sexta-feira, fevereiro 29, 2008

1096.ª etapa

RUBÉN PLAZA MANTEVE A LIDERANÇA
E CONFESSA-SE PREJUDICADO

Com maiores ou menores dificuldades, o Benfica conseguiu na complicada etapa de hoje proteger o seu líder e Rubén Plaza manteve a liderança na Volta à Comunidade Valenciana, em Espanha onde a equipa de Orlando Rodrigues se apresenta pela primeira vez, este ano.

Ainda em relação à etapa de ontem, acabei por não ter percebido que o Júri, salomonicamente, decidiu que a diferença de 21 segundos de atraso com que o grupo do anterior camisola amarela, José Ivan Gutierrez (Caisse d'Épargne), cortara a meta, deveria ser... bonificada em cinco segundos, diferença que seria aquela que separava os dois fugitivos quando do engano do percurso por parte dos perseguidores.

Hoje, entrevistado pela televisão regional valenciana, Rubén Plaza confessou sentir-se prejudicado. Também na sua edição de hoje O JOGO transcreve palavras de Orlando Rodrigues, que disse ao jornal do Porto que, cito: "Só havia duas soluções, ou aceitar esta situação ou apresentar uma reclamação, mas neste caso, provavelmente, a nossa corrida acabava já aqui."

Há algo que o Orlando pretende que leiamos nas entrelinhas e eu percebo. Apesar de ser espanhol - e valenciano - Rubén Plaza corre numa equipa não espanhola (não terá sido nada contra o Benfica), e logo calhou que o camisola amarela fizesse parte do grupo dos que se enganaram. E eu vi o Neil Stephens, DD da Caisse d'Épargne, a pressionar, tanto a organização como os juízes. Vi eu e viram todos os que assistiram à etapa pela televisão.

Diz-se que quem não chora não mama...

De qualquer modo, e como já ontem deixara escrito, eu próprio não saberia o que fazer numa situação daquelas (mas eu não sou comissário). Os corredores, dizem os regulamentos, são obrigados a conhecer o percurso. Mas todos os regulamentos particulares de todas as provas têm uma alínea final que serve para anular confusões. Em casos não previstos, ou sobre os quais subsistam dúvidas, cabe ao Colégio de Comissários decidir e a sua decisão é definitiva.
Aliás, não será preciso esforçar muito as meninges para que lembremos, aqui há um punhado de anos atrás, numa Volta à Romandia, quando o maiato Fran Perez, que seguia isoladíssimo para ganhar a etapa, se enganou no final e, em vez de ir para a esquerda, para a meta, seguiu a moto que o precedia e se desviou pela direita, indo acabar no parque dos autocarros das equipas.

Na altura, o Júri apenas condescendeu em dar a Perez o mesmo tempo do primeiro na etapa, considerando-o vencedor ex-aequo. Não se lembraram de lhe atribuir a vantagem - claríssima - que ele levava no momento do engano.
Critérios!

Entretanto, e eu disse logo que escrevo de memória, devo corrigir aqui o que ontem escrevi. De facto, entre a camisola amarela de David Plaza, em 1999, e a de Rúben, ontem, o ano passado o Javier Benitez já havia envergado o jersey de líder.
Erro meu.

1095.ª etapa

JORNAL CICLISMO AGORA AO ALCANCE DE TODOS

O Jornal Ciclismo, única publicação especializada quinzenal dedicada à modalidade, vai deixar o modelo de distribuição gratuita para estar à venda nas bancas de jornais.

A 16.ª edição do jornal será a primeira à venda nas bancas de todo o País, chegando aos quiosques no dia 7 de Março. A distribuição está a cargo da Logista e o preço de capa será de €1,30.

Após um programado período de afirmação da marca Jornal Ciclismo junto dos seus leitores, a Ciclo Cultural, CRL, proprietária do título Jornal Ciclismo dá agora um passo determinante na valorização deste projecto editorial já implementado e devidamente reconhecido junto do seu público-alvo.

Com a passagem aos quiosques e locais similares, pretende-se consolidar o Jornal Ciclismo de Norte a Sul do País, aumentando a sua distribuição, tornando-o mais visível para o leitor e respectivo mercado de anunciantes.

O novo processo de distribuição será acompanhado, a nível editorial, do acréscimo de valor resultante da entrada de novos colaboradores, responsáveis por novas secções. A natureza do projecto, contudo, não será alterada tendo em linha de conta a boa aceitação do produto.

Para o lançamento em banca, o Jornal Ciclismo lançou uma campanha especial oferecendo 40% de desconto aos anunciantes que decidam associar-se à estreia do projecto no ramo dos jornais com circulação paga.

Os melhores cumprimentos
José Carlos Gomes
Jornal Ciclismo

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

1094.ª etapa

PLAZA SUCEDE A PLAZA
E BENFICA OUTRA VEZ DE AMARELO


O último corredor do SL Benfica a ter envergado uma camisola amarela foi David Plaza, em 1999, após o crono de Cantanhede, na Volta que haveria de ganhar. Passaram nove anos até as águias luzirem de novo o jersey amarelo. Aconteceu hoje, em Ibi (Alicante), no final da 3.ª etapa da Volta à Comunidade Valenciana com… Rubén Plaza (foto 2).

O ano passado, que marcou o regresso do Benfica ao pelotão, os encarnados não conseguiram melhor que oito triunfos em etapas, sete com Javier Benitez e o oitavo com José Azevedo, mas nem ganharam nada à geral, nem chegaram – creio eu, que escrevo de memória – alguma vez a vestir a camisola amarela.
Hoje a águia amareleceu, o que em ciclismo é o melhor dos sinais.
Rubén Plaza conseguiu aquilo que muitos corredores sonham, mas só alguns conseguem. Não ganhou a etapa, que terminava na sua terra natal mas, sendo segundo – ganhou a etapa Manuel Vasquéz (Múrcia), o tal desconhecido que venceu, o ano passado, a Volta ao Alentejo – e tendo os dois primeiros (foto 3) chegado isolados, Plaza, que amanhã completa 28 anos, arrebatou a camisola amarela a Ivan Gutierrez que foi um dos protagonistas do caso do dia.

Antes disso... acto curioso, a etapa de ontem terminou na terra natal de Javier Benitez (foto 1), que também sonhava ganhar em casa, mas isso não aconteceu...

Mas que caso é que marcou a etapa?
Algo de incrível, que todos relevarão facilmente, mas se tivesse acontecido em Portugal… Ai, ai!...

Rapidamente: já na fase final da etapa, depois de uma rotunda havia dois caminhos; o mais à direita desembocava naquilo que em Espanha se chama “via de servicio”, uma estrada secundária, paralela à via-rápida (Autovia) e que serve para acesso ou a parques industriais ou mesmo a estações de abastecimento de combustíveis; um pouco, poucochinho mesmo, à sua esquerda, o lanço de acesso à dita Autovia, as SCUT lá do sítio, com perfil de auto-estrada, mas sem portagens (foto 6).
Os dois corredores escapados, Manuel Vasquéz e Rubén Plaza, mais os veículos que os precediam e os que iam atrás de ambos, apanharam a “via de servicio” – o caminho correcto – mas, por falta de sinalização ou porque alguém, à sua frente se enganou (e os corredores não estão a olhar para as setas… vão atrás de quem vai à frente deles), o grupo que os seguia entrou para… a Autovia.

Há horas felizes. E há horas felizes porque ditou o destino que naquele preciso momento não houvesse carros a passar (a 120 km/hora, está claro). Vinham lá alguns (foto5), um pouco atrás e terão parado, estupefactos, ante a desabrida entrada do pequeno pelotão numa via onde é proibido andar-se de bicicleta!

E depois assistimos ao caricato de ver duas corridas em estradas paralelas e na estrada errada estava o lidar da prova. O engraçado é que ninguém calculava sequer onde é que seria a primeira saída da Autovia!

Por acaso havia e apareceu ainda em espaço útil, a cerca de 500 metros da meta. Aí o grupeto recuperou o percurso certo (foto 9) mas já não foi a tempo de anular a fuga dos dois homens que seguiam na frente.

