domingo, maio 14, 2006

82.ª etapa - 2.º sector


(Nota prévia, e essencial para a compreensão do artigo anterior: Escrevi este artigo na 5.ª feira, dia 11. Um problema com o servidor do Blogspot impediu a edição desse comentário na altura e perdi todo o seu contrúdo. Não é fácil reescrever, de imediato um artigo de 6 mil caracteres, pelo que deixei passar dois dias. Ontem voltei a escrevê-lo, esforçando-me por respeitar as ideias fundamentais expostas no primeiro, que perdi. E só agora o reli e logo dei por falta de um ponto que acho importante e cuja falta até pode levar a interpretações erradas daquilo que eu queria dizer. Por isso, aqui vai a adenda.)



VOLTA A PORTUGAL.1


Na altura em que falo da dependência que a organização da Volta ainda manifesta, em relação às autarquias, deveria - como havia feito no tal texto que "desapareceu" - ter assinalado que a JLSports/PAD pode, de facto, garantir que a Volta vá àqueles dois, três pontos que todos achamos ser impossível não ter no mapa da Volta. Mesmo que, por dificuldades das autarquias ou mesmo desinteresse destas, não haja comparticipação financeira. E devia-se avançar, como fazem os espanhóis - perdoar-me-ão estar sempre a bater na mesma tecla, mas esta é a realidade que conheço - para mais soluções, em termos de chegadas em alto, instituindo uma rotatividade que só poderia ser benéfica.

Num ano chegava-se à Torre, no outro subia-se e descia-se, mas experimentava-se a recuperação de Santa Helena, por exemplo, ou o Monte Faro (Valença), ou a Serra de São Mamede (Portalegre) e há mais meias dúzia de hipóteses que poderiam ser exploradas. Veja-se como os espanhóis fazem alternar os Pirinéus, as Astúrias e a Andaluzia. Ainda com La Covatilla (Castela e Leão) como opção.

E tentar encontrar outor locais. Se necessário, construí-los, como a Unipiblic fez com o Anglirú. Esta subida, das mais duras que se encontram no ciclismo de estrada, não passava de um trilho que até de bicicleta de montanha era praticamente impossível subir. Pois bem, em parceria com as autoridades locais, o ayutamiento de La Vega, foram divididas as despesas de construção de uma estrada asfaltada e de uma plataforma, no alto, suficientemente ampla para acolher a estrutura de uma chegada. O que ganhou cada uma das partes? La Vega foi posta no mapa. Depois de 1999, quando a subida se estreou, o turismo cresceu exponencialmente naquela zona, pobre, que vivia apenas das minas, sobretudo de carvão. Pela parte da Unipublic, garantiu a "propriedade" da subida, em termos exclusivos, por algunsa anos, sete, se a memória não me atraiçoa, embora só a tenha utilizado três vezes. Continuo a confiar na memória...

Quanto ao como chegar à Torre sem a ajuda das autarquias a ela ligadas, ou ir a Santa Helena sem a Câmara de Tarouca ajudar, ou à Sr.ª do Castelo, ficando Mangualde de fora... só deixo uma pista.

Lembram-se como começou e durante vários, muitos, anos a Volta ao Alentejo fou estruturada e paga? Corrida que rapidamente ganhou o seu espaço e, entre 1996 e 2001 teve dos melhores pelotões que jamais estiveram em corridas portugesas, e vencedores de renome, como se pode constatar no seu historial?

Exactamente. Pode não ser, em termos de Volta a Portugal, tão fácil de executar, mas sempre é uma saída... O segredo está na atempada negociação e - e neste ponto fecha-se o círculo sobre o que faltou no artigo anterior - capacidade de apresentar às autarquias um produto vendável, suficientemente apelativo para justificar o esforço daquelas. Não apenas ir pedir dinheiro.

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