quinta-feira, novembro 15, 2007

970.ª etapa

E, DE REPENTE, O PAREDES É EQUIPA
EXPORTADORA DE VALORES

Há aqui meia dúzia deparei, na minha caixa de correio electrónico, com uma mensagem oriunda da Fercase-Paredes Rota dos Móveis. O meu caro Jorge Gonçalves – a quem aproveito para mandar um abraço – não saberá que ainda não regressei ao serviço e eu fiquei com aquelas três folhas sem saber muito bem como ajudar.

Pensei que tivesse, e é mais do que certo que o fez, enviado a mesma mensagem a outros jornalistas, responsáveis, eles tanto como eu, pela divulgação – dentro daquilo que é possível – das notícias sobre as equipas do nosso pelotão.
Mas não era uma notícia fácil para os jornais. Sem que isto signifique que a mensagem não tivesse razão de ser. Tinha, claro que tinha. E ainda tem.
A verdade é que não vi nada nos jornais desportivos.

Mas, como já confessei, até eu levei este tempo todo para encontrar, digamos… uma razão para relatar aquele press-release.
Encontrei-a há pouco, quando visitava um novo espaço que se propõe discutir o Ciclismo. (Para quem não saiba, aqui vai:
www.rodalivre.pt.vu).

Passei por lá e o que é que encontrei à discussão?
Como é que a CS pode ajudar mais o Ciclismo. Mais coisa menos coisa é este o tema.


E eu respondi: primeiro é preciso que as equipas percebam que têm de fazer chegar notícias às redacções.

E justifiquei: Se estão todos à espera das corridas, como só um é que ganha e na maioria das vezes os jornais não tem mais espaço do que aquele para colocar os cinco primeiros… então há equipas que correm o sério risco de não verem o seu nome – nem o dos seus patrocinadores – escrito uma única vez em toda a temporada.


E é isso que “vendem” aos patrocinadores… visibilidade.

E estava a escrever no Roda Livre quando me veio à memória o mail do Jorge Gonçalves. Repito, não era fácil a abordagem do tema que nos enviaste Jorge. Mas enviaste. E como eu aqui não sofro de problemas de espaço, se é verdade que não me referi à tua mensagem logo na altura, agora achei um motivo para o fazer.

O Paredes é uma daquelas equipas que não custa nada gostar-se dela.

O trabalho que transparece para fora é que há ali gente interessada em apoiar o Ciclismo.
Isto é notícia.


Depois, há uma certa empatia fácil de constatar entre o seu director/técnico/director-desportivo… o Mário Rocha - que faz o favor de ser meu amigo - é um homem talhado para as relações públicas. De fácil abordagem e discurso claro e fundamentado.

Como comecei por dizer, o Paredes é uma daquelas equipas que não custa nada gostar-se dela.

E o Jorge Gonçalves cumpriu de forma profissional aquilo que se propôs fazer: divulgar o nome da equipa. O nome dos patrocinadores...
Insisto, porém, que o assunto não era fácil de “pegar” pelos jornais.
Mas o VeloLuso não é um jornal.

Entretanto, e pelo meio ficaram referências não concretizadas, em que é que consistia esse tal press-release?

Chama a si o Paredes – e aviso já que ponho algumas reticências mas… vou mesmo divulgá-lo – a mais valia de, em dois anos ter “exportado” três corredores para o pelotão internacional.
É notícia! Claro que é.

Há dois anos o Hugo Sabido – que conquistara para a equipa duriense a Volta ao Algarve – saiu para a Barloworld e este ano a Fercase-Paredes-Rota dos Móveis vê sair dos seus quadros o Ricardo Martins, para a italiana Cerâmica Flaminia, e o jovem André Cardoso para a madilista Relax.

Não é muito normal a saída de Corredores portugueses para equipas estrangeiras e até sou capaz de relevar alguma sobranceria do Paredes, nomeadamente em relação ao Hugo e ao Ricardo que tiveram passagem efémera pela equipa onde já chegaram Corredores formados. Mas a verdade, e essa é inquestionável, é que foi graças aos resultados conseguidos com a camisola da equipa de Paredes que acabaram por suscitar o interesse das novas equipas.

Só depois do triunfo na Volta ao Algarve, em 2005, é que Hugo Sabido “saltou” para a Barloworld, e o facto de Ricardo Martins se ter sagrado campeão nacional de contra-relógio, com as cores da Fercase-Paredes-Rota dos Móveis, não terá sido alheio ao interesse manifestado e concretizado por parte dos italianos da Cerâmica Flamínia.
Já o André Cardoso – e se estiver errado que mo perdoem –, ao contrário dos outros dois que já tinham mostrado, ao serviço de outras equipas, o seu real valor, deu mesmo nas vistas com a camisola da equipa de Paredes. Foi o Rei da Montanha, este ano, na Volta a Portugal.

No fundo, no fundo… o Paredes não teria legitimidade para reivindicar responsabilidades na formação, nem do Hugo, nem do Ricardo, mas a verdade é que, depois de terem passado por outras formações, foi com a camisola laranja, e sob a orientação do Mário Rocha que atingiram resultados que os levaram a ser notados por equipas estrangeiras. Logo, não posso escamotear à Fercase-Paredes-Rota dos Móveis a “responsabilidade” de ter contribuído para a visibilidade destes três atletas.

Como consequência disto, os três corredores – os últimos três portugueses a ganharem lugar no pelotão Profissional Continental (onde só há uma equipa lusa, o Benfica) – saíram mesmo da formação de Paredes. E mais ninguém pode reivindicar o que os durienses reivindicam: tê-los promovido de forma a suscitarem o interesse de equipas estrangeiras.

Jorge Gonçalves, explicar isto seria muito difícil – quase impossível – numa pequena notícia num jornal, mas o caminho é esse.

Estás certo.
Continua a mandar notícias…


Crédito das fotos:
1. Do meu inesquecível amigo Carlos Vidigal
(onde quer que estejas, amigo, aquele abraço...)
2. Da Maria João Gouveia
(Super Ciclismo - http://www.superciclismo.pt/)
3. Da PAD/JLS

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