segunda-feira, março 27, 2006

47.ª etapa



TIRO NO PÉ!...

Este tópico exige um preâmbulo para que, quem chega de novo ao assunto, o perceba perfeitamente.

Um Blog tem uma estrutura diferente da de um Fórum, pelo que há respostas, por parte de visitantes colaboradores, que podem passar despercebidas. Sempre que eu ache que isso se justifica, em vez de escrever uma resposta à resposta, farei do assunto novo tópico. Assim todos poderão seguir a "discussão", no melhor sentido do termo, porque de outro tipo não haverá.

No tópico sob o nome de 40.ª etapa (façam o favor de ir verificar) e com o título de CORRIDAS PRO-TOUR EM PORTUGAL, a dada altura citei um caso passado, velho de quase cinco anos, para tentar argumentar contra os que acham que manifestações desportivas, no caso, do mais alto nível não fazem falta nenhuma em Portugal. Eu acho que uma corrida ProTour era benvinda e dei como exemplo os Mundiais de Estrada, em Ciclismo, de 2001. Onde um português conseguiu a melhor prestação de sempre, até àquela altura, prestação que, dois anos depois melhoraria com o seu brilhante 3.º lugar e a conquista da primeira medalha lusa nuns mundiais de ciclismo. Falo, é evidente, de Sérgio Paulinho, que em 2004 fez ainda melhor. Foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas. A ligação entre os três acontecimentos é, como é bom de ver, apenas uma extrapolação muito pessoal. Mas que aconteceram, aconteceram. E ninguém poderá provar que não possa haver uma ligação. Como eu não posso demonstrar categoricamente que tenha havido. Mas não é isso o que interessa.

No 6.º parágrafo dessa opinião recupero uma situação que, nessa altura, abriu uma discussão entre mim e um colega que sempre admirei enquanto jornalista de ciclismo. Já então ele, por opção ou por ter sido obrigado, deixara de escrever sobre ciclismo. O que foi uma enorme perda para o jornalismo e para a modalidade. Manterei esta opinião até morrer.

Porque ele era dos melhores. Eu nasci numa família muito humilde, de trabalhadores rurais no Alentejo. Ele é filho de um dos grandes nomes do jornalismo português, o âmbito do ciclismo, mas não foi, concerteza, por isso que "deu" um excelente jornalista de ciclismo.

Estou a falar em concreto do meu caro colega Carlos Flórido, do Jornal O JOGO. Que respondeu àquele tópico centrando-se apenas nos 4 parágrafos nos quais, por achar oportuno, resolvi recordar esse "incidente". O do desacordo entre as nossas opiniões.

Aliás, e para que a verdade prevaleça, e já que o Carlos Flórido não teve pejo em insistir em caluniosas insinuações, recordo que EU escrevi uma Opinião, como tal... Um texto de opinião, devidamente identificado, que é uma coisa que A BOLA proporciona a todos os seus jornalistas, enquanto o seu escrito saiu "mascarado" de notícia.

Ainda há bem poucos dias reli tudo, ao rearrumar os dossiers sobre ciclismo que enchem metade dos 15 metros de prateleiras do meu arquivo pessoal.

Há um qualquer fantasma que assombra a consciência do Carlos Flórido em relação ao assunto.

Não precisavas, Carlos, de me atirar à cara as dezenas de Campeonatos do Mundo que já cobriste. Eu vou ignorar tudo o que escreveste e continuar a admirar o Carlos Flórido, jornalista de ciclismo que eu li sofregamente. Tú, o Paulo Felizes, o João Araújo... eram minhas leituras obrigatórias porque, como já disse vezes sem conta, eu cheguei ao ciclismo sem dele saber nada e foi a ler-vos e a outros grande nomes, em publicações internacionais que assinei para aprender, que fui ganhando conhecimentos.

Senti um orgulho muito grande em, a partir do meu terceiro ou quarto ano na estrada, contar convosco entre o meu grupo de amigos.

Falas da AIJC... eu sei perfeitamente que tú eras membro da associação e, ao contrário do que pensas - e isto também já to disse - passados todos estes anos ainda há quem pergunte por ti. Sinal inequívoco de que não eras apenas mais um. Eras um dos bons. Não serei eu, nunca, a dizer o contrário. Até por tudo o que já referi.

No que escrevi sobre a AIJC ficou a faltar muita coisa. E ficou a faltar de propósito! Aliás, escrevi-o: voltaria ao assunto logo que surgissem comentários que ainda não aconteceram. E em parte alguma do que escrevi podem depreender que defendo, por exemplo, na Volta a Portugal, a exclusão de TODOS os jornalistas que não são membros a AIJC.

