domingo, novembro 11, 2007

967.ª etapa

É UMA QUESTÃO QUE ME ATORMENTA
(Se a vontade é MESMO a de recuperar

a confiança em relação ao Ciclismo actual,
a quem interessa revolver o passado?)

Continua a ser assunto do dia e, infelizmente, é de dentro do Ciclismo que vão surgindo novas notícias perfeitamente suicidas.
Esclareço já: estou a falar das últimas notícias que pretendem destruir a imagem de Jan Ullrich.

Um massagista que, naturalmente, teria contrato assinado com a equipa T-Mobile (ou Telekom, para ser mais preciso) e responsabilidades em relação ao empregador, vem agora à praça pública revelar que Ullrich terá tomado EPO (na casa das 30 mil unidades/quinze dias) em 1996, quando foi segundo no Tour, atrás de Bjarn Riis que já havia confessado ter recorrido à Eritropoietina pelas mesmas datas.

O alemão ganhou o Tour no ano seguinte e foi segundo em 1998, 2000, 2001 e 2004.

E foi terceiro em 2005.
Quem, de facto, acusa este auxiliar?

O Corredor ou… a estrutura médica da equipa?

É que de médicos, e como já referi em entrada anterior… parece que só existe o senhor Eufimiano Fuentes...

E – e é o máximo que arrisco – o médico levantava-se às 4 da manhã para “tratar” dos seus corredores? Ou delegava isso nos seus… (assumamos a figura num sentido muito lato) massagistas?

Quem quer transformar o Ciclismo num “Caso de Polícia” – e há tantos, tantos por aí (que nem fazem ideia do que estão a falar) – aceita ou não a possibilidade de os objectivos da equipa (qualquer equipa) deixarem de fora os… exactamente! Já perceberam!… os Corredores.
Entendem isto, ou não?
Qual das partes não perceberam?

Têm – têm que ter – ao menos dúvidas.
Então, pergunto eu que não sou ninguém, porque insistem em tentar cruxificar os Atletas?
Não vos passou nunca pela cabeça que os Atletas podem situar-se numa posição na qual não têm voz? Nunca passou mesmo?

Quer dizer... acreditam que uma equipa é cada Corredor por si. É isso?
Pois! Não percebem mesmo nada.

Mas não se calam!
E apesar deste facto – é um facto mesmo –, saltaram à praça para, em nome de sua pretensa mas insana “luta” pela verdade, cruxificar vários Corredores. SÓ os Corredores!...


Não vos passou (nunca) pela cabeça - nem uma vez? - que o jogo se jogava num tabuleiro um pouco mais acima?
Eu sei a resposta.
É Não!... Não pensaram.

Volto ao princípio para que compreendam. E suplico aos “heróis” da “verdade”: não tentem mais fingir que estão a defender o Futuro do Ciclismo quando o que está à mostra é que não param de escavar para trás e a trazer à superfície os males do passado.
Não há escapatória!
Ou uma coisa… ou outra!

O Jan Ullrich foi acusado de ter recorrido a produtos proíbidos.

Em 1996! No mesmo ano em que ficou em segundo, atrás do dinamarquês Bjarn Riis que já antes havia confessado ter recorrido a práticas proíbidas.
O acusador não falou de 1997.

Exactamente quando o alemão ganhou o Tour.
Estranho, não é?
Mas podia tê-lo feito.


Quem recorre a práticas interditas na sexta-feira à noite… no Sábado podemos considerá-lo imune? Limpo?...
Quão grande é a hipócrisia?!!!!

Mas, pelo menos até agora, a vitória do Ullrich no Tour não está em causa.
Só terá recorrido a métodos proíbidos… no ano anterior.
E quem o confessou foi um antigo massagista.

Um dos que – tal é a sua convicção – lhe injectou algo que não era permitido.

E o Ullrich sabia o que lhe estavam a dar? De certeza?
Há alguém que o possa provar?

Insisto… o Corredor saberia o que raio que fosse que o massagista (agora delator – quanto terá valido a “entrevista") lhe dava ao fim do dia? Ou cedinho, pela manhã seguinte?

Espero que os que, despudoradamente – as tais públicas virtudes que escondem os mais esconsos e privados vícios – que não hesitam em saír com acusações aos Corredores, consigam – mesmo que o seu cérebro seja tão pequeno como uma ervilha – perceber que HÁ UMA (uma pelo menos) hipótese de os Corredores, apesar de tudo, serem inocentes.


Ninguém parece interessado em considerar essa hipótese...

Mas, para terminar e em relação ao Tour, mantendo-se a linha que já todos perceberam, de começar a “escavar” para trás… espero que os descendentes de Maurice Garin, vencedor do 1.º TOUR, não se importem que o corpo do seu ancestral seja exumado de forma a que lhe façam controlos.

Mesmo que ele tenha morrido há 50 anos.
Passou para o lado de lá a 19 de Fevereiro de 1957…
Talvez ainda possam provar que ganhou a corrida… dopado.

E depois apaguemos o Tour da História do Ciclismo.

PS: Não se queiram preocupar com o futuro e continuem empenhados na caça às bruxas, pretendendo desmascarar antigos vencedores...
A Caixa de Pandora, ao pé disso, não passa de uma caixinha de pó de talco...

2 comentários:

pedropereira disse...

lógico k existem mais médicos implicados... Estão a matar o ciclismo com tudo isto... com excepção do armstrong não conheço nenhum ciclista de grande nome dos anos 90/inicios de 00 que não referi-se que não se dopou... Ora, se assim é, porquê k a UCI só quer saber dos casos do Ulrich, e dos espanhóis e só agora dos kasaques que por acaso, um vem da Ex- telekom e outro da liberty espanhola??? Cheira-me um pouco mal. Um Abraço, parabéns pelo Blog.

mzmadeira disse...

Caro Pedro,
a verdade, e se não queremos ser, nem ingénuos nem ridículos, é que ninguém ganhou o Tour só com bifes e batatas fritas.
Mas mexer no passado vai ajudar em alguma coisa no futuro?
É a questão que temos que nos pôr nesta altura...