quinta-feira, junho 29, 2006

128.ª etapa




ZÉ AZEVEDO



Notável e tocante o fair play que o nosso Zé demonstra em declarações prestadas a um jornal da praça e que hoje foram publicadas. Eu, sinceramente, acho de um provincianismo mais que saloio o fazer uma festa pelo facto de ele ir sair com o dorsal n.º 1. Até houve quem tenha tido o despudor de vincar que «nem o Agostinho»!... Estou certo que, se o tivesse lido, o Zé seria o primeiro a censurar o evidente mau gosto.

Mas voltemos ao Zé. O que é que ele disse? Que, na sua opinião, a organização do Tour não devia atibuir o n.º 1 a ninguém... até que alguém batesse o recorde de Lance Armstrong. E os franceses fá-lo-iam se Armstrong fosse francês. Sete vitórias consecutivas, mais duas que o anterior recorde, o do espanhol Miguel Induráin, e sem que se possa, nos dias que correm, perspectivar quem possa vir a conseguir feito igual, se calhar merecia mesmo que o dorsal n.º 1, que Armstrong usou ao longo dos últimos seis anos, ficasse guardado.

Independentemente disso, fica a lição de humildade de José Azevedo. Já entra a ganhar neste Tour. E isso só está ao alcance dos grandes campeões. E são grandes campeões mesmo aqueles que não chegam ao fim em primeiro. Vejam o exemplo de Joaquim Agostinho.

1 comentário:

RuiQuinta disse...

O Zé hoje, n'A Bola, diz que já é um vencedor, e eu acrescento que é um grande vencedor. Sempre cumpriu os seus objectivos na estrada e se mostrou exemplarmente fora dela. Qualquer ciclista diria que é merece o dorsal 1, etc... mas o Zé diz uma verdade muito maior: O dorsal do Lance devia ser retirado até alquem o bater.