Em todos os jornais, e no teu também, há sócios do CNID só para poderem cobrir os eventos que o respectivo cartão legitima.

A AIJC não é uma Sociedade Secreta aberta a apenas três ou quatro. Tú sabe-lo. E estamos em plena angariação de novos sócios, até para podermos ter a nossa própria delegação. Claro que os "jornalistas" de fim-de-semana nunca terão uma chance que seja de conseguir a nossa aprovação, mas caramba... há pelo menos uma dúzia de colegas nossos que receberemos de braços abertos. E esses, que representam transversalmente TODOS os Órgãos de Comunicação Social a nível Nacional - mas não só - são a grande maioria dos que já "fazem" a Volta e outras corridas de ciclismo. Não te pasou pela cabeça, concerteza, que eu queria ir fazer a Volta sozinho. Até porque os outros três portuguêses associados da AIJC estão reformados ou em situação de pré-retiro da actividade. Só por má fé alguém poderia ter "lido"que eu queria a Volta só para mim. O que eu escrevi, e estamos a trabalhar para isso, é que os jornalistas que habitualmente "fazem" ciclismo sejam associados da AIJC, até porque não o inventei, há mesmo um acordo esntre esta associação de classe e a UCI para que só os portadores de cartão AIJC possam cobrir as provas das duas principais categorias do calendário mundial. Esclarecido? Esclarecidos? Ok...

Depois, "assinas por baixo" a opinião dos que dizem que eu, neste espaço SÓ DIGO MAL DO CICLISMO. Parto do princípio que leste todo o Blog.

Eu não digo mal. O ciclismo português está numa das suas piores fazes das últimas duas décadas e a maioria dos seus protagonistas não está isenta de culpas. Estão a colher, hoje, aquilo que semearam nos últimos 20 anos. Eu não digo mal... aponto situações que estão mal, e tanto que estão mal que não há quem me contradiga. E não é por falta de tempo nem com receio de dar a cara que, se tú, mesmo tendo assinado o teu comentário, arranjaste um e-mail todo fantasista... qualquer um o poderá fazer.

Eu não digo mal do ciclismo português! Aponto é o dedo a alguns dos seus principais defeitos com um, e só um, objectivo (e já estou a repetir-me porque já escrevi isto noutro tópico): agitar este estado do deixa-andar em que caímos. Não posso eu, não podes tú, não pode ninguém, em consiência, fingir que está tudo bem. Hipócrita não sou, cego também não e sempre pugnei por exprimir honestamente a minha opinião. Que ela não agrada a alguns dos responsáveis pelo estado a que isto chegou... ah!... não é surpresa para mim. Como não devia ser para ti. Mas "assinas por baixo".

Quem visita e lê este espaço tirará as devidas ilacções. Eu recuso-me a a ser apenas mais um "carneiro". Citando José Régio, no seu Cântigo Negro... Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí!

Depois não percebi a tua lista de influências. Também sou amigo de todos eles, com a excepção - não vou fingir que sou mais do que aquilo que sou - do Echavarri que terás conhecido quando correu no FC Porto, numa altura em que o Manuel Flórido era jornalista. Estranho que não tenhas aprendido nada com ele!

Finalmente, não resisistes, uma vez mais, a insultar-me. Quando eu escrevo "... a polémica em que, sem eu querer, fui envolvido em 2001..." sabes bem que me estou a referir a uma única pessoa: ! Insinuar que eu, enquanto jornalista, me proporciono a ser correia de transmissão de seja quem fôr... posso pensar que estás a rever-te. Aliás, aquele tal texto de opinião mascarado de notícia, sem teres tido a coragem de o assumir como UMA OPINIÃO tua e agora esta resposta, sabendo eu perfeitamente - e tú até deixas pistas no texto que escreveste em resposta à Etapa 40 - quem são os teus gurús... facilmente me levariam a uma constatação: estás a falar por eles!

Eu não transporto "encomendas". E tú? Tens a mesma certeza?

Mas vou sublinhar, uma vez mais - e fá-lo-ei sempre que isso se proporcionar - não tenho vergonha nenhuma em dizer que um dos meus "professores", e as aspas não servem, aqui, como depreciativo, foi um dos melhores jornalistas de ciclismo que tive a oportunidade de conhecer. Tenho dezenas de textos dele guardados. Chama-lhe "doença", se quiseres.

O seu nome é Carlos Flórido.

Um abraço.

1 comentário:

mzmadeira disse...

Irritam-me as pessoas que começam uma discussão e não são capazes de a acabar.