sábado, fevereiro 16, 2008

1080.ª etapa

… E SUCESSIVAS (E QUASE INDEFENSÁVEIS)
FUGAS EM FRENTE

Praticamente no prolongamento da etapa anterior, centremos agora a nossa atenção naquilo que está à frente dos olhos de todos, embora muitos ainda finjam que não vêem.

Perdido o braço-de-ferro com os três maiores organizadores de corridas, algo que era mais fácil de prever do que sabermos que são ínfimas as possibilidades de nos sair o Euromilhões, porque é que se teimou em manter o ProTour?

Ok, há acordos com as equipas que o integram e a denúncia unilateral desses contratos, por parte da UCI, obrigaria a um ressarcimento daquelas, em termos financeiros, e até na ordem de expectativas desportivas goradas.
Não era fácil essa decisão, reconheço, mas adiar o fim do ProTour não é solução.

Nem honesto para com equipas e patrocinadores.

Astana, High Road (ex-Telekom) e, por exemplo, a Saunier Duval mantiveram - ou vieram em substituição de um anterior – os seus patrocínios; pagaram as taxas de inscrição, os seguros, as comparticipações para a luta anti-doping.
Asseguraram equipas com o mínimo (que é elevado) exigido de corredores, pagos por uma tabela especial, bem acima da que as equipas Continentais Profissionais estão obrigadas e, o que é que faz a UCI?
Pois, abre lugar a 15 (!!!) equipas que, com menores investimentos, afinal vão poder correr o calendário que, à partida, seria apenas para a elite das elites!

Não li uma única palavra crítica em relação a isto.

Ainda bem que o Benfica acabou por ficar de fora!

Entretanto, e no seguimento da decisão da RCS e quando era mais do que previsível que viesse a acontecer o mesmo por parte da ASO, ainda se esboçou um movimento de protesto por parte de algumas equipas ProTour. Desorganizado, claro, porque uma posição colectiva firme e capaz de ser tida em conta é impossível.

Há equipas que não arriscarão nunca deixar-se marcar por ferrete que lhes poderá causar, também a elas, a exclusão das principais corridas!

Aliás, até a reacção oficial da Astana foi… suave, alertando, é verdade, para o facto de ser “outra equipa”, mas de uma forma tão, tão diplomática que quase parecia um pedido de desculpas por ter deixado enganar-se.

E a UCI tenta equilibrar-se no arame, ciente que por baixo não há rede que lhe apare a queda e evite o esborrachamento no chão da pista.

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