ESTRADAS, QUEDAS, QUEIXAS
E UMA SUGESTÃO
Mas esta edição da Alentejana também teve alguma polémica, nomeadamente no que se refere às condições das estradas utilizadas, algumas, pelo que li e ouvi, em muito mau estado para suportarem a passagem de um pelotão profissional. Houve várias quedas e muitos lesionados que foram obrigados a desistir, sempre com o hospital mais perto como destino.
O resumo que vi na televisão só mostrou uma queda. A da chegada a Grândola quando, dando por terminado o seu trabalho de lançador, Pedro Lopes (Benfica) abriu bem dentro do pelotão, acabando por provocar um espalhanço colectivo.
Já me referira aqui, no VeloLuso, à evidente falta de mecanização por parte dos encarnados no que se refere ao trabalho muito específico que é o de se preparar um sprint. Quando da Volta a Castela e Leão, na etapa que, se não me falha a memória, terminou em Valladolid, o último lançador de Benitez abriu à entrada de uma curva, larga, deixando o valenciano por sua conta ainda a algumas centenas de metros da meta. A Saunier Duval esteve melhor, o último homem a puxar por Fran Ventoso aguentou a curva e só deixou o companheiro bem a meio da recta da meta.
Agora, e espero não ferir a susceptibilidade de ninguém, outro erro. Abrir, e desacelerar bem no meio do pelotão tem uma sorte certa e todos sabem qual é a consequência, uma queda, é evidente.
Em relação a outras duas queixas que ouvi e li, para a primeira nada mais posso adiantar do que aconselhar à consulta dos regulamentos em vigor.
O resumo que vi na televisão só mostrou uma queda. A da chegada a Grândola quando, dando por terminado o seu trabalho de lançador, Pedro Lopes (Benfica) abriu bem dentro do pelotão, acabando por provocar um espalhanço colectivo.
Já me referira aqui, no VeloLuso, à evidente falta de mecanização por parte dos encarnados no que se refere ao trabalho muito específico que é o de se preparar um sprint. Quando da Volta a Castela e Leão, na etapa que, se não me falha a memória, terminou em Valladolid, o último lançador de Benitez abriu à entrada de uma curva, larga, deixando o valenciano por sua conta ainda a algumas centenas de metros da meta. A Saunier Duval esteve melhor, o último homem a puxar por Fran Ventoso aguentou a curva e só deixou o companheiro bem a meio da recta da meta.
Agora, e espero não ferir a susceptibilidade de ninguém, outro erro. Abrir, e desacelerar bem no meio do pelotão tem uma sorte certa e todos sabem qual é a consequência, uma queda, é evidente.
Em relação a outras duas queixas que ouvi e li, para a primeira nada mais posso adiantar do que aconselhar à consulta dos regulamentos em vigor.
De facto, está lá escrito – e a Organização vai, de certeza, ser penalizada por isso – que, pelo menos para provas internacionais, é obrigatório vedar a pista de chegada, com baias numa distância mínima de 300 metros, antes da meta, e 100 depois da linha de chegada (artigo 2.2.017, parágrafo 2.º do artigo 2.º).
Isto não aconteceu e é bem visível nas imagens mostradas pela televisão. E, numa prova suportada por um conjunto de autarquias, não me parece que seja muito difícil arrajar-se barreiras. Todos os municípios as têm e usam para delimitar obras ou eventos da mais variada espécie.
Já o artigo 2.2.015 avisa os organizadores de que “devem sinalizar, a uma distância útil, qualquer obstáculo (…/…) que represente um risco anormal para a segurança dos corredores e acompanhantes”.
Ao que soube, e apenas usando um exemplo das queixas que me chegaram, as placas que avisavam da aproximação de uma rotunda e, ao mesmo tempo, a trajectória aconselhada, estavam plantadas… nas rotundas. Não me pareça que isto seja realmente sinónimo e “distância útil”.
Isto não aconteceu e é bem visível nas imagens mostradas pela televisão. E, numa prova suportada por um conjunto de autarquias, não me parece que seja muito difícil arrajar-se barreiras. Todos os municípios as têm e usam para delimitar obras ou eventos da mais variada espécie.
Já o artigo 2.2.015 avisa os organizadores de que “devem sinalizar, a uma distância útil, qualquer obstáculo (…/…) que represente um risco anormal para a segurança dos corredores e acompanhantes”.
Ao que soube, e apenas usando um exemplo das queixas que me chegaram, as placas que avisavam da aproximação de uma rotunda e, ao mesmo tempo, a trajectória aconselhada, estavam plantadas… nas rotundas. Não me pareça que isto seja realmente sinónimo e “distância útil”.