Ainda houve confusão, esboços de protestos, ameaças de recursos, principalmente porque ficou a dúvida em relação ao tempo que haveria de ser creditado ao grupo que ainda fez uma mão cheia de quilómetros na Autovia. Verdade que não terão corrido nem mais nem menos que os restantes. As duas estradas correram sempre paralelas… mas eles, afinal de contas, não cumpriram o percurso oficial. Certo que não podiam ter invertido a marcha, coisa completamente proibida numa estrada com perfil de auto-estrada, senão… senão não sei.

Que decisão poderia ter tomado o Colégio de Comissários?

É esta a história.
Que não ensombra, de forma alguma o feito do Benfica que conquistou a camisola amarela numa das mais importantes corridas espanholas e tem muitas possibilidades de a levar até ao fim.
Vamos torcer para que sim.

Ah!... E parabéns ao Plaza, ao Orlando e a todos os elementos da equipa.

1093.ª etapa

MORREU "DON" ENRIQUE FRANCO

Enrique Franco, organizador da Volta a Espanha - e outras provas importantes do calendário espanhol -, faleceu ontem, quarta-feira, em Madrid, vítima de cancro. Tinha 74 anos.

Enrique Franco, juntamente com o seu irmão Eduardo e Felipe Sáiz de Trápaga, criou, na década de oitenta do século passado, a Unipublic, empresa que numa dúzia de anos elevou consideravelmente o estatuto da Vuelta, tornando-a na segunda mais importante das três Grandes. Foi director da Vuelta até 2003, tendo sido substituído por Victor Cordero actual número 1 da organização e, entretanto, a Unipublic foi adquirida pela empresa proprietária da estação televisiva Antena 3.

Quando em 1998, em Portugal se criou a PAD - Produção de Actividades Desportivas -, a empresa tinha como parceira a Unipublic e Enrique "Quique" Franco Jr., filho do homem forte da organizadora espanhola, foi, durante dois ou três anos administrador-delegado, em representação dos interesses espanhóis, tendo passado largas temporadas em Portugal.

(Texto adaptado a partir de um artigo da Marca)

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Agradecimento


Aos responsáveis da União Ciclista da Maia, em especial ao meu caríssimo Aires Azevedo, obrigado por não se terem esquecido de mim. Infelizmente, e como será do V. conhecimento, não vou poder corresponder ao Convite, mas desejo-vos a todos uma excelente temporada de 2008.


Manuel José Madeira

terça-feira, fevereiro 26, 2008

1092.ª etapa

VOLTA AO DISTRITO DE SANTARÉM
OUTRO "CRONO" E TRÊS CIRCUITOS FINAIS

Concluída a Volta ao Algarve – espero ainda hoje escrever sobre o que li e ouvi – a próxima corrida do calendário é a Volta ao Concelho de Albufeira, ainda no Algarve, a disputar nos dias 8 e 9 do próximo mês.
Cinco dias depois arranca a terceira prova da lista, a segunda inscrita no calendário do Circuito Europeu da UCI, a Volta ao Distrito de Santarém (cat. 2.1) e, pelo que já tive oportunidade de ver, as diferenças, no que respeita ao traçado, são residuais.


Quatro etapas, uma delas um crono individual, todas praticamente planas, pese embora as seis (!) contagens para o prémio da montanha logo na tirada inicial, às quais se juntam mais duas no último dia.
Das oito, só uma é de 3.ª categoria; todas as outras são de… quarta.
Percurso plano, portanto.

Só na chegada a Abrantes, na primeira etapa, a 13 de Março, se vislumbram algumas dificuldades uma vez que a meta coincide com uma contagem de montanha. Mas depois ainda haverá o crono, no sábado.
Que dirão, desta vez, os responsáveis pelas equipas portuguesas que acusam a Associação de Ciclismo do Algarve de desenhar a sua corrida à imagem das equipas estrangeiras que convida…

São as seguintes as etapas da corrida ribatejana:

Dia 13 de Março
Fátima-Abrantes, 201,9 km
MV – Ourém, km10,2; Mação, km 109,8 e Pêgo, km 151,6
PM – Alburitel (4.ª), km 16,4; Furtado (4.ª), km 117,3; Gavião (3.ª), km 129,8; Abrantes (4.ª), km 158,3; Martinchel (4.ª), km 170,8 e Abrantes (4.ª), na meta


Dia 14 de Março
Rio Maior-Benavente, 192,4 km
MV – Cartaxo, km 29; Foros de Salvaterra, km 81,2 e Samora Correia, km 143,8

Dia 15 de Março
Almeirim-Almeirim (cri), 21,5 km

Dia 16 de Março
Alcanena-Santarém, 149,9 km
MV – Entroncamento, km 18,3; Alpiarça, km 83,8 e Vila Chã de Ourique, km 117,3
PM – Santarém (4.ª), kms 105,6 e 149,5


Todas as três etapas em linha contemplam uma primeira passagem pela meta, seguida de mais um circuito. Na 1.ª etapa, a volta é de 43,6 km (+/- 1 hora); na segunda, 57,5 (1.15 horas) e na quarta 43,9 (1 hora).

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

1091.ª etapa

FALECEU A "ALMA" DA VOLTA ÀS ASTÚRIAS

O Ciclismo asturiano, e todo o Principado, estão de luto pelo passamento de don Julio Álvarez González "Mendo", presidente da Federação Asturiana de Ciclismo e, para muitos, a grande alma da Volta às Astúrias.

Julio Mendo, que sofria de problemas cardíacos faleceu, aos 75 anos, na manhã do passado sábado, vítima de enfarte do miocárdio. Era também presidente do Club Aramo de Ciclismo e já desempenhara as funções de conselheiro (o equivalente a ministro, nos governos autonómicos espanhóis) para a Cultura e Desportos das Astúrias.

1090.ª etapa

MAGAZINE TV-CICLISMO
REGRESSA AOS ECRÃS DA SPORT-TV

Com a realização das primeiras provas velocipédicas na temporada/2008 regressa aos canais da SportTv o programa TV-Ciclismo, o único magazine europeu dedicado exclusivamente à modalidade e que volta a ser exibido regularmente após uma interrupção motivada pelo defeso.

Na quarta-feira (dia 27) será transmitido na SportTv 2, às 20.20 horas, o primeiro programa da nova série. O mesmo magazine será exibido também na quinta-feira (dia 28) às 18.30 horas na Sport Tv2.

Esta nova série de programas TV-Ciclismo com uma nova imagem gráfica mantém o formato de magazine com periodicidade quinzenal até ao final do mês de Novembro.

As emissões são transmitidas nos canais SportTv à quarta-feira e têm pelo menos uma repetição assegurada.

Cada programa terá em média 25 minutos sendo o ciclismo de estrada e os seus protagonistas a base de cada emissão existindo espaço igualmente para as vertentes de BTT, Downhill e BMX.

O Magazine Tv-Ciclismo é um programa de Carlos Raleiras produzido pela PGM-Projectos Globais de Media, empresa responsável pela cobertura televisiva de algumas das principais provas de ciclismo em Portugal.

No programa desta semana, além da apresentação das novidades da nova época velocipédica, serão exibidos resumos das Provas de Abertura e da Volta ao Algarve.

“A importância do Magazine TV-Ciclismo é enorme na justa medida em que, quer em Portugal, quer nos restantes países da Europa, o futebol ocupa, sem sombra de dúvida, a parte leão em todos os meios, jornais, rádios e televisão. Um Magazine que fala exclusivamente de ciclismo é algo de extremamente positivo na nossa modalidade. Por essa razão considero que o Magazine TV-Ciclismo é um dos meios mais importantes e fundamentais na mediatização e divulgação da modalidade em Portugal. Por isso só temos a agradecer a todos aqueles que põem de pé tão importante magazine para o ciclismo português.”
Artur Lopes
(Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo)


(Texto PGM)

1089.ª etapa

TAÇA DE PORTUGAL (SUB-23)

Como aqui deixei anunciado, disputou-se ontem, domingo, a primeira prova a contar para a Taça de Portugal, para equipas de clube (sub-23). Venceu Daniel Mestre, alentejano de Almodôvar (obrigado Teixeira Correia, sempre atento!) e corredor do Tavira, com Bruno Saraiva, da Maia de Paulo Couto, e Marco Cunha, da Casactiva de José Barros nas, respectivamente, segunda e terceira posição [o pódio na foto].


Vila Chã de Ourique-Cartaxo, 142 km
média de 40,065 km/h

1.º, Daniel Mestre (Tavira-Palmeiras Resort), 3:30.34 horas
2.º, Bruno Saraiva (Maia-SEC-ABB), m.t.
3.º, Marco Cunha (Casactiva-Quinta das Arcas-Aluvia), m.t.
4.º, Ivo Fernandes (SL Benfica), m.t.
5.º, António Carvalho (LA Sistemas-SSS-Trevomar), m.t.
6.º, Casimiro Oliveira (Mortágua-ERA-DR Seguros), m.t.
7.º, Marco Coelho (SM da Feira-E. Leclerc-Moreira Congelados), m.t.
8.º, Edgar Anselmo (Imocom-Cartaxo-CC José Maria Nicolau), m.t.
9.º, Márcio Barbosa (SL Benfica), m.t.
10.º, Ricardo Pereira (LA Sistemas-SSS-Trevomar), m.t.

Geral Taça de Portugal (1 prova disputada)

Individual

1.º, Daniel Mestre (Tavira-Palmeiras Resort), 75 pontos
2.º, Bruno Saraiva (Maia-SEC-ABB), 65 pts
3.º, Marco Cunha (Casactiva-Quinta das Arcas-Aluvia), 60 pts
4.º, Ivo Fernandes (SL Benfica), 55 pts
5.º, António Carvalho (LA Sistemas-SSS-Trevomar), 50 pts
6.º, Casimiro Oliveira (Mortágua-ERA-DR Seguros), 45 pts
7.º, Marco Coelho (SM da Feira-E. Leclerc-Moreira Congelados), 40 pts
8.º, Edgar Anselmo (Imocom-Cartaxo-CC José Maria Nicolau), 35 pts
9.º, Márcio Barbosa (SL Benfica), 30 pts
10.º, Ricardo Pereira (LA Sistemas-SSS-Trevomar), 25 pts

Equipas

1.ª, SL Benfica, 15 pontos
2.ª, LA Sistemas-SSS-Trevomar, 10 pts
3.ª, Imocom-Cartaxo-CC José Maria Nicolau, 7 pts

sábado, fevereiro 23, 2008

1088.ª etapa

TRÊS NOTAS
(Para desenvolver mais tarde)

Nota.1 - Código Mundial anti-dopagem: Portugal na vanguarda
Portugal será o primeiro país a seguir o novo documento e estará entre os primeiros a fazer parte do curto lote que irá criminalizar o tráfico e a posse de substâncias dopantes. ("in" O JOGO)

Nota.2 - Não tenho memória de, em todos os anos que tenho de Ciclismo, alguma vez ter notado desconfianças em relação à fiscalização de uma etapa de contra-relógio. E são três, os directores-desportivos (todos portugueses) que acentuam essa preocupação, hoje, no Record... Porque será?

Nota.3 - "Não é a qualidade dos sprinters! O problema está antes, na preparação do sprint. Em Portugal ninguém prepara as chegadas assim."
As declarações desassombradas do Bruno Neves a O JOGO merecem ser sublinhadas e destacadas. Nem mais... foi na mouche!

1087.ª etapa

TAÇA DE PORTUGAL (SUB-23)
ARRANCA AMANHÃ NO CARTAXO

A Associação de Ciclismo de Santarém (ACS) organiza este domingo (24 de Fevereiro) a 1.ª Prova da Taça de Portugal Equipas de Clubes para formações do escalão Sub-23.

Após a abertura da temporada, com a realização do 19.º Troféu RDP Algarve, que teve como vencedor Ricardo Pereira (LA Sistemas-SSS-Trevomar), o Cartaxo acolhe a segunda competição da época nesta categoria, uma corrida com a extensão de 142 quilómetros.

A partida simbólica está marcada para as 11.45 horas, no Largo da Festa, em Vila Chã de Ourique, com chegada prevista para as 15.50, na Rua 16 de Novembro (junto à Câmara Municipal do Cartaxo).

Disputada numa região onde o ciclismo marca bastantes pontos, esta prova é já uma referência obrigatória no calendário velocipédico nacional, não estranhando por isso que a adesão do público se faça sentir de uma forma bem vincada. Foi assim na edição da temporada transacta, com a tirada a ser disputada ao sprint até ao derradeiro quilómetro, sorrindo o triunfo ao benfiquista Bruno Sancho (este ano às ordens de Orlando Rodrigues no conjunto profissional dos encarnados), secundado por Bruno Saraiva, antigo corredor da então Casactiva-Quinta das Arcas-Madeilongo-UCS, esta época denominada Casactiva-Quinta das Arcas-Aluvia-UCS.

Equipas participantes:
SM da Feira-E. Leclerc-Moreira Congelados, Casactiva-Quinta das Arcas-Aluvia-UCS, LA Sistemas-SSS-Trevomar, Tavira-Palmeiras Resort, Maia-SEC-ABB, SL Benfica, Mortágua-ERA-DR Seguros, Imocom-Cartaxo-CC José Maria Nicolau, Centro Ciclismo de Loulé, Bretescar Ford-Fonotel-Ventosa e Crédito Agrícola Pombal.
(Obrigado, Vaz Mendes)

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

1086.ª etapa

VOLTA AO ALGARVE

Ainda não tinha começado e já eu lia que havia decontentamentos e críticas à Organização. Hoje mais uma bomba... Depois de um defeso sem grandes casos (tirando o do Tiago Machado!), o pessoal do Ciclismo começa a época com toda a força... na língua!

E isto não tem nada a ver com o desabafo do Tiago, que li hoje. Que lhe atire a primeira pedra quem, no seu lugar, não reagisse do mesmo modo. E eu estou com ele!

Esperemos que um ou dois - era melhor que fossem mais - resultados vistosos foquem as atenções apenas na parte desportiva. A estrada é igual para todos.

Passam 17 minutos das 14 horas, oiço na Rádio Gilão - um grande abraço para o Luís Santos e para o Jorge Nunes, Gente do Alto, como dizia mestre Wilson Brasil - que chove torrencialmente no alto de Marmelete.
Aqui, um par de centenas de quilómetros mais a norte, também, e não é água, é granizo...

Que a chegada a Lagos aconteça sem precalços de maior. Atenção às rotundas!...
Um abraço a todos os camaradas que estão a cobrir a Volta ao Algarve.
E outro, muito estreito, para o Rogério Teixeira. Estou contigo, companheiro.

1085.ª etapa

E COMO NÃO CONFIAR?
MAS JÁ FICO DE PÉ ATRÁS...

Num curtíssimo espaço de tempo vi-me confrontado, aqui, com a negação de dois artigos por mim escritos mas que, é evidente, não eram mais do que a transposição para o VeloLuso de notícias que lera nos jornais.

Na 1082.ª etapa deixei no ar a minha preocupação pelo facto de, conforme lera, o Miguel Barroso ter deixado os quadros da Televisão Pública. Passava para a Rádio Pública. Acreditei, claro. Ainda por cima a notícia era dada por um dos jornais de... referência. E porque, é verdade Miguel, nem me questionei sobre uma eventual falha na informação.

No exercício pleno da nossa mui nobre profissão, teria, com certeza, confirmado a notícia antes de a publicar, mas estou apenas a escrever num Blog...
Não me estou a desculpar. De facto, não tenho que, para escrever no meu Blog, que confirmar notícias. E confio.

Mas o Miguel, ou porque leu, ou porque lho disseram - e levaram a ler - teve a amabilidade de me enviar uma mensagem por correio electrónico repondo a verdade dos factos, tendo, ao mesmo tempo, colocado um comentário à minha notícia (por acaso enganou-se e o comentário está na 1081.ª etapa), que os leitores do VeloLuso - se ainda o não fizeram - podem ler.

Entretanto, há dois dias leio num dos desportivos que o José Azevedo ia promover uma Conferência de Imprensa, avançando, em título, com o motivo para esse encontro com os Jornalistas, e cito-o: "Azevedo analisa acção anti-doping".
Porque duvidar?

Vai daí, apareço eu aqui, feito palerma, a perorar sobre o assunto.
Esse artigo, naturalmente, retirei-o mal tive conhecimento do conteúdo da Comunicação do Zé.
Ainda assim, peço-lhe desculpa pelo meu erro.
Que foi apenas o de confiar numa notícia que lera...

Como diz o Miguel Barroso, fi-lo completamente na convicção de que os artigos que lera diziam a verdade.
Como não confiar?!...
Mas já fico de pé atrás...

domingo, fevereiro 17, 2008

1084.ª etapa

O PRIMEIRO PÓDIO DO ANO


Parabéns a todos, em especial para o primeiro vencedor da temporada, o Bruno Neves.

