[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
segunda-feira, maio 15, 2006
83.ª etapa
ALIVE AND KICKING *
Mesmo à distância - ainda tem de ser assim - fui seguindo as incidências do 27.º Grande Prémio do Minho, que já foi Volta ao Minho e já foi Internacional, teve de dar uns passos atrás mas, pelo que me é dado constactar, mais dia menos dia poderá recandidatar-se a este estatuto. E a região minhota, terra de gente apaixonada pelo ciclismo - um abraço grande para o Manuel "Nelinho" Guimarães e para todos os responsáveis pela organização, na pessoa do Luís Teixeira - bem o merece.
E parece que tivemos, à semelhança do que acontecera há três semanas no GP Rota dos Móveis, outra grande corrida. Disputada, com as diferenças entre os primeiros a guardarem a decisão final para o derradeiro dia, facto que potencia o interesse da corrida. Mas, sobretudo, com várias equipas - outra vez as chamadas "pequenas" a intrometerem-se na luta das maiores, inevitavelmente favoritas à vitória. As vitórias de Jorge Nogaledo, do Paredes (2.ª etapa) e de Pedro Hermida (Imoholding-Loulé), na 3.ª, mais o triunfo de Cláudio Faria (Madeinox-Canelas) no prémio da montanha são disso prova.
Destaque para o triunfo final colectivo da Carvalhelhos-Boavista, com dois corredores nos primeiros 5 (e 3 no top-ten) na geral individual final e para a Madeinox, que meteu 3 homens nos primeiros 15 onde a Riberalves, a La-Liberty e o Vitória-ASC só colocaram 1, sendo que apenas os algarvios da DUJA-Tavira não aparecem neste quadro de Honra. Ainda assim, a equipa da Charneca fez 7.º, com Nuno Ribeiro, dentro do top-ten portanto, e os vimaranenses, a correrem em "casa" merecem um destaque porque o seu melhor homem foi o jovem José Martins. Tem nome de ciclista e, está a mostrar que o saberá honrar. O único homem da formação de Alcobaça, o veterano Rui Lavarinhas, aparece apenas no 13.º posto e nos 30 primeiros só vemos mais Hugo Vítor, o que poderá significar duas coisas, ou a participação na volta à Extremadura espanhola "castigou" demais a equipa, ou Vítor Gamito a poupou porque terá outros objectivos.
E só não me referi [1], ainda, à espectacular vitória de Pedro Cardoso (Maia-Milaneza), a segunda consecutiva e em duas corridas bastante semelhantes, com muita média montanha. Pedro Cardoso está ainda longe de ser um veterano e, encontrado que está o inequívoco chefe-de-fila (sei que o Manuel Zeferino nunca gostou do termo e nunca na "sua" Maia, pelo menos desde a saída de José Azevedo, em 2000, houve um líder claro) da equipa maiata, não será de estranhar que o corredor de Barcelos páre agora umas semanas para preparar-se de forma a aparecer na galeria de potenciais candidatos à luta pela vitória na Volta a Portugal. A equipa é jovem e há o búlgaro Danaíl Petrov, mais à vontade em montanhas de grau mais elevado (e também nos "cronos") pelo que a decisão tem que ser tomada agora. Pôr quem a trabalhar para quem?... e Pedro Cardoso vai precisar de fazer algum trabalho específico.
E volto à Carvalhelhos-Boavista. Pelo que já li, voltou a assumir a vontade de ganhar (aquele novo amarelo nos equipamentos ficam-lhe bem, será por isso? [era brincadeira]) e fez uma última etapa quase perfeita, lançando ataques, não só sucessivos como intencionais e, já agora, para José Rodrigues, um outro corredor com potencial reconhecido, nomeadamente na média montanha, e que tem tido uma carreira algo irregular, manifestamente por não confiarem nas suas capacidades. Tal como acontece com Pedro Cardoso - embora no caso deste a "explosão" se fique a dever mais ao facto de, finalmente, ter oportunidade de aparecer sem ser a trabalhar para companheiros de equipa "academicamente" com mais hipóteses -, José Santos pode ter descoberto o "seu homem" para a Volta a Portugal. Para já, que fique registada a postura dos axadrezados neste período da temporada, muito diferente daquilo que vinha a fazer nos últimos anos. Dois anos, pelo menos.
E que dizer da LA-Liberty? Pela segunda vez, e em pé de igualdade - porque, tal como a Maia, também não foi à Extremadura - com a sua principal rival, arranca de amarelo e depois baqueia de forma estrondosa. Até por ter começado a temporada mais tarde que os companheiros, esperar-se-ia, nesta altura, um Cândido Barbosa mais... mandão. Que mais não fosse, para marcar a sua posição dentro da equipa. Apostar as fichas todas apenas na Volta a Portugal é um risco muito grande. Melhor do que ninguém, Américo Silva deve sabe-lo. Um homem apenas nos primeiros 15... sabe a pouco. "Salvou-se" Nuno Ribeiro mas, visto assim, de longe, fica a ideia de que tarda em aparecer... a equipa. E sem uma equipa forte e "mandona" - leia-se: que controla e defende o seu chefe-de-fila, principalmente se ele vai de amarelo - a Volta pode tornar-se num pesadelo.
* -- "Alive and kicking" - expressão inglesa que, numa tradução muito livre signifiva "Vivo e de Boa Saúde" e utilizei-a para vincar o facto de várias equipas estarem a mostrar-se sem medos, o que aplaudo.
[1] -- Referi, do verbo referir = aludir, contar, dizer...; o que não é o mesmo que referenciar = tomar como ponto de referência, alvejar.
(in "Grande Dicionário da Língua Portuguesa" de José Pedro Machado, edição conjunta da Sociedade de Língua Portuguesa e Ediclube, 1990)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário