A UCI TERÁ QUE RESPONDER POR TER INDUZIDO
VÁRIAS EQUIPAS EM ERRO
“Equipas do ProTour estão apreensivas e pedem reuniões urgentes com os três grandes organizadores europeus, a RCS italiana, a ASO francesa e a Unipublic espanhola.”
Li isto no final da passada semana e, se não me expressei de imediato foi porque não quis adiantar-me a outros que o pudessem fazer. Apesar do exercício da Crítica, seja por vontade própria ou coarctado por terceiros, não ser exactamente habitual no que concerne às modalidades.
Sobre futebol não há cão nem gato que não opine e, porque não vejo exercitada essa nuance do Jornalismo no que respeita às Modalidades… uma daquelas duas coisas acontece.
No primeiro caso, seria, como é óbvio, o reconhecimento de uma inconfessável não preparação para exercer esse direito.
No meio tempo, entre a data em que li isto, e este momento em que estou a escrever este artigo, ainda tive oportunidade de ler declarações do senhor Patrick McQuaid das quais extraio apenas uma pequena frese: “É o que dá entregar a escolha das equipas aos organizadores. O Giro recuou 20 anos no tempo!”
Entretanto bate-me na cabeça – tipo pingo de água a cair espaçadamente na testa (uma famosa tortura usada, entre outras sinistras organizações, também pela PIDE) – uma frase que ouvi, há já um par de anos bem medido, ao presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
“A Federação existe para coordenar e assumir, junto das instâncias que lhe são hierarquicamente superiores, a defesa do Ciclismo, e não para organizar corridas…”
Potenciemos esta frase acima, ao nível da União Ciclista Internacional, e o que leríamos?
A UCI serve para coordenar e defender o Ciclismo, não para organizar Corridas.
Então… o que quis o senhor Patrick McQuaid dizer com aquilo?
Está bem, está bem… eu sei que todos vocês sabem que o homem caiu ali de pára-quedas. Não sendo exactamente o Donald (pato que o ventríoloco José Freire usava – usa ainda?) às vezes tem de dizer coisas que ele mesmo pensa. E ele pensa pouco.
Este problema – que o é, e sério, como fiz questão de referir algumas etapas atrás – não vai resolver-se agora nem assim.
As equipas em causa – nove – que se inscreveram no ProTour, com taxas de inscrição inflacionada, com seguros super exigentes, com compromissos super limitadores… têm que protestar – e não se admirem com o que vou dizer – e tratar da anulação da sua inscrição no ProTour, porque as três grande organizações NÃO fazem parte desse pequeno circo e, contra elas, nenhuma das equipas pode fazer nada.
São os organizadores que escolhem quem participa nas suas corridas, claro.
Alguém está a ver a FPC a impôr à JLS-PAD a aceitação desta ou daquela equipa para a Volta?
Claro que não.
Agora… Há quanto tempo todos sabemos que RCS, ASO e Unipublic recusariam ter provas suas no calendário ProTour? Há quanto tempo? Pois... muito.
Ainda assim, e sem organizar nenhuma prova, a UCI manteve aquilo que implementara há dois ou três anos. Enganando as empresas que sustentam as equipas ProTour.
Claro que, se houver contratos assinados entre essas equipas e a UCI, que lhes garantiam a presença nas principais corridas, aquelas podem, em qualquer altura, denunciar o contrato por falta ao acordo, por parte da UCI.
É uma guerra perdida por parte desta instituição, e que lhe pode custar caro.
E para o ano NENHUMA equipa se vai inscrever no ProTour.
Entretanto, e quando nem a ASO nem a Unipublic anunciaram ainda as equipas que vão convidar, a RCS já o fez e, deixando de fora quatro turmas ProTour, e ainda uma Continental Profissional, a Aqua&Sapone-Mokambo – onde milita Staffano Garzelli – convidou uma perfeitamente desconhecida NGC-Medical.
Esta, cuja foto vai aqui por baixo…
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