1083.ª etapa

NÃO SEI QUE TÍTULO PONHA NISTO!...

Leio no mesmo jornal desportivo...

-- Edição de 6.ª feira, 15 de Fevereiro (pág.2)
“Um jornalista ou comentador especializado, que fala do que não sabe nem domina, não é apenas um profissional incompetente, mas também irresponsável”

-- Edição de Hoje, 17 de Fevereiro (pág.43)
“O Benfica não justificou um convite para participar nas provas do ProTour, porque a equipa é fraca e registou dois casos de doping. Tem sido uma aposta falhada, este regresso do clube às estradas? A resposta é óbvia e indiscutível. Haverá melhores formas de gastar o dinheiro.”

Ora bem… deixem-me respirar um pouco para não escrever asneira!

Se isto é uma opinião, então seria de todo lógico que ficasse por aqui. Opiniões não se discutem! Cada um fica com a sua.
Mas lá está aquela frase que saiu em destaque na edição de há dois dias…

Pois é!

Foi racional a candidatura do Benfica – já que a porta estava a ser-lhe aberta – ao tal grupo de 15 remediados que poderão vir ter o tremendo gozo de correr com, e ganhar aos ricos, num Circuito ProTour que ficou esvaziado e ferido de morte com a recusa das três grandes organizações europeias em integrar nele as suas provas (é mesmo preciso explicar isto outra vez? Não, já chega!…).

Dizia, foi racional o Benfica ter-se candidatado e estou certo que o que mais custou aos seus responsáveis, quando souberam que tinham ficado de fora, foram as causas apontadas e não o não virem a ser convidados para aquelas corridas, das quais, honestamente, só a Volta à Suíça era mesmo objectivo. Por causa da enorme Comunidade Lusa residente na velha Helvétia.

Quanto aos outros considerandos – no comentário que li há pouco -, provavelmente também não mereceriam comentário algum.
Mas lá vem outra vez o tal destaque da página 2 da edição desse jornal na passada sexta-feira.

Os nomes de José Azevedo, Cândido Barbosa, Pedro Lopes, Bruno Castanheira, Danail Petrov, Javier Benitez, Mikel Pradera e Rubén Plaza (só para falar nos mais conhecidos) dirão alguma coisa ao articulista?
Então… a equipa é fraca!...
E o regresso do Benfica à estrada uma aposta falhada.

Porquê?
Porque não ganhou tudo (eu sei perfeitamente que não ganhou nada, a não ser oito etapas)?

O Ciclismo é uma modalidade complicada para os curiosos não iniciados.

Não são onze contra onze, com alguns onzes a gozarem de algumas mordomias por parte da terceira equipa em campo.

Mesmo que numa corrida se apontem cinco ou seis favoritos à partida, há mais 180 profissionais na mesma corrida, na mesma estrada, todos eles com legitimas pretensões a, pelo menos, poderem vir a ter o seu dia de glória.
E há furos, e há quedas, e são corridas por etapas em que um dia se pode estar bem e no seguinte nem por isso.

Mas, como profissionais que são, mesmo de carnes rasgadas por um raspanço no asfalto, numa descida perigosa, mesmo perdendo dois ou três minutos para recomporem a máquina, que não o corpo que o tratamento a esse fá-lo-ão já montados de novo e em tentativa, quantas vezes desesperada, para recolar ao pelotão porque no Ciclismo não há interrupções.


Não pára o jogo para se gastar algum daquele spray que tem tantos resultados assombrosamente milagrosos simplesmente porque não dói nada ao fingidor que cavou uma falta sem que alguém lhe tivesse tocado.
Gesto não raramente sublinhado pelos especialistas como atitude inteligente por parte do aldrabão.

Isto tudo para dizer que o não ganhar nada, em Ciclismo, pode não ter nada a ver com a qualidade de um, dois… uma mão-cheia de profissionais. Porque só ganha um e andam lá muitos com o mesmo objectivo.

Mas o que me irritou mesmo naquele comentário foi a frase final.
Primeiro, o dinheiro mal gasto com a equipa de Ciclismo não poderia ser melhor empregue pelo Benfica (clube de futebol) porque não é este que o gasta.

Depois, é de uma injustiça tremenda dizer que os Profissionais de Ciclismo, sejam lá de que equipa forem - que treinam diariamente em condições tantas vezes adversas, porque está frio, porque está a chover, porque têm de treinar nas mesmas estradas por onde circulam centenas de suicidas que só por andarem sentados ao volante de um carro se acham super-homens - não merecem o dinheiro que ganham.

E não ganham, nem de perto nem de longe, o que um futeboleiro médio aufere para fazer número numa equipa.

E, embora não seja advogado de defesa de ninguém, nem ninguém tenha pedido esta minha intervenção, uso do meu direito à indignação contra quem, obviamente, não percebe nada de Ciclismo. Contudo não teve pejo em debitar todas aquelas barbaridades.

E não leu – ou não percebeu – o recado que ficara na página 2, da edição de 6.ª feira, dia 15 de Fevereiro, do mesmo jornal onde escreve.
Que pena!

sábado, fevereiro 16, 2008

1082.ª etapa

QUE REPERCUSSÃO PODERÁ TER NO CICLISMO?
(NOMEADAMENTE NA VOLTA NA TV!...)

É um caso a que poucos terão dado importância, mas que gostava de aqui deixar à discussão.
Na última remodulação nas chefias do Departamento de Informação da Rádio e Televisão de Portugal (RTP), com a subida de José Alberto de Carvalho a director de Informação houve mexidas não tão residuais assim.

Por exemplo, Miguel Barroso, que era um dos directores-adjuntos foi deslocado para a rádio.
Ora, todos sabemos o quanto o Ciclismo, nomeadamente a Volta a Portugal, deve ao Miguel Barroso, adepto incondicional da modalidade e timoneiro, há vários anos, da grande nau que é a equipa da RTP que nos garante a cobertura da Volta.

Este ano já não teremos Miguel Barroso.

José Alberto de Carvalho escolheu para adjuntos Luís Costa e António Esteves, escolha por acaso muito contestada pela redação da estação televisiva tendo o Conselho de Redacção posto reservas, em relação ao primeiro, e vetado o segundo (nestes casos o CR é apenas um órgão consultivo, não sendo as suas decisões vinculativas).

Luís Costa vem da Imprensa; António Esteves é uma cara conhecida do pelotão - fez várias Voltas pela TSF e, creio que também pela SIC - por isso até é candidatável a maestro daquela orquestra que Miguel Barroso tão bem dirigia.
Tarefa difícil, reconheçamos...

1081.ª etapa

COMPLETAMENTE À DERIVA…

A semana que hoje acaba ficou marcada pelo anúncio da exclusão da Astana de todas as corridas organizadas pela Amaury Sports Organization (ASO), o que implica que, pelo segundo ano consecutivo, o Tour não terá, à partida, o vencedor da edição anterior, o dorsal número 1 terá de ser designado e não haverá camisola amarela no primeiro dia de corrida.

Recordo que já antes a italiana RCS – organizadora do Giro – anunciara que não convidariam a equipa que é patrocinada pelos barões do petróleo do Cazaquistão, que foi totalmente remodelada e que, na boa fé, tanto o novo director-desportivo, o belga Johan Bruyneel, como os vinte e tal corredores que embarcaram nesta aventura, acreditaram poder reabilitar.

É evidente que, digam os responsáveis aquilo que disserem, há aqui muita coisa para além de Ciclismo; muita coisa para além da vontade de se lutar contra o flagelo do doping.
Como este é um problema do Ciclismo – para este exemplo não vale a pena estar a recordar que não é exclusivamente do ciclismo – e com o qual o Ciclismo não soube lidar, não soube tratar entre as suas quatro paredes, é evidente que o primeiro grande derrotado é o Ciclismo.
Quando não houver mais “pé” para ser atingido pelos próprios tiros, assistiremos ao grande espectáculo da auto-imolação ou hara-kiri.
O Ciclismo internacional perdeu o leme e voga totalmente à deriva.

É evidente que eu continuo a defender que o ProTour, um nado-morto, apenas potencia o desnorte vigente e a sua implementação – e ainda mais a teimosa resistência em mantê-lo – fez o Ciclismo recuar uma dezena de anos. Todo o Ciclismo.

