado a desistir pelo seu director-desportivo porque da direcção da corrida viera a “ordem” que na última etapa não havia corrida (tenho isto gravado… provo em qualquer leitor de VHS)… isto enquanto no carro de Serafim Ferreira de despejavam garrafas de vinho espumante…

Entrevistas feitas, nos dias de hoje, ao Serafim Ferreira por jornalistas que não fizeram nem uma das Voltas por ele organizadas… lamento dizê-lo, mas digo-o com todas as letras… valem zero.
Repito: ZERO.

Eu fiz dez. De 1991 a 2000.

E é claro que não posso vir aqui perorar contra o João Santos ou o José Carlos Gomes. Embora saiba que o primeiro é suficientemente humilde para aceitar a minha crítica, e o segundo erradamente assoberbado para que eu não deixe de considerar que, no fundo, ainda vai reclamar razão.

Idiotice chapada.

Porque EU ESTIVE LÁ, EM DEZ VOLTAS
Dez anos, um a seguir ao outro… sem interregnos.

O Serafim Ferreira não tem razão em nada. ZERO… N…A…D…A!...

Fazia Voltas franciscanamente pobres e só compreendo que avance com algumas declarações porque sabia, de princípio, que nenhum dos entrevistadores podia ter conhecimento de causa.

Dez anos depois mantém-se despeitado.
Não me surpreende nem um bocadinho.
Mas não me amedronto com a figura. E digo-o, clara e objectivamente: a Volta a Portugal “vegetou” durante dez anos porque esse senhor julgava que a teria para sempre.

E é preciso ter uma enorme lata para chamar à discussão o João Lagos.
Ao pé dele, o Serafim Ferreira não passa de um amador.

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