Aliás, com a rotunda à frente dos olhos não creio que muitos tenham visto as placas avisadoras…
Finalmente, a história da estrada estreita, na 4.ª etapa. Recebi, por exemplo, um comunicado da Fercase-Rota dos Móveis apontando esse motivo como a causa da queda feia do Joaquim Andrade que o atirou, outra vez, para uma mesa de operações.
Não vi a queda, mas o resumo televisivo mostrou o estado em que o veterano corredor ficou. São situações que sempre todos lamentam, mas a verdade é que uma estrada de montanha nunca é, por definição, uma pista de duas ou três faixas de rodagem. Com as excepção das espanholas – que conheço – que levam a estâncias de Inverno e, por isso, são quase auto-estradas.
O Quim teve azar. Azar que foi semelhante ao dos companheiros de profissão que caíram no primeiro dia.
A situação de que nem sequer ouvira falar e a mim me pareceu mais grave – porque interferiu com a prestação de um corredor – aconteceu, nessa mesma etapa, a Ricardo Martins, também da Fercase-Rota dos Móveis.
O Ricardo, que seguia em fuga, furou e teve de ficar à espera uma eternidade até que o seu carro chegasse junto a ele, carro que vinha na cauda do pelotão, porque era, literalmente, impossível ultrapassar o grande grupo.
As estradas de montanha são, na esmagadora maioria das vezes, assim, estreitas, sem bermas, onde às vezes não passam dois carros quanto mais tentar ultrapassar um pelotão quase compacto… Aqui, o problema é que a montanha não é suficientemente dura para partir o pelotão e os carros só não passam porque à sua frente cento e tal corredores se arrumam à largura (estreita) da estrada. A verdade é que, de fugitivo – e devido ao que tentei explicar – o Ricardo Martins passou a atrasado tendo sido obrigado, depois de uma longa paragem, a recuperar uma posição no pelotão.
Não está nos regulamentos gerais, mas há corridas que prevêem estas situações, exactamente porque passam por estradas assim e eu atrevo-me a deixar aqui uma sugestão, que não é mais do que isso.
Para o ano que vem – ou já agora, numa das corridas que se seguem, se se prever um cenário semelhante – custa muito à organização disponibilizar duas motos para transportarem dois mecânicos com dois pares de rodas cada um?
Finalmente, a história da estrada estreita, na 4.ª etapa. Recebi, por exemplo, um comunicado da Fercase-Rota dos Móveis apontando esse motivo como a causa da queda feia do Joaquim Andrade que o atirou, outra vez, para uma mesa de operações.
Não vi a queda, mas o resumo televisivo mostrou o estado em que o veterano corredor ficou. São situações que sempre todos lamentam, mas a verdade é que uma estrada de montanha nunca é, por definição, uma pista de duas ou três faixas de rodagem. Com as excepção das espanholas – que conheço – que levam a estâncias de Inverno e, por isso, são quase auto-estradas.
O Quim teve azar. Azar que foi semelhante ao dos companheiros de profissão que caíram no primeiro dia.
A situação de que nem sequer ouvira falar e a mim me pareceu mais grave – porque interferiu com a prestação de um corredor – aconteceu, nessa mesma etapa, a Ricardo Martins, também da Fercase-Rota dos Móveis.
O Ricardo, que seguia em fuga, furou e teve de ficar à espera uma eternidade até que o seu carro chegasse junto a ele, carro que vinha na cauda do pelotão, porque era, literalmente, impossível ultrapassar o grande grupo.
As estradas de montanha são, na esmagadora maioria das vezes, assim, estreitas, sem bermas, onde às vezes não passam dois carros quanto mais tentar ultrapassar um pelotão quase compacto… Aqui, o problema é que a montanha não é suficientemente dura para partir o pelotão e os carros só não passam porque à sua frente cento e tal corredores se arrumam à largura (estreita) da estrada. A verdade é que, de fugitivo – e devido ao que tentei explicar – o Ricardo Martins passou a atrasado tendo sido obrigado, depois de uma longa paragem, a recuperar uma posição no pelotão.
Não está nos regulamentos gerais, mas há corridas que prevêem estas situações, exactamente porque passam por estradas assim e eu atrevo-me a deixar aqui uma sugestão, que não é mais do que isso.
Para o ano que vem – ou já agora, numa das corridas que se seguem, se se prever um cenário semelhante – custa muito à organização disponibilizar duas motos para transportarem dois mecânicos com dois pares de rodas cada um?
É que de moto passa-se e, se isto tivesse sido previsto, naquela etapa, o corredor em causa não teria desesperado à espera de um caro que, sabia, só lhe chegaria ao pé depois de todos os outros terem passado.
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