E as repercussões mais dolorosas ainda estão para chegar.

Defendo que as federações, e a grande confederação, que é a UCI, servem para gerir a modalidade, não para organizar corridas, muito menos imiscuir-se nas opções destas, por isso, se lamento a ostracização de que algumas equipas já estão a ser vítimas, não vejo que alguma coisa possa mudar a não ser que caia o ProTour.

Caia ou… seja derrubado.

1080.ª etapa

… E SUCESSIVAS (E QUASE INDEFENSÁVEIS)
FUGAS EM FRENTE

Praticamente no prolongamento da etapa anterior, centremos agora a nossa atenção naquilo que está à frente dos olhos de todos, embora muitos ainda finjam que não vêem.

Perdido o braço-de-ferro com os três maiores organizadores de corridas, algo que era mais fácil de prever do que sabermos que são ínfimas as possibilidades de nos sair o Euromilhões, porque é que se teimou em manter o ProTour?

Ok, há acordos com as equipas que o integram e a denúncia unilateral desses contratos, por parte da UCI, obrigaria a um ressarcimento daquelas, em termos financeiros, e até na ordem de expectativas desportivas goradas.
Não era fácil essa decisão, reconheço, mas adiar o fim do ProTour não é solução.

Nem honesto para com equipas e patrocinadores.

Astana, High Road (ex-Telekom) e, por exemplo, a Saunier Duval mantiveram - ou vieram em substituição de um anterior – os seus patrocínios; pagaram as taxas de inscrição, os seguros, as comparticipações para a luta anti-doping.
Asseguraram equipas com o mínimo (que é elevado) exigido de corredores, pagos por uma tabela especial, bem acima da que as equipas Continentais Profissionais estão obrigadas e, o que é que faz a UCI?
Pois, abre lugar a 15 (!!!) equipas que, com menores investimentos, afinal vão poder correr o calendário que, à partida, seria apenas para a elite das elites!

Não li uma única palavra crítica em relação a isto.

Ainda bem que o Benfica acabou por ficar de fora!

Entretanto, e no seguimento da decisão da RCS e quando era mais do que previsível que viesse a acontecer o mesmo por parte da ASO, ainda se esboçou um movimento de protesto por parte de algumas equipas ProTour. Desorganizado, claro, porque uma posição colectiva firme e capaz de ser tida em conta é impossível.

Há equipas que não arriscarão nunca deixar-se marcar por ferrete que lhes poderá causar, também a elas, a exclusão das principais corridas!

Aliás, até a reacção oficial da Astana foi… suave, alertando, é verdade, para o facto de ser “outra equipa”, mas de uma forma tão, tão diplomática que quase parecia um pedido de desculpas por ter deixado enganar-se.

E a UCI tenta equilibrar-se no arame, ciente que por baixo não há rede que lhe apare a queda e evite o esborrachamento no chão da pista.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

1079.ª etapa

QUEM ME DERA COMPREENDER...

Três dias em bolandas, mais o de hoje, como... prolongamento, mantiveram-me afastado deste espaço. Que não da realidade.

Mais ou menos à pressa lá pus em dia a leitura do Correio Electrónico e dois ou três sítios na Internet, que o contacto com os jornais em papel, esse não o perdi.

Tenho uma série de assuntos pendentes. Digo eu.
Acontecimentos que julgo merecerem o meu comentário, e começo, pelos mais diversos motivos, pela Volta ao Algarve.

Cá tinha o Convite no meu e-mail, como aqui demonstro...

Obrigado caríssimo Rogério (falamos um dia destes, não me tens encontrado porque mudei de número de telemóvel).

Leio, no Ciclismo Digital, alguns desabafos do Rogério Teixeira. Compreendi-os todos, mesmo aqueles que ficaram nas entrelinhas. E, ficas a saber caro Amigo, que não podia estar mais de acordo contigo.

Já esta tarde - depois não tive tempo para escrever aqui - dou de caras com o francamente inesperado. Tive que ir rever os jornais dos últimos dias para confirmar mas, infelizmente, não vira mal..

Como o diz o Rogério na entrevista que referi (aqui), a Volta ao Algarve é, desde há alguns anos a esta parte, a Corrida portuguesa com o melhor pelotão. A única que consegue cá trazer de Lance Armstrong a Alessandro Petacchi... que este ano volta a ter, pelo que já li, nomes grados do pelotão internacional... vive em permanente dificuldade financeira, uma das estratégias aconselhadas é a da apresentação dos patrocinadores numa cerimónia pública.
Que aconteceu e... para a qual não acredito que tenha sido feito UM convite especialmente para mim!

Repito... refolheei as duas últimas edições dos três jornais desportivos.
Nem uma palavra sobre a Cerimónia de Apresentação Oficial da Volta ao Algarve.

Que creio ter mesmo acontecido na última 3.ª feira, como diz o Convite.
Nem uma!... Uma só...

Claro que te compreendo Rogério!
Um abraço.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

1078.ª etapa

"MÍNIMOS" NÃO ATINGIDOS...
É PRECISO MAIS PROFISSIONALISMO

Como é possível eu ler, num determinado Jornal desportivo, na sua edição de dia 1 de Fevereiro, que a Volta a Aragão (Espanha) caiu por falta de patrocínios...
... e no mesmo Jornal, no dia 3 (dois dias depois) ler que um dos objectivos de uma determinada equipa nacional é mesmo o de participar nessa corrida?

O DD dessa equipa não lê jornais?
Ou não lê esse, especificamente?
E o Jornalista que anota as declarações?
Não lê o Jornal onde ele próprio escreve?

E quem, na rectaguarda, sancionou os dois artigos?
Tem problemas de memória? Ou fica a descoberto que o desinteresse é total?...

1077.ª etapa

A UCI TERÁ QUE RESPONDER POR TER INDUZIDO
VÁRIAS EQUIPAS EM ERRO

“Equipas do ProTour estão apreensivas e pedem reuniões urgentes com os três grandes organizadores europeus, a RCS italiana, a ASO francesa e a Unipublic espanhola.”

Li isto no final da passada semana e, se não me expressei de imediato foi porque não quis adiantar-me a outros que o pudessem fazer. Apesar do exercício da Crítica, seja por vontade própria ou coarctado por terceiros, não ser exactamente habitual no que concerne às modalidades.

Sobre futebol não há cão nem gato que não opine e, porque não vejo exercitada essa nuance do Jornalismo no que respeita às Modalidades… uma daquelas duas coisas acontece.


No primeiro caso, seria, como é óbvio, o reconhecimento de uma inconfessável não preparação para exercer esse direito.

No meio tempo, entre a data em que li isto, e este momento em que estou a escrever este artigo, ainda tive oportunidade de ler declarações do senhor Patrick McQuaid das quais extraio apenas uma pequena frese: “É o que dá entregar a escolha das equipas aos organizadores. O Giro recuou 20 anos no tempo!”

Entretanto bate-me na cabeça – tipo pingo de água a cair espaçadamente na testa (uma famosa tortura usada, entre outras sinistras organizações, também pela PIDE) – uma frase que ouvi, há já um par de anos bem medido, ao presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.

“A Federação existe para coordenar e assumir, junto das instâncias que lhe são hierarquicamente superiores, a defesa do Ciclismo, e não para organizar corridas…”

Potenciemos esta frase acima, ao nível da União Ciclista Internacional, e o que leríamos?


A UCI serve para coordenar e defender o Ciclismo, não para organizar Corridas.

Então… o que quis o senhor Patrick McQuaid dizer com aquilo?
Está bem, está bem… eu sei que todos vocês sabem que o homem caiu ali de pára-quedas. Não sendo exactamente o Donald (pato que o ventríoloco José Freire usava – usa ainda?) às vezes tem de dizer coisas que ele mesmo pensa. E ele pensa pouco.

Este problema – que o é, e sério, como fiz questão de referir algumas etapas atrás – não vai resolver-se agora nem assim.

As equipas em causa – nove – que se inscreveram no ProTour, com taxas de inscrição inflacionada, com seguros super exigentes, com compromissos super limitadores… têm que protestar – e não se admirem com o que vou dizer – e tratar da anulação da sua inscrição no ProTour, porque as três grande organizações NÃO fazem parte desse pequeno circo e, contra elas, nenhuma das equipas pode fazer nada.

