TESTEMUNHO DE UM VISITANTE
Tive oportunidade de estar, como mero visitante (convidado), no Alto de Montejunto, uma vez que ainda me encontro profissionalmente afastado da estrada. Foi bom voltar a sentir o "cheiro" da competição. Principalmente, foi bom rever muitos amigos, alguns que não via há já bastante tempo.
Fiquei espantado com a ausência de público lá no alto, até porque era sábado. Soube depois, pelas crónicas dos colegas em trabalho, que terá havido alguma "obstrução" por parte das autoridades policiais que terão bloqueado (bem) a subida de viatuas a partir do cruzamento da estrada que vem de Pragança com a outra que desce para Vilar, a cerca de 2 km do alto. É um facto que naquela estrada, do cruzamento do quartel da FA até "às antenas" não suporta o estacionamento de viaturas e toda a gente sabe disso. O negativo da situação é que as pessoas já não estão para subir 3 km a pé... A justificação só pode ser uma: a falta de emoção, em termos de competitividade, da corrida. Poderia ainda acrescentar uma outra razão: a ausência dos nomes que o público aprendeu a admirar e pelos quais ainda faria o sacrifício de subir a pé. Caramba, noutros palcos, de acessos bem mais difíceis e perante condições mais penalizadoras, em termos climatéricos, mesmo tendo de ir a pé sobem milhares e milhares de fãs. Mas fazem-no porque querem ver de perto os seus heróis. Quando estes pedem escusa, ainda que, no fundo, eu entenda as razões, não se pode exigir que o público corresponda da mesma forma que o faria naquele caso. É um problema "redondo", portanto.
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Nos 15 anos que levo de ciclismo (este, para já, não conta), esta terá sido para aí a 18.ª ou 19.ª vez que estive no alto de Montejunto. Em todas as outras, terminada a recolha de depoimentos dos protagonistas do dia, e depois de, na maioria das vezes, ainda ter de esperar 15, 20... 30 minutos até chegarem os últimos e a estrada ser reaberta para a descida dos carros, sempre tive que "voar" aqueles 30 km até às salas de Imprensa, normalmente instaladas em Torres Vedras. Era "impossível" que não se encontrasse uma solução mais perto e tanto que era... que desta feita o local de trabalho para os jornalistas não distava mais do que 1,5 km da meta, nas instalações militares que a Força Aérea Portuguesa ali tem.
Creio que apenas a falta de espaço com o qual os jornais (só lá estiveram os três desportivos) se debatem terá obstado à justiça que teria sido referir as excelentes condições proporcionadas pela Força Aérea. Uma sala de Imprensa, pequena - ficámos depois a saber que, em caso de necessidade, há outras, bem maiores, que poderão ser disponibilizadas - mas acolhedora, com casa de banho e um apoio muito próximo por parte do responsável do quartel pelas instalações que foi ao ponto de providenciar bebidas frescas aos profissionais que estavam a trabalhar. Tudo "embrulhado" numa simpatia e disponibilidade efectivas, genuinas, de um homem que não esconde a sua paixão pelo ciclismo. Peço desculpa, mas não fixei o seu nome.
E a garantia de que, se outras organizações o quiserem, e seguirem os trâmites obrigatórios para conseguirem a respectiva autorização por parte do Comando Geral, a Força Aérea está disponível para colaborar.
Como eu nem sequer estava em serviço, sinto-me à vontade para escrever isto. E como na próxima vez (é esse o meu maior desejo) também eu serei beneficiado, aproveito para agradecer a quem teve, em primeiro lugar, a ideia; depois a quem encetou os contactos (Joaquim Gomes) e fico "desconfiado" que outro homem, que vi e tive oportunidade de cumprimentar, junto da chegada, também terá dado uma ajuda. Falo do capitão pára-quedista Rui Bernardo, militar da Força Aérea e presidente da Associação de Ciclismo de Setúbal. Está tudo dito: Força Aérea e Ciclismo estão de braços dados. Como há boa vontade... agradeçamos. E aproveitemos.
1 comentário:
E eu vi-te chegar na moto, mas depois só voltei a ver a moto...
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