sábado, fevereiro 16, 2008

1081.ª etapa

COMPLETAMENTE À DERIVA…

A semana que hoje acaba ficou marcada pelo anúncio da exclusão da Astana de todas as corridas organizadas pela Amaury Sports Organization (ASO), o que implica que, pelo segundo ano consecutivo, o Tour não terá, à partida, o vencedor da edição anterior, o dorsal número 1 terá de ser designado e não haverá camisola amarela no primeiro dia de corrida.

Recordo que já antes a italiana RCS – organizadora do Giro – anunciara que não convidariam a equipa que é patrocinada pelos barões do petróleo do Cazaquistão, que foi totalmente remodelada e que, na boa fé, tanto o novo director-desportivo, o belga Johan Bruyneel, como os vinte e tal corredores que embarcaram nesta aventura, acreditaram poder reabilitar.

É evidente que, digam os responsáveis aquilo que disserem, há aqui muita coisa para além de Ciclismo; muita coisa para além da vontade de se lutar contra o flagelo do doping.
Como este é um problema do Ciclismo – para este exemplo não vale a pena estar a recordar que não é exclusivamente do ciclismo – e com o qual o Ciclismo não soube lidar, não soube tratar entre as suas quatro paredes, é evidente que o primeiro grande derrotado é o Ciclismo.
Quando não houver mais “pé” para ser atingido pelos próprios tiros, assistiremos ao grande espectáculo da auto-imolação ou hara-kiri.
O Ciclismo internacional perdeu o leme e voga totalmente à deriva.

É evidente que eu continuo a defender que o ProTour, um nado-morto, apenas potencia o desnorte vigente e a sua implementação – e ainda mais a teimosa resistência em mantê-lo – fez o Ciclismo recuar uma dezena de anos. Todo o Ciclismo.

E as repercussões mais dolorosas ainda estão para chegar.

Defendo que as federações, e a grande confederação, que é a UCI, servem para gerir a modalidade, não para organizar corridas, muito menos imiscuir-se nas opções destas, por isso, se lamento a ostracização de que algumas equipas já estão a ser vítimas, não vejo que alguma coisa possa mudar a não ser que caia o ProTour.

Caia ou… seja derrubado.

2 comentários:

MB disse...

Meu caro amigo,

Agradeço as simpáticas palavras no Veloluso mas quero que fiques descansado quanto à(s) próxima(s) edição(ões) da Volta a Portugal.

Este tópico assenta na nobre convicção de que os artigos publicados no DN (que não citas como fonte da tua errónea informação) dizem a verdade, são rigorosos e não são escritos com os pés.

Ingénua convicção.

O artigo onde colheste a informação que deu origem a este tópico foi publicado pelo DN na passada sexta-feira, sob o título “Informação da RTP concluída”, assinado pela jornalista (?) Paula Brito e é um chorrilho de asneiras e imbecilidades.

Diz a incompetente escriba que “Já Miguel Barroso, [foi] reconduzido como director de informação para a área de rádio”.

Primeira asneira do DN, não houve qualquer mudança de director de informação da rádio (ex-RDP).

O cargo é (bem) desempenhado pelo João Barreiros desde 2004. E assim continuará.

A segunda asneira, entre muitas outras, é sobre as minhas funções.

É verdade que serei reconduzido nas funções que desempenho desde 2002, como subdirector de informação da televisão (RTP), com a tarefa, entre outras, de coordenar a informação e a programação desportivas dos diversos canais do Serviço Público.

Por isso, dia 13 de Agosto, se Deus quiser, lá estarei pela 10.ª vez desde 1998 a coordenar a equipa da RTP no arranque de mais uma Volta a Portugal.

É verdade, também, que a minha hipotética ausência jamais poderia merecer a preocupação que lhe pretendeste conceder.

O Ciclismo e a Volta nada me devem.

Sou eu quem lhes deve, ao Ciclismo, à Volta e à RTP, uma parte substancial do meu percurso profissional.

A parte mais gratificante, por sinal.

Porque, e nisso estás certo, sou um adepto incondicional do Ciclismo, da Volta, da RTP e das pessoas que desde 1998 fizeram a Volta na Televisão: o João Pedro Mendonça, o Marco Chagas, o Orlando Rodrigues, o Delmino Pereira, o Rui Romano, o Paulo Cardoso, o Carlos Manuel Albuquerque, o Luís Baila, o Manuel Silva, o Hugo Gilberto, o Pedro Martins, a Margarida Neves Sousa, a Cláudia Lopes, a Inês Gonçalves, o Miguel Torrão, o Rui Duro, o Fernando Mota, o Francisco Sousa, o José Carlos Ramalho, o Luiz Flores, o Jorge Guerreiro, o Nuno Patrício, o Rui Castro, o Bruno Jesus, o João Martins, o Pedro Rothes, a Ana Isabel Ramos, a Eugénia Pinheiro, o José Pinto Fonseca, a Maria José Nunes, o Manuel da Costa, o Daniel Oliveira, e Isabel Figueiras e muitos, muitos outros.

Enquanto um deles, um deles apenas, estiver na equipa da Volta, há Volta.

Um abraço,
Miguel Barroso

mzmadeira disse...

Caro Miguel, obrigado pela boa nova.

Sabes, eu li a notícia, sim... mas quando escrevi aqui o artigozinho sabia lá eu já onde é que tinha lido!... (Sou leitor compulsivo de tudo o que tenha letras; até já leio aqueles papéis que vêm nas caixas dos comprimidos!!!)

Mas pronto... Ainda bem que leste e rectificaste. Mas fica com a certeza de que não fui só eu quem se mostrou preocupado, embora sabendo perfeitamente que, mesmo com a tua eventual ausência iríamos ter Volta na RTP.

Um abraço.