São os organizadores que escolhem quem participa nas suas corridas, claro.
Alguém está a ver a FPC a impôr à JLS-PAD a aceitação desta ou daquela equipa para a Volta?
Claro que não.

Agora… Há quanto tempo todos sabemos que RCS, ASO e Unipublic recusariam ter provas suas no calendário ProTour? Há quanto tempo? Pois... muito.

Ainda assim, e sem organizar nenhuma prova, a UCI manteve aquilo que implementara há dois ou três anos. Enganando as empresas que sustentam as equipas ProTour.

Claro que, se houver contratos assinados entre essas equipas e a UCI, que lhes garantiam a presença nas principais corridas, aquelas podem, em qualquer altura, denunciar o contrato por falta ao acordo, por parte da UCI.

É uma guerra perdida por parte desta instituição, e que lhe pode custar caro.


E para o ano NENHUMA equipa se vai inscrever no ProTour.

Entretanto, e quando nem a ASO nem a Unipublic anunciaram ainda as equipas que vão convidar, a RCS já o fez e, deixando de fora quatro turmas ProTour, e ainda uma Continental Profissional, a Aqua&Sapone-Mokambo – onde milita Staffano Garzelli – convidou uma perfeitamente desconhecida NGC-Medical.


Esta, cuja foto vai aqui por baixo…


domingo, fevereiro 10, 2008

1076.ª etapa

SAUDEMOS ENTÃO OS 70 ANOS
DE CICLISMO NA PÓVOA

Notas introdutórias:
1.ª - Confesso que ignorava que a Póvoa de Varzim já tinha tradições no Ciclismo nacional;
2.ª - Praticando a terceira actividade, em termos de prioridades, da minha profissão - 1.ª, Escrever; 2.ª, Ler... ler muito; 3.ª, Vasculhar onde quer que seja possível obter informação - descobri uma coisa interessantíssima.

O Carneiro está a ser uma revelação para mim. É, indubitavelmente, uma pessoa culta, com um statuos na vida. Mas é, sobretudo e acredito nisso piamente, alguém com quem não há-de ser difícil falar. Trocar argumentos...
(Eu não sou grande garfo, confesso, mas o tal almoço - para cada um pagar o seu, claro está - não merece que o esqueçamos.)

E foi mergulhando no blog do Carneiro - O Xiclista - que descobri que já há 70 anos havia Ciclismo, pelo menos uma equipa de ciclismo na Póvoa de Varzim.
Podem atestar por vocês mesmos...

Agradecimento


A todos os responsáveis pela equipa da Fercase-Paredes-Rota dos Móveis, em especial ao Mário Rocha, obrigado por não se terem esquecido de mim. Infelizmente, e como será do V. conhecimento, não vou poder corresponder ao Convite, mas desejo-vos a todos uma excelente temporada de 2008.

Manuel José Madeira

sábado, fevereiro 09, 2008

1075.ª etapa

PRONTO, 'TÁ BEM!...
NÃO CHEGA PARA FICAR CHATEADO...

A meio desta tarde escrevi aqui um artigo - 1074.ª etapa - onde falei de um título do jornal Público que, na primeira leitura, dava a aparência de uma tremenda desilusão por parte de quem o assinava (embora isso seja sempre uma leitura meramente pessoal).

Seleccionei o copy&past e translandei esse título para aqui, para o VeloLuso.
Depois verberei acerca dele.


Um pouco mais tarde o Duarte Ladeiras (o colega do Público que assina o artigo), achou por bem contestar - dentro da maior urbanidade, sublinho - a minha leitura do título da peça do Público.
E eu respondi-lhe com a mesma urbanidade.

Logo de seguida cliquei no link que eu próprio colocara para vos direccionar para a notícia original e... e dou de caras com outro título que não aquele que eu criticava.

É chato!

Não sei o que pensaram os que seguiram os mesmos passos.
Ler a minha crítica e depois, ao ver o artigo original, deparar-se-lhes um título que não tinha nada a ver com aquilo que eu escrevera.

Reencaminho-vos, por isso, para os Comentários consequentes nessa mesma etapa.
Acho que fica tudo esclarecido.
De qualquer modo, e para que não restem dúvidas, reparem nas duas imagens que junto a este artigo.

A primeira foi colhida por volta das três da tarde; a segunda depois da hora de jantar.
Mas, como referi, a melhor explicação ainda está nos Comentários que podem ler à 1074.ª etapa. Eu não podia era deixar de voltar aqui para este esclarecimento...

Quando preparava este artigo pensei-o noutros termos, confesso. Mas dada a prestação do signatário da peça do Público acho que não devo transformar isto numa tempestade num copo de água.

Afinal de contas, e com a ajuda da sua declaração, não vale nem a pena ficar aborrecido...
Tudo bem entre eu e o Duarte Ladeiras; tudo bem entre todos nós, membros da família do Ciclismo.

Agradecimento


A todos os responsáveis pela equipa do SL Benfica, em especial ao Justino Curto e ao Orlando Rodrigues, obrigado por não se terem esquecido de mim. Infelizmente, e como será do V. conhecimento, não vou poder corresponder ao Convite, mas desejo-vos a todos uma excelente temporada de 2008.

Manuel José Madeira

Agradecimento


A todos os responsáveis pela equipa do Clube de Ciclismo de Tavira, em especial ao Jorge Humberto Corvo, ao Paulo Faleiro e ao Vidal Fitas, obrigado por não se terem esquecido de mim. Infelizmente, e como será do V. conhecimento, não vou poder corresponder ao Convite, mas desejo-vos a todos uma excelente temporada de 2008.
Manuel José Madeira

1074.ª etapa

AI, AI!... QUE TRISTEZA!...

Pode ser gralha, um lapsus linguae, uma desatenção... alguns problemitas com a Língua Portuguesa. Tudo isto é compreensível logo, aceitável. Haja quem atire a primeira pedra!...

Mas não deixei de ficar tocado com o pungente lamento - é assim que eu o leio - que se solta deste título, no Público de há dois dias, mas que só hoje vi:

Portugal teve menos casos de doping
apesar do reforço dos controlos

Que tristeza!, que decepção!, que... lata!
Será que, neste título, leio uma encoberta crítica ao LAD? Então? Fazem mais controlos e há menos casos? Terão feito isso bem? Não se distraíram?

Mas que - se não aconteceu nenhuma das possibilidades que avanço logo na abertura - houve pelo menos uma pessoa deveras triste com o facto de o número de casos de doping ter baixado, isso está patente!

Eu também fiquei triste. Triste e preocupado com uma notícia que li no Soberania do Povo, de Águeda. E aproveito a palavrinha que é a chave daquele título lá atrás:

APESAR dos esforços e da vontade dos seus promotores, a edição de 2008 do Grande Prémio Abimota está em risco.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Agradecimento


Apresentação a 14 de Fevereiro

A Direcção do Boavista Futebol Clube e a Administração da Madeinox convidam
Vª. Exª a assistir à cerimónia de apresentação da equipa de ciclismo da Madeinox-Boavista,
a realizar no dia 14 de Fevereiro, pelas 18h00, no auditório do Estádio do Bessa
(Rua Primeiro de Janeiro, Porto).

Os melhores cumprimentos

José Santos, Director-Desportivo
A todos os responsáveis pela equipa, em especial ao Prof. José Santos, obrigado por não se terem esquecido de mim. Infelizmente, e como será do V. conhecimento, não vou poder corresponder ao Convite, mas desejo-vos a todos uma excelente temporada de 2008.
Manuel José Madeira

1073.ª etapa

LA-MSS-PÓVOA DE VARZIM


Segundo o que pude ler no sítio www.superciclismo.pt, foi apresentada no últmo domingo, na cidade da Póvoa de Varzim, a nova equipa LA-MSS-Póvoa, que não é mais que a antiga Maia, só que, e com a falta de vontade demonstrada por esta autarquia, se mudou de armas e bagagens para a Póvoa de Varzim.

Assim que souber, publicarei o plantel da equipa.

(Foto SuperCiclismo)

1072.ª etapa

O SENHOR SERAFIM FERREIRA NÃO DIZ TODA A VERDADE

A Empresa Jornal de Notícias (EJN) organizou a sua primeira Volta a Portugal em 1982.
Antes dela houve, pelo menos, meia dúzia de Jornais a organizá-la, com predominância para o Diário de Notícias, e a Federação Portuguesa de Ciclismo sempre disse “presente” quando não havia alternativa.
Ler agora o senhor Serafim Ferreira dizer que as Voltas ganhas por Joaquim Agostinho, Marco Chagas, Manuel Zeferino, Fernando Mendes, etc., eram… “amadoras” é vergonhoso.

