Pode ser gralha, um lapsus linguae, uma desatenção... alguns problemitas com a Língua Portuguesa. Tudo isto é compreensível logo, aceitável. Haja quem atire a primeira pedra!...
Mas não deixei de ficar tocado com o pungente lamento - é assim que eu o leio - que se solta deste título, no Público de há dois dias, mas que só hoje vi:
Portugal teve menos casos de doping
apesar do reforço dos controlos
Que tristeza!, que decepção!, que... lata!
Será que, neste título, leio uma encoberta crítica ao LAD? Então? Fazem mais controlos e há menos casos? Terão feito isso bem? Não se distraíram?
Mas que - se não aconteceu nenhuma das possibilidades que avanço logo na abertura - houve pelo menos uma pessoa deveras triste com o facto de o número de casos de doping ter baixado, isso está patente!
Eu também fiquei triste. Triste e preocupado com uma notícia que li no Soberania do Povo, de Águeda. E aproveito a palavrinha que é a chave daquele título lá atrás:
APESAR dos esforços e da vontade dos seus promotores, a edição de 2008 do Grande Prémio Abimota está em risco.
4 comentários:
Não, não houve ninguém triste pelos resultados. Pelo contrário. Foi uma escolha discutível do título, que pretendia realçar o que está no lead: "O Conselho Nacional Antidopagem (CNAD) recolheu em 2007, pela primeira vez, mais de 3500 amostras, sem que isso se tenha refectido negativamente no número de controlos positivos: o desporto português registou no ano passado 44 casos de doping, menos oito que em 2006."
Às vezes convém ler toda a notícia, ou pelo menos o lead, para se emitir um juizo de valor que vá além da simples crítica aos títulos.
Cumprimentos
Duarte Ladeiras
Caro Duarte - não nos conhecemos, mas será um prazer para mim se um dia isso puder acontecer - é claro que eu li, não só o lead, como todo o artigo. Como leio todos os que tu escreves no Público - o meu jornal generalista - e tudo, tudo o que eu consigo apanhar seja em que jornal for, sobre Ciclismo.
E guardo-os.
Dizes que foi uma escolha discutível do título. Era uma das opções para a minha "abertura", mas preferi não me imiscuir naquilo que é da responsabilidade de outros colegas. Mas a ressalva está lá. Podia ter sido uma série de coisas, mais a má escolha do título.
Aceitas um exemplo de quem já escreveu (e emendou) muitos, muitos títulos?
'tá bem, cá vai...
Repara, reparem na diferença:
PORTUGAL TEVE MENOS CASOS DE DOPING APESAR DO REFORÇO DOS CONTROLOS
APESAR DO REFORÇO DOS CONTROLOS PORTUGAL TEVE MENOS CASOS DE DOPING
O primeiro, permite - que foi o que aconteceu - uma leitura crítica.
O segundo dá uma imagem bastante menos negativista do Desporto em Portugal.
Entendido?
E é um prazer saber-te leitor deste espaço,
um abraço.
Caro colega
1- Tens toda a razão em relação ao título. Tanto mais que, na edição papel, o editor mudou-o para "Portugal aumentou os testes e teve menos casos de doping". E, após o teu comentário, fui mudá-lo também no site.
2- Já leio o teu blogue há muito tempo. Porquê? Porque tem mais informações sobre ciclismo do que os próprios jornais desportivos.
Escrever regularmente sobre doping não me permite acompanhar de muito perto nenhuma modalidade. Por isso tenho optado por ir a congressos, seminários, etc, organizados por cientistas (por sinal pessoas mais abertas a discutir as questões do que os políticos e os dirigentes desportivos).
De qualquer forma, tenho a obrigação, e o gosto, de saber coisas sobre as modalidades, em especial aquelas que, infelizmente, são mais vezes atingidas com notícias sobre dopagem. E daí ler o teu blogue. E, já agora, uma confissão: em 2007 fui abordado pelo jornal para acompanhar a Volta a Portugal, mas infliezmente não deu para ir porque, por desleixo, ainda não tenho carta de condução e há alguns anos o jornal passou a enviar só um jornalista. Razões financeiras, como sempre...
Abraço
Duarte Ladeiras
Pronto!... Duarte, desarmaste-me.
Fiquei fulo, depois de ter visto a tua mensagem e ter respondido, quase por descargo de consciência cliquei no atalho que eu próprio pusera no meu artigo e... dou de caras com um novo título!
Nada contra ti, por amor de deus, digo eu que sou agnóstico!
Mas a verdade é que os meus leitores, clicando no link não vão perceber patavina do que escrevi.
Fica a tua explicação que, pessoalmente, aceito sem pruridos. Basta ler a entrada do artigo que proporcionou esta troca de mensagens. Havia várias possibilidades de um título ter saído menos a... contento.
E eu não sei?!!!
Portanto fica por aqui a polémica.
Com um forte abraço. Quando eu critico alguma coisa ou alguém nunca, mas nunca, assumo a querela como pessoal. Há tanta coisa em aberto...
Não se conhece o Ciclismo por se escrever sobre Ciclismo - não é uma crítica em relação a ti -, conhece-se na sequência de uma determinada conjuntura que, sou o primeiro a assumi-lo, não está ao alcance de todos.
Não, não é ser pretencioso...
Posso explicar? Todos os directores-desportivos de hoje - com a excepção do prof. José Santos (que até foi jornalista antes de ser DD) - eram corredores quando eu cheguei ao ciclismo. Logo, em situações normais, sou um previlegiado.
Duarte... podemos trocar opiniões mais vezes? Tens o meu mail...
Abraço.
(Ah!, por uma questão de respeito para com os meus leitores vou ainda falar da troca de títulos...)
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