terça-feira, novembro 13, 2007

968.ª etapa

A VOLTA AO ALGARVE JÁ ESTÁ NO CALENDÁRIO
E EU FICO MUITO CONTENTE!...

Não sei se houve mais quem se tenha proposto a visitar diariamente o sítio da União Ciclista Internacional (UCI) - à falta de outros meios -, mas eu fi-lo. Porquê? Porque ansiava - estava cada vez mais nervoso até - pela reintegração da Volta ao Algarve no Calendário do Circuito Europeu da UCI, para o ano que vem.

Já aqui o escrevi antes, sem pruridos, muito menos com complexos: sou amigo daquela gente - pessoal da Direcção da Associação de Ciclismo do Algarve -, reconheço-lhes um grau de honestidade que não pode ser posta em causa. Questionada sequer...
São gente boa!, escrevi eu.
E são.

E fazem mais pelo Ciclismo Português do que muita gente que também terá responsabilidades.

Custou-me muito vê-los expostos na praça pública com a etiqueta de "maus pagadores".
Porque sei que o não são.

Custou-me ler - e ainda há menos de um par de horas o li num conhecidíssimo sítio dedicado ao Ciclismo - que seriam menos honestos (as palavras utilizadas não são estas) porque, cito: "... assumiam compromissos contando com o ovo nu cú da galinha".
Não é o caso. Definitivamente não é.

Aliás, todos os Organizadores sofrem com o mesmo problema. A dificuldade em cobrar verbas que, muitas vezes sem dificuldade nenhuma, lhes são prometidas.

O que é que os não iniciados pensam em relação às dificuldades em montar uma corrida?

Acham que é possível só avançar depois de as Organizações terem cobrado os contratos - porque, apesar de tudo, são contratos assinados e reconhecidos juridicamente?
E, acontecendo o que agora saltou para o conhecimento público, o que é que se faria?

Chegados ao dia do início da prova sem o total do dinheiro que ela vai custar... anulava-se? Mandavam-se as equipas para casa?
Mas as equipas têm que correr...
Não há equipas sem haver corridas.

Por isso as Organizações assumem riscos. Às vezes, muito para além daquilo para que estão preparadas. E quando estamos a falar de gente de bem, temos que perceber que essa gente de bem confia nos outros, acreditando que corresponderão aos seus compromissos como eles próprios, porque são gente de bem, o fariam numa hipotética troca de lugares.
E há uma coisa a que se chama dead line. Ou ponto de não retorno.

Uma Organização chega a um ponto em que não pode voltar atrás. Porque aquilo que se propôs fazer, até porque envolve terceiros, não pode mesmo voltar atrás.

Claro que as equipas e os Corredores têm toda a legitimidade em querer ser paga(o)s dentro dos prazos que contratualmente ficaram estabelecidos.
O problema está a montante de tudo isto.

Só quem não percebe como as coisas funcionam é que pode, ignorando ostensivamente tudo o eu escrevi atrás - e que quem sabe como as coisas funcionam sabe tão bem quanto eu o sei - acusar as Organizações.

Por isso, na altura, eu escrevi - e não tenho problemas em voltar a escrevê-lo - que havia uma certa má vontade concretamente contra esta Organização. Contra a Associação de Ciclismo do Algarve. Quiçá, contra o seu presidente.

E o Rogério Teixeira não merecia, não merece, tal falta de consideração.

Até porque a Associação de Ciclismo do Algarve aproveita os "trocados" - no melhor dos sentidos - dos ganhos com a Volta ao Algarve para montar mais três ou quatro corridas. E avisou, desde logo, que sem Volta ao Algarve não poderia assumir os demais compromissos.

E porque se trata de gente séria, e à falta de quem os ajudasse, a Direcção da Associação de Ciclismo do Algarve não teve pejo em, provavelmente empenhando o pescoço dos seus próprios elementos - o que, traduzido, quer dizer, dando garantias pessoais, já que a associação não tinha dinheiro -, pedir um empréstimo bancário para suprir as suas dívidas. Que nunca negou... Apenas disse que não tinha, na altura, como pagar.
Mas já pagou!...

E, dia após dia, tenho vindo a espreitar ao sítio da União Ciclista Internacional, a cada dia com a mesma esperança: reencontrar a Volta ao Algarve no Calendário.
Já lá está, como mostro junto.

Vai haver Volta ao Algarve em 2008. E vão acontecer as outras corridas que a Associação de Ciclismo do Algarve se propôs montar. Este ano.
Provavelmente, e se voltar a acontecer o que aconteceu agora, para o ano os seus responsáveis já nem arriscarão.
E quem poderá levar-lhes a mal?

O incompreensível foi que, num momento de clara aflição, o Rogério Teixeira e os seus pares não tenham tido uma manifestação sequer de boa vontade por parte das outras instituições do Ciclismo, FPC à cabeça.
A quem é que não interessa que haja Volta ao Algarve?

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