Profissionais terão, então, sido aquelas – atenção José Carlos Gomes! - em que, trazendo conjuntos italianos que competiam com patrocínios portugueses e ganharam Voltas com níveis de hematócrito de 65% (como não te lembraste de perguntar isso)?

A SportNotícias – financiada pelo Jornal de Notíciasquase conseguiu acabar com o ciclismo profissional em Portugal.
Como?
Trazendo equipas italianas, sempre do mesmo empresário que, com o apoio de marcas portuguesas que gastavam 1000 contos para a Volta – e ganhavam quase tudo – esvaziavam o esforço dos grandes investidores nacionais em equipas portuguesas. O senhor Álvaro Silva (Sicasal) ainda aí está para corroborar o que aqui afirmo.

Investia 5000 contos por época para depois a Levira, com 1000 contos só na Volta levar os louros.
Não foi o senhor Serafim Ferreira confrontado com isto. E deixaram-no falar, falar, falar…

“Agora os jornalistas não vivem a corrida por dentro…”, diz ele e o Jornal escarrapacha em destaque.
Primeiro: os regulamentos actuais não permitem a presença dos carros da Comunicação Social junto da Corrida.
Segundo: na década de 90 ÉRAMOS OBRIGADOS a ir na corrida e não nos podíamos adiantar muito porque 750 metros à frente do carro do Director da Corrida já não ouvíamos a RádioVolta e não havia outra forma de saber o que se passava…

Hoje, até sítios na internet que NÃO ESTÃO NA CORRIDA e conseguem dar-nos informações minuto a minuto.
O senhor Serafim Ferreira, provavelmente nem sabe disto porque “congelou” lá muito para trás…


Mas os jornalistas que fizeram a entrevista não o podiam ter confrontado com a nova realidade?
Na altura do JN, e até 2003, 2004, nem filme da etapa havia.

Que remédio tinham os jornalistas que não ir ali a fazer de tampão na frente da corrida?
Se se afastassem, não ouviam a rádio-volta e depois, o gozo que o senhor Serafim Ferreira – ocupando um lugar que NÃO ERA O DELE (e por isso a Volta foi, anos e anos penalizada) – tinha em “berrar” para que a Comunicação Social se afastasse…

Não acredito que ele leia o VeloLuso, mas convinha que alguém – dos velhos amigos – lhe dissesse que as coisas mudaram.

Que hoje, na Sala de Imprensa se pode seguir a corrida passo a passo… e mais, que já na altura em que ele brincava de “Hitler” à frente da corrida, já noutras paragens não havia nenhum carro de Comunicação Social integrado na grande caravana.
Mas ele sempre teve pejo em aprender.
Julgava-se sabedor de tudo.

Mas, cheio de boa vontade, ainda sou capaz de lhe dar uma segunda oportunidade.

Senhor Serafim Ferreira… Com jornalistas experimentados, o passa-e-fica-para-trás dentro do pelotão – que eu ainda experimentei – provavelmente daria uma história bonita.
Mas o senhor sabe quem é que “faz” ciclismo agora?
Em 95% não sabem sequer o que é a zona de abastecimento apeado.

Escolha outra desculpa.

Tem, contudo, razão num ponto. Acontece uma mistura que não devia de acontecer entre Ciclismo – falo da Volta a Portugal – e a “feira” do jet-set.

Aí estamos de acordo.

Mas sabe – não sabe, porque assoberbadamente sempre achou que sabia mais do que todos e não tinha mais nada a aprender -, na Volta a Espanha também há, à partida e à chegada, um espaço para a “feira das vaidades”, o que acontece é que, em termos televisivos, uma coisa não é misturada com a outra. Mas você parece estar a cumprir a promessa que fez e hoje só vê Ciclismo... do sofá! Então tem que levar com o À Volta!...

Noutra coisa que tem razão é no facto de que, durante o seu consulado, o JN ter, de facto, dado uma página de Ciclismo diária quase ao longo dos doze meses de calendário. E hoje nenhum director de marketing de nenhuma empresa jornalística perceber o quanto apoiar o Ciclismo pode ser rentável.
Aí concordo consigo.

Todos os três diários “desportivos” já foram… “jornal oficial” da Volta, mas nenhum percebeu como a coisa funciona…
E bastava, de facto, ir às colecções do JN da década de 90 do século passado para ver…

Aí, Serafim, tem a minha total solidariedade.
Porque já tentei, mas nem metendo-lhes a coisa pelos olhos…

Para terminar…
É, uma vez mais dramaticamente exposto o seu ressabiamento quando diz que o Ciclismo português é uma utopia.
O Ciclismo português não está hoje, nem de perto nem de longe, pior do que estava nos anos 90.

É desonesto pretender vender isso como verdade.
Não o é.
Nem a Volta a Portugal vai acabar daqui a 5 anos…

Claro que não.
A não ser se o Serafim Ferreira voltasse!…

Para terminar mesmo…
O seu espanto em relação ao facto de o senhor João Lagos não aparecer na Volta apenas vem comprovar que o Serafim Ferreira congelou no tempo.


Pensa exactamente como pensava em 2000. Quando, e apesar dos vários avisos, teimava em, mesmo sendo director da organização, tomar o lugar do Director de Corrida.

Não houve alma que lhe tivesse conseguido ensinar que porteiro é para estar à porta, contínuo é para estar a uma secretária à entrada do escritório e Director é para estar no gabinete do fundo.

O senhor João Lagos está certo.
É um gestor, o que o Serafim sempre julgou ser mas nunca foi.
O senhor João Lagos tem um Director para a Organização da Volta a Portugal que está sempre por perto, para o caso de vir a ser preciso…
Mas deixa a direcção da Corrida para quem a deve dirigir… o presidente do Colégio de Comissários.

O Serafim Ferreira nunca percebeu isto.


E como acredito que não tenha mudado assim tanto… fico por aqui.
Como se diz na minha terra, não vale o trabalho, o estar a ensaboar a cabeça a pretos.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

1071.ª etapa

VOCÊS TÊM O FERNANDO EMÍLIO…
ELE QUE CONTE COMO ERA A VOLTA

NO TEMPO DO JN… (*)

Insisto na figura de clown do Serafim Ferreira.
E na ingénua intervenção do Jornal Ciclismo.

O homem foi sempre o primeiro obstáculo à subida de classe da Volta a Portugal porque, sendo director da organização, sempre insistiu no papel de ser o director de corrida, parte que está destinada ao presidente do Colégio de Comissários.

E bem à… portuense, sempre pretendeu “comprar” o voto positivo daquele, à custa de favores extra-desportivos.
Sim… fornecendo até “meninas” para a satisfação do Comissário principal.

Serafim Ferreira é o exemplo chapado do “chico-espertismo” nacional.
Pudesse eu provar o que sei. Mas ele não é parvo nenhum.
Soubesse o Jornal de Notícias a diferença entre o que ele apresentava como ganho, e o efectivamente ganho, que sobrava para ele, claro.

Como é que, tal como ele o diz, um simples jornalista conseguiu amealhar – e ostentar publicamente – o que dele sabemos que tem.
Milagres matemáticos…

Depois, com dois jornalistas “tenrinhos” a fazerem perguntas, sentiu-se em “casa”.

E desbochou como lhe apeteceu, sabendo que nenhum dos dois o poderia contradizer.

Vou pegar em dois ou três pontos da “entrevista” (desculpem lá amigos, mas foram completamente comidos!).

Aliás, o Jornal Ciclismo tem um colaborador que sabe muito mais do que eu… Não sei se vai pedir para esclarecer este ponto ou se prefere ficar calado. Mas que sabe… isso sabe.

E veremos de que matéria é feito.

