quarta-feira, novembro 28, 2007

987.ª etapa

SERÁ A DISTÂNCIA QUE OS FAZ TER
UMA MELHOR PERSPECTIVA?


De Espanha, nem bons ventos… uma ova!
É de Espanha que vou sabendo algumas curiosidades... muito, curiosas.

E pergunto-me, será por olharem para nós com um maior afastamento, logo, com uma maior objectividade?
Claro que há alternativa a este… “supônha-mos”, mas nem me atrevo a insinuá-la sequer.
Fiquemos pelos factos.

O Meta2Mil desta semana dá-nos, na forma de um dos destaques, uma interessante entrevista com Eládio Jimenez, o ex-Karpin-Galicia que para o ano correrá com as cores da mui lusa Fercase-Rota dos Móveis-Paredes.
Revela o natural de Ciudad Rodrigo que se sentiu muito bem na formação galega mas que, a partir de dada altura, percebeu que estava no fio da navalha. O que viria a confirmar no final da temporada quando a renovação do seu contrato foi sendo sucessivamente adiada até que… em comum acordo com o DD, Alvaro Pino, acabou por aceitar o convite da formação portuguesa.
Onde vem ganhar mais ou menos o mesmo que a Continental Profissional Karpin lhe pagava e claramente acima de tudo o que conseguia por parte de outras equipas espanholas.
Paga-se melhor em Portugal. É o que se deduz da reportagem.

E vem a primeira nota a não descurar:
É, basta somar as várias situações que vão ficando do domínio público, cada vez mais consistente que há, de facto, pressões vindas de patamares superiores e que visam, interferindo junto das várias equipas, penalizar os presumivelmente implicados na Operação Puerto, fechando-lhes, uma atrás de outra, as várias portas a que poderiam bater.

Aqui permito-me – berrem o que quiserem berrar os detractores do Ciclismo – uma leitura que não, não é tão pessoal assim…

Sei que não estou só.
O que é que quero dizer?

Que a Operação Puerto foi abortada – em termos desportivo-disciplinares – não em defesa dos Corredores Profissionais de Ciclismo (se calhar fomos todos inocentes demais…) mas para “abafar” algo de que nós ainda não temos sequer a percepção.

E insisto naquilo que li. Não sonhei, não inventei… li.
Li o nome das principais estrelas do ténis espanhol; li o nome das principais equipas espanholas de futebol… como presumivelmente implicados na “rede” do doutor Fuentes.

Isto já é leitura minha (agora, ano e meio depois):

Havia tanto peixe graúdo implicado que até foram obrigados a “proteger” os Corredores de Ciclismo.

ATENÇÃO: Nada do que atrás escrevi se sobrepõe – muito menos anula – aquilo que sempre tenho defendido: a separação entre as investigações da polícia no sentido de, à luz do Código Penal, encontrar culpados em transacções de produtos proíbidos, e a não possibilidade do aproveitamento de seja o que fôr dessas iniciativas para punição desportivo-disciplinar de seja lá que atleta fôr.

Mas quer-me parecer que há atletas que não convém chamar a este “teatro de guerra” e, por isso, a operação deu em nada.

E tenho, cada vez mais, a impressão de que NÃO foi por causa dos Corredores Profissionais de Ciclismo.

Estes – e basta ir lendo o noticiário diário – conseguem fazer-se parte do estranho fenómeno que condena mesmo aqueles sobre os quais não é possível produzir prova.
É o “clássico” se é Corredor Profissional de Ciclismo, é culpado.

No Editorial do Meta2Mil leio ainda que a Volta a Portugal teve um índice de audiências a rondar os 50% o que é… brutal! No melhor sentido do termo.
Quer dizer que, ignorando os serviços Cabo e/ou Satélite… metade dos portugueses que só podem escolher entre 4 Canais, estava sintonizada na RTP1.

Isto significa, não só para o organizador – embora seja muito importante para ele – que os patrocinadores das diversas equipas tiveram um período concreto de exposição que jamais conseguiriam ter. Não, de borla!...

Então, o que quer isto dizer?

Quer dizer meus senhores, meus caros amigos – porque alguns dos investidores são meus amigos –, que apostar no Ciclismo AINDA é rentável.
É MUITO MAIS rentável do que aquilo que provavelmente pensam.
O que falta para que deixem de considerar o vosso investimento, não como um risco mas como investimento mesmo?

Que posso eu dizer?
Li num jornal espanhol que a Volta a Portugal chegou a ter 50% do share, que é como quem diz, metade dos espectadores ligados a uma mesma hora.
E acham que não é rentável apostar no Ciclismo?

Acham mesmo?

1 comentário:

silva disse...

Olá Amigo Madeira, pois é... realmente ainda há quem não veja isso, ou não queira ver... Abraço