Há gente muito gelatinosa!...
Vamos ver se se cala ou tem a coragem de, publicamente, vir defender aquilo que eu estou aqui a defender: a acertada decisão da FPC em entregar a Volta a uma outra entidade porque dali já pouco se esperava. Vou ficar à espera…
E ele fica entalado entre o concordar comigo... ou, por omissão, deixar perceber que não concordou com a decisão da Federação Portuguesa de Ciclismo.
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(*) - E aproveito já para acabar com uma das maiores mentiras da qual todos - eu também - fomos cúmplices na última década. Porque mais experiente, uma vez que já tinha no currículo várias corridas no estrangeiro - onde, é verdade, sim!, que não se anda no pelotão - fomos todos "levados" a adoptar essa modernice porque ELE queria estar na chegada meia hora depois da partida e "tinha" que levar todos com ele para que nenhum pudesse, ficando para trás, saber mais da corrida do que ELE próprio... Não vou desculpar-me com o facto de andar à boleia. Também me deixei levar... e disso me penitencio aqui. Agora!...

1070.ª etapa

O SENHOR SERAFIM FERREIRA,
DEFINITIVAMENTE, TEM FALTA DE MEMÓRIA

[… entrevistar Serafim Ferreira teve, no final, um ligeiro travo a frustração.]

Nem mais, meu caríssimo João Santos. Sem fazer juízos de valor, concordo plenamente contigo. Foi isso que eu senti, quando concluí a leitura da entrevista. Que poderia ter sido muito boa…
Foi o que pôde ser.

Antes de vos [Jornal Ciclismo] questionar directamente, deixo, desde já, contudo, uma pergunta: se iam entrevistar alguém, endemicamente contra o actual status do Ciclismo nacional, porque saíram sem respostas concretas?

Volto atrás, ao ano 2000, à última Volta organizada pela Sport Notícias.
À última etapa, quando metade do pelotão, na aproximação à meta, em Belém, entrou para o acesso à… Ponte 25 de Abril.

Recuo um ano (ou terão sido dois?) em que numa etapa, outra vez a última da Volta a Portugal, corrida entre as Caldas da Raínha e Lisboa, o próprio Serafim Ferreira “proibiu” qualquer fuga.

E lembro-me de três corredores, entre eles o francês Armand de las Cuevas (Banesto) ter sido - depois de ter servido de alvo ao ataque com bidões de água, por parte do resto do pelotão – obrigado a desistir pelo seu director-desportivo porque da direcção da corrida viera a “ordem” que na última etapa não havia corrida (tenho isto gravado… provo em qualquer leitor de VHS)… isto enquanto no carro de Serafim Ferreira de despejavam garrafas de vinho espumante…

Entrevistas feitas, nos dias de hoje, ao Serafim Ferreira por jornalistas que não fizeram nem uma das Voltas por ele organizadas… lamento dizê-lo, mas digo-o com todas as letras… valem zero.
Repito: ZERO.

Eu fiz dez. De 1991 a 2000.

E é claro que não posso vir aqui perorar contra o João Santos ou o José Carlos Gomes. Embora saiba que o primeiro é suficientemente humilde para aceitar a minha crítica, e o segundo erradamente assoberbado para que eu não deixe de considerar que, no fundo, ainda vai reclamar razão.

Idiotice chapada.

Porque EU ESTIVE LÁ, EM DEZ VOLTAS
Dez anos, um a seguir ao outro… sem interregnos.

O Serafim Ferreira não tem razão em nada. ZERO… N…A…D…A!...

Fazia Voltas franciscanamente pobres e só compreendo que avance com algumas declarações porque sabia, de princípio, que nenhum dos entrevistadores podia ter conhecimento de causa.

Dez anos depois mantém-se despeitado.
Não me surpreende nem um bocadinho.
Mas não me amedronto com a figura. E digo-o, clara e objectivamente: a Volta a Portugal “vegetou” durante dez anos porque esse senhor julgava que a teria para sempre.

E é preciso ter uma enorme lata para chamar à discussão o João Lagos.
Ao pé dele, o Serafim Ferreira não passa de um amador.

1069.ª etapa

A UCI FEZ A CAMA MAS AGORA
RECUSA-SE A DEITAR-SE NELA

Está excelente o artigo sobre o ACLA (Acordo Comum de Luta Anti-doping) que nos é oferecido esta semana pelo Jornal Ciclismo.
Está tudo explicadinho, como se vai desenvolver a triagem sano-desportiva dos agentes primários do Ciclismo: os Corredores.

Parabéns.

Tudo o que lerem a partir daqui, já não tem a ver com o nosso quinzenário sobre Ciclismo, mas com uma realidade que está por explicar a quem, eventualmente, possa estar interessado na história dos controlos sanguíneos. E que nunca foi contada.

E, na minha modesta opinião, não devemos apagar essa parte da história.

Tudo começou há cerca de uma década.
Como se costuma dizer – e é verdade – quem prepara, divulga (em círculos muito restritos) e disponibiliza produtos que, usados, deturparão a verdade desportiva, anda sempre um pequeno passo à frente de quem luta contra o doping.

Mas tentem seguir o meu raciocínio.
Antes de o primeiro caso, inegavelmente ligado a tratamentos sanguíneos – fosse lá sob que forma fosse – chegasse ao conhecimento do grande público, na UCI – ainda não havia AMA – tiveram disso conhecimento e, rapidamente, se tomaram medidas.

As melhores medidas? Claro que não. Foi uma medida de compromisso e quando há compromissos, há, pelo menos menos, duas partes comprometidas.

E qual foi, então, a grande medida tomada?
Foram duas. As equipas da I Divisão – ainda não tinha nascido o bastardo ProTour – passavam a ser obrigadas a indicar um clínico a tempo inteiro, que seria responsável por todas as medidas médicas tomadas no seio da equipa.


E fixou-se nos 50% a taxa máxima de hematócrito que um Corredor poderia apresentar para não ser sancionado com os tais 15 dias afastado da competição, novas medições e… aquilo que se sabe.
A ideia veio da UCI.

Foi aprovada e implementada.

E assim andámos até há dois anos quando, com o método australiano de rastreio da EPO, por exemplo, se avançou mais um passinho, com o cálculo das medidas da hemoglobina e dos reticulócitos.

Pergunta: porque é que a UCI estabeleceu os 50% como limite máximo válido, quando… ninguém apresenta, em casos normais, esse parâmetro?

E porque é que estabeleceu a obrigatoriedade de as equipas do primeiro pelotão tivessem um médico a tempo inteiro?

Não perceberam ainda?
E como descolar a UCI desta medida?

Estou de baixa médica há dois anos. Primeiro um problema diagnosticado quase por acaso, depois as repercussões que o seu tratamento teve no meu organismo, trazendo à luz do dia outros problemas… numa autêntica via-sacra.

Nestes 24 meses fui submetido a uma dúzia de análises clínicas normais.

Uma a cada dois meses.

Fui ver o valor do meu hematócrito.
É este: 41,9 – 40,7 – 46,2 – 45,5 – 41,4 – 44 – 40,3 – 42,6 – 42,2 e 41,6.


A 12.ª análise fi-la já esta semana e só para a próxima saberei os resultados.

Agora digam se concordam ou não comigo…
Quando a UCI estabeleceu os 50 como limite máximo, deixou ou não ainda uma significativa margem de manobra para que, com o devido tratamento médico, os Corredores melhorassem a sua capacidade de produção de glóbulos vermelhos?
É claro que deixou.


É o que eu quero destacar, sublinhando-o. Chegou-se aonde se chegou… com o ámen da UCI.
Por isso me irrita a sua postura de virgem brutalmente violada.
Podia – a ideia – até ser virgem, mas que se pôs a jeito, isso pôs.

Acabem com as lágrimas de crocodilo.
Mais, assumam publicamente a responsabilidade que lhes cabe.

São estas coisas que pseudo-especialistas ignoram e, em manifestações de clara sobranceria se apressam a crucificar os Corredores.
Peões, apenas, neste desaconselhável jogo de xadrês.

Mas figurinhas que disto nada sabem, estão à beira de aparecer como os grandes paladinos na luta contra o doping.

Irrita-me solenemente ver, semana sim-semana não, um (alegadamente) jornalista a cascar forte e feio nos corredores quando nem sabe sequer quantas rodas tem uma bicicleta!
(Não!, Não são duas!...)

E eis-me eu, aqui, qual D. Quixote, a espadeirar contra os moinhos.
Assumo o cognome do personagem de Don Miguel de Cervantes: sou mesmo o Cavaleiro da Triste Figura.
Paciência. Só devo obediência à minha consciência.
E, enquanto puder expressar livremente a minha opinião… vão ter que me aturar.